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Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 22:13

Nick,
no meio deste deserto modernista herético, tu és uma bênção!

Luísa,
a semana passada dei-te um banho de Vaticano II, quando me pedias Vaticano II e implicitamente me acusavas de mentir. Queres ser humilhada outra vez?

Não me voltes a chamar mentirosa, porque geralmente eu afirmo e provo. E se me enganar, corrijo - mas neste caso tenho a certeza absoluta, ok?

Claro que Bento XVI não afirmou a superioridade moral da castidade perfeita, nem eu o fiz. Nem eu disse que ele o tinha feito. Os teus problemas de leitura e interpretação começam mesmo a irritar-me sobremaneira. O que eu disse foi que Bento XVI, num discurso acerca do sacerdócio, tinha exaltado a castidade perfeita - no caso específico o celibato - acima do matrimónio. Não falei em moralidade ou valorações morais.

Lê tudo outra vez, faz um esforçozinho de interpretação, vá lá... Até há uma parte em que me refiro explicitamente à questão da consagração e da valoração moral, pelo que...

Firefox,
há abundantes documentos do magistério sobre o amor humano e a pureza da castidade conjugal. Há inúmeras frases minhas neste fórum a exaltar o amor humano. Começo a achar que isto é tudo má fé!

Mas vocês gostam de distorcer tudo conforme as vossas conveniências: é Santo Agostinho, é o magistério da Igreja, é o que eu digo, é tudo...

Quando não há argumentos, recorre-se a essas coisas pouco sérias.

Não vou insistir mais, não há pachorra. Isto de falar para as paredes e ainda ser miseravelmente distorcido tudo o que dizemos, fazendo-se caricaturas do nosso pensamento, não dá para mim, não preciso disso. Querem colocar-se contra a Igreja de modo frontal, ninguém os impede, o tempo da morte aos hereges felizmente já terminou. Não façam é caricaturas dos outros, dos que sim seguem o que a Igreja diz; ou então levem a vossa absurda lógica interna até ao fim e ataquem a Igreja também de modo explícito.

Que a Virgem foi puríssima e castíssima antes, durante e depois do parto, afirma-o a Igreja; mas se for eu a dizer já me cai tudo em cima.

Boa sorte a quem fica.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 22:14

Citação:
Firefox
"O sexo é uma coisa suja; logo, quem faz sexo está impuro. A pureza dentro do casamento só com muitos banhos de descarrego poderá ser (talvez) possível, mas é pouco provável."

Caro Firefox:

Tens razão - é esta a ideia distorcida e perversa de quem considera que o acto sexual conjugal é impuro e um pecado contra a castidade.


Esta visão tridentina da coisa justifica a ideia de que a esterilidade virgem é sempre preferìvel à fecundidade conjugal.

Mas , como eu disse em posts anteriores, esta visão agostiniana ( e sim, ligada à ideia de pecado original, da mancha indelével que acompanha cada ser humano no preciso momento da sua concepçáo e que só o acto mágico do baptismo apagaria ) está de certo modo reconfigurada na doutrima actual.

Pois castidade não significa abstinência sexual ou ausência de uma sexualidade adulta (coital), mas tem um outro significado.



Editado 1 vezes. Última edição em 16/05/2010 22:16 por luísa.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 22:19

Citação:
Firefox
" há uma forte tendência para fazerem de um dogma teológico um dogma ginecológico. Que terrível obsessão tem esse povo com o hímen de Maria!!
"
Pois é, pois é...

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 22:23

Falta de formação catequética tens tu, Luísa, que distorces de modo absolutamente repugnante e repulsivo o que o magistério diz - exemplo a questão da consciência no Catecismo.

Onde, onde eu afirmei que o acto sexual era impuro e não era casto? Não falei em castidade conjugal? Será que sou tão ambivalente assim que não me faço compreender ou o erro não está em mim?

Já expliquei, sempre segundo a Igreja, o que se entende por castidade, quais as duas formas de castidade e que uma, sim, é mais perfeita que a outra. Já expliquei, com riqueza de detalhes, porque é que à Mãe de Deus convinha mais uma que a outra - o seu carácter de excepcionalidade -, isto sempre segundo a doutrina da Igreja.

Não me vou repetir, até porque tudo o que eu digo é distorcido.

Há aqui uma espécie de analfabetismo militante no que concerne aos textos do Sagrado Magistério ou então é pura má-fé!

Mas falta de catequese quem a tem não sou eu. Eu sigo o Sagrado Magistério, pena tenho de não disponibilizar de tempo para estampar aqui montes e montes de frases do magistério actual sobre a castidade, a virgindade e o amor conjugal.

Boa sorte a quem fica (2)

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 22:39

"Pq B XVI seria anátema, se ele já repetiu o que o Concílio de Trento disse, num discurso sobre o celibato sacerdotal?

Ora a questão do anátem surgiu por referência ao Cãnone 10 do Concílio de Trento e à falsa crença de que a virgindade é um estado de superioridade moral face à conjugalidade.

A este propósito reafirmo o que escrevi - Em nenhum momento Bento XVI afirmou ( ou escreveu) sobre a superioridade moral do celibato consagrado versus o matrimónio e quem disser que sim mente descaradamente.

O papa afirma continuadamente que o matrimónio tem um valor estrutural na vida da Igreja , da sociedade e no prório plano de Deus para humanidade, em que homens e mulheres são co-criadores, com Deus.

Nenhum dom ou carisma pode ser superior a este, embora exista, paralelo a este, um outro "modo de vida" , igualmente válido e de maneira nenhuma inferior.

É isto que afirma o papa Bento XVI em vários textos e vários discursos públicos, pelo que a sua posição se demarca claramente da dicotomia e hieraquização dos dois estados feita pelo tal cãnone do Concilio de Trento.
Se isso faz de Bento XVI um anátema, não sei.



Editado 1 vezes. Última edição em 16/05/2010 22:44 por luísa.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 22:44

Luísa,
pela última vez - porque não há mesmo paciência - não se trata de valorações morais. A superioridade de uma em relação a outra nada tem a ver com valorações morais... Não é que uma seja moralmente mais aceitável que outra, as coisas não se colocam ao nível do plano moral.

Não afirmei em lugar algum que o Papa dissesse isso, mas afirmo categórica e taxativamente - e amanhã provo - que o Papa defende a superioridade da castidade perfeita em relação à castidade conjugal, com toda a doutrina da Igreja. Logo, não é anátema, como é evidente.

Quem treslê és tu.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 22:47

Citação:
mi
"e amanhã provo - que o Papa defende a superioridade da castidade perfeita em relação à castidade conjugal, com toda a doutrina da Igreja.
"
Fico à espera. Não sentada, mas a dormir, naturalmente.

Bento 16 é um reputado teólogo, não aprende teologia nos sites Monfort.



Editado 1 vezes. Última edição em 16/05/2010 22:48 por luísa.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 22:51

A castidade perfeita é superior em termos de consagração total a Deus, ao nível da entrega ao Senhor, total, incondicional dedicação às coisas de Deus.

Tem a ver com o serviço do Reino.

Nada tem a ver com moralidade ou imoralidade da conjugalidade, que é vocação santa!


Diz-me só uma coisa: tu fazes de propósito para me irritar, realmente não consegues interpretar ou finges que as coisas realmente são como gostarias que fossem? Não dá para perceber se é dificuldade de interpretação – e aí tenho que ter um pouquinho de mais paciência – ou se é desonestidade e má fé, querendo-se a todo o custo que a doutrina do magistério diga o que não diz.

Claro que Bento XVI é reputado teólogo, por isso é que defende a correcta doutrina da Igreja.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 23:07

Citação:
Mi, citando o Rui
" castidade perfeita é superior em termos de consagração total a Deus, ao nível da entrega ao Senhor, total, incondicional dedicação às coisas de Deus.

Se a castidade perfeita é isso, então muitos homens e mulheres casados vivem o seu matrimónio entregando-se incondicionalmente a Deus e às coisas de Deus.

Ou não serão o amor conjugal e o amor paternal/ maternal "coisas de Deus""?

Se é essa a definição de castidade perfeita ( entrega total a deus) não há razão nenhuma para que não seja igualmente perfeita no estado de conjugalidade.

De qualquer modo, fico à espera dos tais fantasiosos textos de B12 que corroboram o cânone 10 do Ctrento



Editado 1 vezes. Última edição em 16/05/2010 23:08 por luísa.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 23:21

"O matrimônio que, por vontade de Deus, continua a obra da primeira criação (cf. Gn 2,18), ao ser integrado no desígnio total da salvação, adquire novo significado e valor. Na verdade, Jesus, restituiu-lhe a dignidade primitiva (Mt 19,3-8), honrou-o (cf. Jo 2,1-11) e elevou-o à dignidade de sacramento e de sinal misterioso da sua união com a Igreja (Ef 5,32).

Assim, os cônjuges cristãos, no exercício do amor mútuo e no cumprimento dos próprios deveres, e tendendo para aquela santidade que lhes é própria, caminham juntos em direção à pátria celeste. "

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 23:33

Ok, Cristo honrou-o e eu desonrei-o. Eu, que tenho um blog, sobre a santidade do matrimónio. É que é mesmo vontade de deturpar.

Ora toma lá e chama mentirosa a outra:
“A virgindade pelo reino constitui uma expressão particular e a mais perfeita da castidade e da vida consagrada cujas raízes são antiquíssimas. De facto, radicam “nos inícios da vida evangélica quando, como novidade inaudita, o coração de algumas mulheres começou a abrir-se ao desejo da virgindade consagrada: ou seja ao desejo de dar a Deus todo o próprio ser.

“O vosso carisma deve reflectir a intensidade, mas também a frescura das origens. Funda-se num simples convite evangélico – ‘quem puder compreender, que compreenda’ – e no conselho paulino sobre a virgindade pelo Reino de Deus. E contudo nele ressoa todo o mistério cristão”.”

«quando surgiu, este “carisma não se configurava com particulares modalidades de vida, mas foi-se depois institucionalizando, pouco a pouco, até chegar a uma verdadeira consagração pública e solene, conferido pelo Bispo mediante um sugestivo rito litúrgico que fazia da mulher consagrada a sponsa Christi, imagem da Igreja esposa”.

(Discurso do Papa Bento XVI às religiosas e demais mulheres de vida consagrada)

Não era este o discurso que tinha em mente, lembro-me de ter lido um ainda bem melhor e mais «clarinho» sobre o celibato, inserido no celibato, em que se afirmava taxativamente a superioridade da virgindade pelo reino. Vou procurar, não desisto!
Esse ainda é melhor, assim que o encontrar coloco aqui, porque já não sei onde está.

Sempre se afirmou a santidade e beleza, e grandeza do matrimónio; mas jamais se afirmou que o matrimónio fosse superior à virgindade pelo reino, ou castidade perfeita. Muito pelo contrário, afirma-se que esta segunda é a forma mais perfeita de castidade.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 23:48

“Por isto, também para o homem de hoje, a vida consagrada permanece a escola privilegiada e plena da compunção do coração”

Bento XVI na homiia da apresentação do Senhor e da purificação de Maria Santíssima

Se é privilegiada e plena, é a mais perfeita, pois que se é privilegiada é sinal que tem algo que outras vocações não têm.

Não é preciso ter as palavrinhas iguaizinhas como eu disse, podem ser sinónimas.

Amanhã há mais, agora, e citando o Papa: “Deixem-me dormir”

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 23:57

Isto tudo para somente provar que o Papa não incorre em anátemas? Ridículo, só eu mesmo para te dar atenção, Luísa. Ninguém tem pachorra para ti.

O matrimónio é vocação santa, pura; São Josemaría eleva o amor humano à condição divina!

Logo, esta anteposição é ridícula. Só te mostrei a doutrina da Igreja, mas não tenho interesse nenhum em dar a impressão de que desvalorizo o santo sacramento do matrimónio como vocação legítima, grande e sublime que é!

Não gosto é de distorções nem de caricaturas. Para Ratzinger, tal como para toda a doutrina, o matrimónio é grande, santo e belo, mas não é superior nem está em plano de igualdade com a castidade perfeita. É doutrina católica. Por isso a distinção entre castidade conjugal e castidade perfeita ou continência. Não invento nada.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 23:59

Sobre a mentira, vejamos:

1 -
Em nenhum site oficial ou não oficial do discurso do papa aparece esta frase:

Citação:
MiriM
"A virgindade pelo reino constitui uma expressão particular e a mais perfeita da castidade e da vida consagrada cujas raízes são antiquíssimas.
"
O que o papa afirmou nesta ocasião foi:

Citação:

Repare-se que há uma imensa diferença entre o que miriam diz que o papa disse e o que ele de facto disse publicamente. É mum bom exmplo de distorção e caricatura.
Nesta afirmação papal em nenhum momento se pode intuir a superioridade da vida consagrada versus o matrimónio.
mas compreendo que a miriam tenha apagado o que disse o papa e colocado no discurso coisa que ela própria inventou tanto mais que, se pudesse apagava o Concílio Vaticano II dos textos todos..

"
Citação:
Bento XVI
O vosso carisma deve reflectir a intensidade, mas também a frescura das origens. Funda-se num simples convite evangélico – ‘quem puder compreender, que compreenda’ – e no conselho paulino sobre a virgindade pelo Reino de Deus. E contudo nele ressoa todo o mistério cristão”.”

Em seguida, prossegue o papa:
Citação:
Bento XVI
nos inícios da vida evangélica quando, como novidade inaudita, o coração de algumas mulheres começou a abrir-se ao desejo da virgindade consagrada: ou seja ao desejo de dar a Deus todo o próprio ser.

Nesta afirmação papal em nenhum momento se pode intuir a superioridade da vida consagrada versus o matrimónio.

"
Citação:
Bento XVI
quando surgiu este carisma não se configurava com particulares modalidades de vida, mas foi-se depois institucionalizando, pouco a pouco, até chegar a uma verdadeira consagração pública e solene, conferido pelo Bispo mediante um sugestivo rito litúrgico que fazia da mulher consagrada a sponsa Christi, imagem da Igreja esposa
Nesta afirmação papal em nenhum momento se pode intuir a superioridade da vida consagrada versus o matrimónio.
No entanto, o apapa aponta para uma contextualizaçáo histórica - a vida consagrada monástica é posterior tende a imitar o conceito de conjugalidade institucionalizada.

Em suma - nenhuma destas palavras públicas do papa corrobora a ideia de que a vida consagrada é superior ao matrimónio, ou que a virgindade consagrada é a forma mais perfeita de castidade, superior ao casamento ou à castidade conjugal.

Pelo que fico à espera de um texto verídico que não seja inventado.



Editado 4 vezes. Última edição em 17/05/2010 00:09 por luísa.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 00:27

Citação:
B16
Por isto, também para o homem de hoje, a vida consagrada permanece a escola privilegiada e plena "
É uma escola privilegiada ( ou seja, uma fonte de aprendizagem privilegiada.
Não é uma forma de castidade privilegiada nem um carisma privilegiado,nem sequer uma vocaçáo privilegiada

E o que é que esta escola privilegiada permite aprender?

"
Citação:
Bento XVI
a compunção do coração

Aqui é que eu fiquei perplexa baralhada, porque, segundo o dicionàrio, compunção significa :

"1. Pesar de haver cometido uma acção má ou pecaminosa
2. Manifestação desse pesar.


Ou seja, o estado clerical permite aprender melhor a noção de remorso e pesar.

Acredito que sim, mas não me parece lá uma coisa muito superior.

O grande problema é a Miriam fazer copy paste de frases aleatórias sem qualquer contextualização do parágrafo em que estão inseridas, o que leva ao absurdo.

De qualquer forma, em nenhum momento do texto integral onde se inclui esta frase desgarrada, que está aqui, o Papa afirma de que a vida consagrada é superior ao matrimónio, ou que a virgindade consagrada é a forma mais perfeita de castidade, superior ao casamento ou à castidade conjugal.



Editado 1 vezes. Última edição em 17/05/2010 00:30 por luísa.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 01:09

Miriam,

Primeiro peço desculpas por não poder responder com mais cuidado agora, estou mesmo bastante ocupado e, para falar a verdade, nem deveria estar vindo tanto aqui nesses dias. Peço um pouco de paciência que depois, logo que folgar um pouco, respondo o que vc quiser.

Citação:
Miriam
Firefox,
há abundantes documentos do magistério sobre o amor humano e a pureza da castidade conjugal. Há inúmeras frases minhas neste fórum a exaltar o amor humano. Começo a achar que isto é tudo má fé!

Não, não é má fé. Vc pode discordar de mim, até achar que o que penso é heresia, mas dizer que estou agindo por má fé... Acha mesmo isso?

Citação:
Miriam
Quando não há argumentos, recorre-se a essas coisas pouco sérias.

Amiga, não é só vc que se cansa. Qdo coloquei algumas questões, lembra-se de qual foi sua reação? Algo assim: "Não tenho paciência para conversar sobre heresias". Não argumentou, só descartou em bloco. Mas tudo bem, não te culpei por isso, até acho mesmo que o assunto deve soar desagradável para vc. Também levei em consideração que no fórum público, por discordar de vc, acabo me somando ao "grupo contrário", e assim levo balas perdidas além das habituais, rs.

Vc pode achar que não, mas estou me moderando. E sobre o que escrevi ser mera falta de argumentos, curiosamente elogiou quem colou o "Noite Escura", que mais pareceu uma fuga em disparada do debate do que propriamente uma resposta.

Sobre eu culpabilizar Sto Agostinho etc etc. Se não disse antes, digo agora mais uma vez, a leitura de Agostinho foi importante na minha conversão e o amo como a um irmão. Isso não significa que tenho que concordar em tudo com ele. Não é distorção dizer que ele tinha um problema real com a questão do pecado original, e que essa dificuldade lhe valeu algumas amolações. Mas nunca disse que ele "inventou" o pecado original, nem banalizei o pensamento dele. Qto a influência que o pensamento dele exerceu na igreja, essa é inegável.

PS: Não questiono a existência do pecado original, mas discordo um pouco da interpretação que deu a ele, como se o pecado original fosse a desobediência. Acho que é mais que isso, mas converso depois, se vc se interessar.

Sobre a idéia de que sexo é sujo.... Apesar de vc ter dito que existe algum documento dizendo o contrário... É um assunto que ia exigir mais tempo e, tudo indica, ia ser muito chato. Parece-me que o assunto não te interessa. Ainda acho sim que a igreja tem um enorme problema no campo da sexualidade. O angelismo não é uma resposta adequada; a tentativa de sublimação, de fugir da questão, deu no que deu, um cisma branco e uma avalanche de escândalos de pedofilia. Se isso não é sinal de que tem alguma coisa errada, não sei mais o que será preciso acontecer.

Fica com Deus.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 11:36

A Virgindade, bem como o celibato, são dons que o Espírito sdá à Igreja.

A castidade, que não é dependente nem de uma nem de outra, é um estado próprio de todo o batizado, casado, celibatário ou virgem.

Catecismo da Igreja Católica

"II. A vocação à castidade

2337. A castidade significa a integração conseguida da sexualidade na pessoa, e daí a unidade interior do homem no seu ser corporal e espiritual. A sexualidade, na qual se exprime a pertença do homem ao mundo corporal e biológico, torna-se pessoal e verdadeiramente humana quando integrada na relação de pessoa a pessoa, no dom mútuo total e temporalmente ilimitado, do homem e da mulher.

A virtude da castidade engloba, portanto, a integridade da pessoa e a integralidade da doação.

A INTEGRIDADE DA PESSOA

2338. A pessoa casta mantém a integridade das forças de vida e de amor em si depositadas. Esta integridade garante a unidade da pessoa e opõe-se a qualquer comportamento susceptível de a ofender. Não tolera nem a duplicidade da vida, nem a da linguagem (88).

2339. A castidade implica uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda as suas paixões e alcança a paz, ou se deixa dominar por elas e torna-se infeliz (89). «A dignidade do homem exige que ele proceda segundo uma opção consciente e livre, isto é, movido e determinado por uma convicção pessoal e não sob a pressão de um cego impulso interior ou da mera coacção externa. O homem atinge esta dignidade quando, libertando-se de toda a escravidão das paixões, prossegue o seu fim na livre escolha do bem e se procura de modo eficaz e com diligente iniciativa os meios adequados» (90).

2340. Aquele que quiser permanecer fiel às promessas do seu Baptismo e resistir às tentações, terá o cuidado de procurar os meios: o conhecimento de si, a prática duma ascese adaptada às situações em que se encontra, a obediência aos mandamentos divinos, a prática das virtudes morais e a fidelidade à oração. «A continência, na verdade, recolhe-nos e reconduz-nos àquela unidade que tínhamos perdido, dispersando-nos na multiplicidade» (91).

2341. A virtude da castidade gira na órbita da virtude cardial da temperança, a qual visa impregnar de razão as paixões e os apetites da sensibilidade humana.

2342. O domínio de si é uma obra de grande fôlego. Nunca poderá considerar-se total e definitivamente adquirido. Implica um esforço constantemente retomado, em todas as idades da vida (92); mas o esforço requerido pode ser mais intenso em certas épocas, como quando se forma a personalidade, durante a infância e a adolescência.

2343. A castidade conhece leis de crescimento e passa por fases marcadas pela imperfeição, muitas vezes até pelo pecado. O homem virtuoso e casto «constrói-se dia a dia com as suas numerosas decisões livres. Por isso, conhece, ama e cumpre o bem moral segundo fases de crescimento» (93).

2344. A castidade representa uma tarefa eminentemente pessoal; implica também um esforço cultural, porque existe «interdependência entre o desenvolvimento da pessoa e o da própria sociedade» (94). A castidade pressupõe o respeito pelos direitos da pessoa, particularmente o de receber uma informação e educação que respeitem as dimensões morais e espirituais da vida humana.

2345. A castidade é uma virtude moral. Mas é também um dom de Deus, uma graça, um fruto do trabalho espiritual (95). O Espírito Santo concede a graça de imitar a pureza de Cristo (96) àquele que regenerou pela água do Baptismo.

A INTEGRALIDADE DO DOM DE SI

2346. A caridade é a forma de todas as virtudes. Sob a sua influência, a castidade aparece como uma escola de doação da pessoa. O domínio de si ordena-se para o dom de si. A castidade leva quem a pratica a tornar-se, junto do próximo, testemunha da fidelidade e da ternura de Deus.

2347. A virtude da castidade expande-se na amizade. Indica ao discípulo o modo de seguir e imitar Aquele que nos escolheu como seus próprios amigos (97), que Se deu totalmente a nós e nos faz participar da sua condição divina. A castidade é promessa de imortalidade.

A castidade exprime-se especialmente na amizade para com o próximo. Desenvolvida entre pessoas do mesmo sexo ou de sexos diferentes, a amizade representa um grande bem para todos. Conduz à comunhão espiritual.

OS DIVERSOS REGIMES DA CASTIDADE

2348. Todo o baptizado é chamado à castidade. O cristão «revestiu-se de Cristo» (98), modelo de toda a castidade. Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar uma vida casta, segundo o seu estado de vida particular. No momento do seu Baptismo, o cristão comprometeu-se a orientar a sua afectividade na castidade.

2349. «A castidade deve qualificar as pessoas segundo os seus diferentes estados de vida: uns, na virgindade ou celibato consagrado, forma eminente de se entregarem mais facilmente a Deus com um coração indiviso: outros, do modo que a lei moral para todos determina, e conforme são casados ou solteiros» (99). As pessoas casadas são chamadas a viver a castidade conjugal; as outras praticam a castidade na continência:

«Existem três formas da virtude da castidade: uma, das esposas: outra, das viúvas; a terceira, da virgindade. Não louvamos uma com exclusão das outras. [...] É nisso que a disciplina da Igreja é rica» (100).

2350. Os noivos são chamados a viver a castidade na continência. Eles farão, neste tempo de prova, a descoberta do respeito mútuo, a aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem um ao outro de Deus. Reservarão para o tempo do matrimónio as manifestações de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na castidade.

AS OFENSAS À CASTIDADE
2351. A luxúria é um desejo desordenado ou um gozo desregrado de prazer venéreo. O prazer sexual é moralmente desordenado quando procurado por si mesmo, isolado das finalidades da procriação e da união.

2352. Por masturbação entende-se a excitação voluntária dos órgão genitais, para daí retirar um prazer venéreo. «Na linha duma tradição constante, tanto o Magistério da Igreja como o sentido moral dos fiéis têm afirmado sem hesitação que a masturbação é um acto intrínseca e gravemente desordenado». «Seja qual for o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das normais relações conjugais contradiz a finalidade da mesma». O prazer sexual é ali procurado fora da «relação sexual requerida pela ordem moral, que é aquela que realiza, no contexto dum amor verdadeiro, o sentido integral da doação mútua e da procriação humana» (101).

Para formar um juízo justo sobre a responsabilidade moral dos sujeitos, e para orientar a acção pastoral, deverá ter-se em conta a imaturidade afectiva, a força de hábitos contraídos, o estado de angústia e outros factores psíquicos ou sociais que podem atenuar, ou até reduzir ao mínimo, a culpabilidade moral.

2353. A fornicação é a união carnal fora do matrimónio entre um homem e uma mulher livres. É gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos esposos, assim como para a geração e educação dos filhos. Além disso, é um escândalo grave, quando há corrupção dos jovens.

2354. A pornografia consiste em retirar os actos sexuais, reais ou simulados, da intimidade dos parceiros, para os exibir a terceiras pessoas, de modo deliberado. Ofende a castidade, porque desnatura o acto conjugal, doação íntima dos esposos um ao outro. É um grave atentado contra a dignidade das pessoas intervenientes (actores, comerciantes, público), uma vez que cada um se torna para o outro objecto dum prazer vulgar e dum lucro ilícito. E faz mergulhar uns e outros na ilusão dum mundo fictício. É pecado grave. As autoridades civis devem impedir a produção e a distribuição de material pornográfico.

2355. A prostituição é um atentado contra a dignidade da pessoa que se prostitui, reduzida ao prazer venéreo que dela se tira. Quem paga, peca gravemente contra si mesmo: quebra a castidade a que o obriga o seu Baptismo e mancha o seu corpo, que é templo do Espírito Santo (102). A prostituição constitui um flagelo social. Envolve habitualmente mulheres, mas também homens, crianças ou adolescentes (nestes dois últimos casos, o pecado duplica com o escândalo). É sempre gravemente pecaminoso entregar-se à prostituição; mas a miséria, a chantagem e a pressão social podem atenuar a imputabilidade do pecado.

2356. A violação designa a entrada na intimidade sexual duma pessoa à força, com violência. É um atentado contra a justiça e a caridade. A violação ofende profundamente o direito de cada um ao respeito, à liberdade e à integridade física e moral. Causa um prejuízo grave, que pode marcar a vítima para toda a vida. É sempre um acto intrinsecamente mau. É mais grave ainda, se cometido por parentes próximos (incesto) ou por educadores contra crianças a eles confiadas.

CASTIDADE E HOMOSSEXUALIDADE

2357 A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atracção sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua génese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (103) a Tradição sempre declarou que «os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados» (104). São contrários à lei natural, fecham o acto sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afectiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados.

2358. Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objectivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.

2359. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã."

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 12:37

E pronto,
aqui temos listada toda a desgraça.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 13:14

Citação:
Rui
"A virtude da castidade engloba, portanto, a integridade da pessoa e a integralidade da doação.
"
Logo, castidade não é abstinência sexual,nem sequer "contenção" sexual, nem é sequer condição exclusiva do celibato.

SE as ofensas à castidade se resume à listagem "de sacristia" aqui trazida pelo Rui, há fortes indícios de que os celibatários pratiquem com mais frequência e entusiasmo os pecados da masturbação, consumo de pornografia, prostituição, fornicação , luxúria (gosto da palavra, lembra-me o luxúria canibal) and so on. Já nem falo dos estudos do vaticano que indicam uma maior incidência de efebofilia entre os padres do que na populaçáo em geral.

Portanto em menhum lado da doutrina católica aqui expressa no catecismo católico encontro a ideia de que o celibato consagrado é uma forma de castidade "melhor" ou mais "perfeita" que a castidade conjugal.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 17 de May de 2010 17:12

Desde hoje de manhã estou com imensas dores de garganta, de cabeça, febre, enfim, uma série de coisas pouco agradáveis; pelo que possivelmente virei aqui menos vezes.

Luísa,
Quanto à citação adulterada, fiz-te exactamente o mesmo que fizeste na semana passada, portanto não tens nada de que reclamar. Aliás, fazes isso frequentemente, pelo que tive boa professora! É bom que passes pelo mesmo que fazes aos outros, que é para te obrigar a procurar. Obviamente coloquei a citação toda, precisamente para ver se te davas ao trabalho de conferir, coisa relativamente fácil de se fazer e coisa que não fazes habitualmente com outras fontes mais importantes. É um bom exercício para te ires treinando a não fazer isso aos santos da Igreja. "Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti."

Agora a sério, essas frases existem, não são poucas e assim que possa colocá-las-ei aqui. Como passei grande parte do dia de cama, só tive tempo de pesquisar no geral. Dentro destas, está a que procuro, que já li várias vezes mas agora não consigo encontrar, além de se encontrar muito mais coisas interessantes. Não sei se se insere na carta da proclamação do ano sacerdotal, que é enorme; e agora infelizmente não estou com muito boa disposição para procurar.

Se alguém se quiser adiantar, agradece-se; senão, assim que possa, faço isso. Ahahahha mas que existem existem, logo de pouco importará colocá-las agora ou daqui a uns dias. Nunca me esqueço das promessas que faço!
Por enquanto, se alguém me quiser ajudar – tu Luísa principalmente – podem começar por aqui:
[www.google.pt]

Esse é o site oficial e tem seguramente muito do que procuro.

Claro, pela mais pura lógica, se o matrimónio se situasse no mesmo plano de igualdade para a doutrina da Igreja - logo para o nosso pastor supremo, o Santo Padre -, os sacerdotes e as religiosas poderiam casar, deixando a seu critério guardar a continência ou não. É mais do que óbvio que a lógica interna continua a ser a mesma: a castidade perfeita é superior, não em termos morais e de agradar ao Senhor, mas em termos de consagração total a Deus.

***

Firefox,
Se quiser dou-lhe o meu e-mail e conversamos, mas agora vou passar grande parte dos próximos dois dias de cama, infelizmente. Adoentei-me em Fátima e agora olha, é sofrer as consequências. Estou com umas dores de cabeça que não me aguento.

Vc disse que para a Igreja o sexo era sujo e, uma vez mais, repito-lhe: esse argumento carece de legitimidade. É uma crítica que vc não fundamentou nos documentos oficiais. Nem tem como, já que isso é uma inverdade.

Fique com Deus

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