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Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 15 de May de 2010 18:04

Citação:
Miriam
“Se alguém disser que o estado conjugal se deve antepor ao estado de virgindade ou celibato, e que não é melhor nem mais perfeito permanecer no estado de virgindade e celibato do que contrair matrimónio, seja anátema. (Cân. 10).

Não creio que virgindade e celibato sejam melhores que matrimônio. Não são melhores nem piores, apenas são possibilidades diferentes. Podem me anatematizar.

Também não creio que se deva absolutizar textos de um período confuso de guerras religiosas (leia-se Concílio de Trento), uma época de vergonha para o cristianismo, mas que precisam ser lidos e interpretados com muito cuidado para não se levar gato por lebre. Podem me anatematizar duas vezes.

Também não creio que se deva louvar todo tipo de devoção só pq já foi aprovada pela igreja ou mesmo seguida por algum santo (exemplo). A santidade não exime da ignorância; santidade e conhecimento são coisas de ordens diferentes.

Também não creio que a escravidão seja algo aceitável, que queimar pessoas na fogueira seja um ato de misericórdia, que matar mouros traga o perdão para os pecados, que a democracia seja um mal, que a liberdade religiosa seja algo degradante, enfim, não creio em várias idéias que já foram defendidas pela igreja noutras épocas. É provável que existam ainda algumas hoje que sejam defendidas em alguns setores da igreja e nas quais não creio. Podem me anatematizar várias vezes.

Enfim, se for algo muito católico isso de excluir as pessoas, excluam-me. Mesmo fora, não deixarei de amar a igreja.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 15 de May de 2010 19:46

Afirmar que a castidade perfeita é o estado da suprema pureza é contrário a dizer que no santo matrimónio também somos chamados à pureza?

Claro que não!

Há coisas puras e outras ainda mais puras. Há coisas boas e outras óptimas. À Mãe de Deus convinha a suprema pureza angélica: pureza da sua alma nobilíssima, pureza do seu corpo imaculado, pureza do seu coração jamais manchado pelo pecado ou pelo desamor.

A Igreja sempre fez a distinção entre a castidade conjugal e a castidade perfeita, a santa pureza.

Não é porque a castidade perfeita é superior ao santo matrimónio que este último é impuro ou pecaminoso. Muito pelo contrário, é uma vocação linda, santa e sublime.

Mas à mais pura das criaturas convinha o maior e mais elevado grau de pureza, logo a castidade perfeita.

Quem não aceita estas coisas assim, é difícil de acreditar na virgindade perpétua e corpórea da Santíssima Virgem.

Eu discuto tudo, embora a contragosto; mas discutir a minha Mãe amabilíssima e a sua pureza virginal, não.

Maria foi Imaculada, jamais foi manchada por qualquer sombra de pecado. Viveu no mais alto grau a pureza mais perfeita e angélica. A Ela, convinha o mais perfeito, o melhor, o óptimo e não o bom.

E foi uma criatura absolutamente excepcional. Queremos compararmo-nos com a Santíssima Virgem?

Para nós há vários caminhos de santificação, o matrimónio é um deles, e muito digno de elevar alguém à santidade.

Mas à gloriosa Mãe de Deus convinha o maior grau de pureza e de perfeição, logo uma santidade excepcional e acima de toda a santidade a que somos chamados todos nós.

A castidade perfeita não é superior em termos morais, mas em termos de dedicação e consagração a Deus, também do corpo; em termos de se estar tão absorvidos em Deus que não se quer experimentar qualquer prazer do mundo, ainda que prazeres lícitos e honestos aos olhos de Deus. São duas formas diferentes de se viver a própria vocação.

Mas aplicar estes considerandos de santidade à Santíssima Virgem, que em tudo foi superior a nós, não faz qualquer sentido. Temos todos os outros santos para imitar e para «humanizar». A Santíssima Virgem foi a mais perfeita, logo convinha-lhe o grau mais elevado e perfeito de pureza, o mais desprendido do mundo e das criaturas e o mais conforme à sua grandeza e dignidade.

Todos os problemas de fé e espiritualidade dos membros deste fórum – refiro-me aos católicos – resumem-se a estes: soberba, orgulho, rebeldia e falta de santidade. Seguir o que a Igreja ensina só é possível se tivermos um genuíno, pleno e verdadeiro – sem noções distorcidas e deturpadas – amor a Jesus Cristo e se tivermos um olhar limpo, sem interferências mundanas, para o mistério que nos transcende. Não é pelo facto de não termos explicação para tudo que essa explicação não exista; e não temos que compreender tudo, os desígnios de Deus são insondáveis. Querer dominar tudo e só acreditar quando se entende tudo na perfeição é orgulho, soberba, prepotência.

Firefox,
nada do que digo aqui se aplica a vc. Não sei bem porquê, quando gosto das pessoas tenho uma certa tendência para desculpabilizá-las mais prontamente.

O seu caso tem solução rsrsrsrsss.

Mas restaria saber o que é o amor à Igreja e se ou vc ou eu não temos uma noção deturpada do que é amar a Igreja...

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 15 de May de 2010 20:03

Firefox,
O Concílio de Trento continua vigente em tudo quanto afirmou de doutrina, de importante para a fé e para a moral.

Se querem impingir-nos o Vaticano II na continuidade da Tradição, então o que o Santo Padre nos pede que façamos é colocar a “novidade” conciliar em total conformidade com a Tradição, com toda a bagagem doutrinal da Igreja.

A liberdade religiosa é algo que teria que ser muito bem discutido e correctamente compreendido. O Concílio não usou linguagem escolástica, por isso ainda hoje o magistério nos fornece uma correcta interpretação – ou hermenêutica – do Concílio.

Como vc saberá, os anátemas não mudam. Não pode ser aprovado o que um dia foi condenado, logo os pontos de aparente descontinuidade do Concílio não são descontinuidade real e têm sempre de ser interpretados pelo magistério. O Catecismo da Igreja Católica cita muitas vezes o Concílio de Trento, logo é, naturalmente, um Concílio autorizadíssimo em matéria doutrinal e as suas normas de fé e moral, porque inseridas na Sagrada Tradição e no Sagrado Magistério, continuam plenamente vigentes.

Quanto ao que afirma da exclusão, eu tenho uma visão diferente. Pode parecer que sim, mas não gosto de excluir também.

Só que acho que, para se ser católico, há que haver coerência interna, nos princípios. De contrário, que raio de catolicismo de fachada, de aparências é o nosso? Catolicismo de hipocrisia, mais feito de tradição familiar do que de convicções profundas e arreigadas. Então, se não nos identificamos com os princípios católicos que outros sim têm como algo de muito sagrado e não querem que mudem, por que não somos nós a dar o passo de sair de algo que não nos agrada? Ou então aceitar a fé e moral católicas tal como a Tradição e o magistério no-las apresentam?

É isso que não aceito bem. Se vocês progressistas conseguissem alguma coisa na Igreja – graças a Deus não conseguem, as portas do Inferno e etc -, os católicos de sempre, fiéis e obedientes, é que tinham que sair. Porque uma igreja feita à medida das conveniências de cada um, não é a Igreja Católica que respeita a lei eterna de Deus.

E eu não quero sair! Não quero sair da Igreja que amo mais que a minha vida, que defendo com unhas e dentes e que é uma sociedade perfeita fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, para que nela seja cumprida a lei eterna de Deus, inscrita no coração do homem.

Tenho orgulho desta Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, que tem dois mil anos!

À Igreja Católica é-lhe dado não introduzir novidades, mas guardar inviolado o depósito de fé que lhe foi confiado pelo seu divino fundador (concílio Vaticano I – será que este também já não estará em vigor?)

Bom fim-de-semana

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 15 de May de 2010 20:06

A Santa Igreja tem uma identidade própria que, quem deseja ser verdadeiro e firme católico, tem que adoptar como sua.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 15 de May de 2010 20:53

Citação:
Miriam
A castidade perfeita não é superior em termos morais, mas em termos de dedicação e consagração a Deus, também do corpo; em termos de se estar tão absorvidos em Deus que não se quer experimentar qualquer prazer do mundo, ainda que prazeres lícitos e honestos aos olhos de Deus. São duas formas diferentes de se viver a própria vocação.

Ok
então essa perfeição tão perfeita de Maria devia passar igualmente pelos patamares dos outros prazeres do mundo: o comer, o beber, o sentir o calor do Sol, uma aragem refrescante, o cheiro das flores, o cantar dos pássaros, os risos, os abraços. Maria nem criança devia ter sido.
Mas a tradição só implica mesmo com o aspecto sexual, pelo que mantenho o que já disse.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 15 de May de 2010 22:49

Miriam,

Vamos lá. Isso vai me tomar algum tempo, que já anda escasso agora, rs, mas acho que merece uma explicação.

1. Sobre a discussão de que estado de vida convinha ou não a Mãe de Cristo, parece-me uma argumentação puramente retórica em que cada um vai buscar florear ao máximo aquilo que quer mostrar como sendo melhor. Ali não há nada que justifique um caminho como obrigação teológica.

2. Você gosta de acreditar que a virgindade consagrada é o caminho mais sublime. Ok. Sinceramente não acho que isso seja algo particularmente importante e assim não vejo razão para tentar te fazer mudar de opinião. Só quero explicar que, do meu ponto de vista, Maria não fez voto de castidade (aquele conto de que Maria fez voto de castidade no Templo qdo criança é lenda criada pela devoção popular), mas ao dizer isso não estou afirmando que ela não manteve a castidade. Ainda, o fato de Maria ter mantido a virgindade é menos importante para a santidade do que o modo como amava e servia a Deus.

3. Ainda sobre Maria: <<E foi uma criatura absolutamente excepcional. Queremos compararmo-nos com a Santíssima Virgem?>>

Ela ainda era humana? Pelo que leio em alguns textos parecem até acreditar que não. No fundo não gosto muito desses jogos de contrastes ao estilo barroco, que colocam um(a) santo(a) tão alto e o resto dos homens tão baixo que parece não haver nada que possamos aprender com eles(as). Guardadas as proporções, o apóstolo mesmo sugeriu com ousadia que o imitassem, então porque não fazer o mesmo com as virtudes de Maria?

Maria foi uma mulher privilegiada sim. Também não gosto qdo ouço alguns evangélicos falando que ela era uma mulher sem nada de especial. Acho essa rivalidade protestante-católica algo tolo, além de tender uns e outros a ir para os extremos para se contrapor: católicos elevam Maria demais enquanto protestantes a rebaixam. Só mesmo com uma paciência mariana e muita fé ela não ia morrer de tristeza com o triste espetáculo.

Agora... depois de escrever isso, pensei se não mudei o sentido das suas palavras, mas vou deixar seguir assim mesmo. Acho que o que escrevi não está de todo mal. rs. Quem sabe vc até concorde com alguma parte.

4. O assunto não muda? <<Quem não aceita estas coisas assim, é difícil de acreditar na virgindade perpétua e corpórea da Santíssima Virgem. Eu discuto tudo, embora a contragosto; mas discutir a minha Mãe amabilíssima e a sua pureza virginal, não.>>

De outra vez já disse que não gosto desse assunto. É muito simples: parece-me que há uma forte tendência para fazerem de um dogma teológico um dogma ginecológico. Que terrível obsessão tem esse povo com o hímen de Maria!! Que coisa. Traduzindo virgindade meramente como um retrato do estado do hímen o que fazem é destruir o mistério. Mistério estende o significado, enquanto o dogma ginecológico faz exatamente o contrário, ele reduz. Uns gostam de pensar que o mistério é o lugar do fantástico, mas para mim é antes o lugar do silêncio. Informa que há mais conteúdo do que aparece à vista.

5. Sobre "problemas dos católicos".

<<Todos os problemas de fé e espiritualidade dos membros deste fórum – refiro-me aos católicos – resumem-se a estes: soberba, orgulho, rebeldia e falta de santidade.>>

Esses problemas não são privilégio deste fórum, nem dos católicos. Aliás, é meu e seu também.

<<Seguir o que a Igreja ensina só é possível se tivermos um genuíno, pleno e verdadeiro – sem noções distorcidas e deturpadas – amor a Jesus Cristo e se tivermos um olhar limpo, sem interferências mundanas, para o mistério que nos transcende.>>

Se soubesse o que esse discurso de "genuíno" me passa, acho que até teria escolhido outras palavras. Bem, vc não tem culpa, então vou só responder que não existe nenhum grupo genuíno, pleno e verdadeiro. Nem o papa mesmo deve se encaixar nesse nível, e provavelmente não tem ninguém. Olhar "limpo e sem interferência do mundo" é um olhar esterilizado, mas esterilizar é tornar estéril, então vc está propondo o olhar de um morto. O mistério que nos transcende muitas vezes está escondido na "sujeira da vida", no esforço de alguém que erra mas faz de tudo para acertar, que se sacrifica e se doa para diminuir o sofrimento dos outros. As noções puras e não distorcidas são mais apropriadas para abstrações teóricas de gabinete, no cotidiano da vida a pessoa muitas vezes tem que discernir e agir com base naquilo que escolhe como melhor no meio de muita confusão. É nessa hora que vai sentir falta da prática, pois quem não aprendeu a discernir e fica paralisado diante do escândalo vai acabar pecando por omissão, pq o católico não pode ficar esperando que o papa responda o que deve ser feito em cada caso particular que surge.

<< Não é pelo facto de não termos explicação para tudo que essa explicação não exista; e não temos que compreender tudo, os desígnios de Deus são insondáveis. Querer dominar tudo e só acreditar quando se entende tudo na perfeição é orgulho, soberba, prepotência.>>

Isso está certo. Mas o outro lado também acontece: esconder-se atrás dessa justificativa para abrir mão da própria responsabilidade é agir de má fé. Lembre-se do "caminho do meio" da ética aristotélica (que, diga-se de passagem, é muito louvada pela igreja), os extremos são sempre vícios. Depois procure saber qual é contraponto do orgulho.

<<nada do que digo aqui se aplica a vc. Não sei bem porquê, quando gosto das pessoas tenho uma certa tendência para desculpabilizá-las mais prontamente.>>

Fico grato ^^ mas eu apliquei. Tb tenho uma certa tendência a não levar a mal o que escrevem as pessoas de quem gosto. De vez em qdo preciso levar umas broncas mesmo. rs

6. Sobre Trento.

<<O Concílio de Trento continua vigente em tudo quanto afirmou de doutrina, de importante para a fé e para a moral. (...)
A liberdade religiosa é algo que teria que ser muito bem discutido e correctamente compreendido. (...)
Como vc saberá, os anátemas não mudam. Não pode ser aprovado o que um dia foi condenado (...)
>>

Não vejo o que discutir sobre liberdade religiosa. Qualquer alternativa é pior! Idem para a democracia, que com todos seus problemas é 1000 vezes menos problemática do que o absolutismo, que sempre acaba em tirania. A única justificativa para a igreja ter se colocado contra as idéias de liberdade no passado era o jogo de interesse pelo poder. No período mais triste de sua história a igreja estava ligada à nobreza e só se opôs a ela depois, quando a força dos nobres se tornou mais perigosa do que ameaça do povo. Para isso não é preciso teologia, basta dar uma olhada na história.

Sim, o Concílio de Trento continua vigente, é fato. E a Bíblia também continua vigente. Tem muita coisa ainda vigente. Mas se tenho que aprender a interpretar a Bíblia, para não sair por ai apedrejando as pessoas, por exemplo; que dizer de textos escritos séculos, milênios, depois, por gente menos santa do que os autores das Sagradas Escrituras? No mínimo, devo tomar o mesmo cuidado, para não dizer mais.

Apesar do risco, vou resumir. Vc se preocupa por seguir documentos papais, para não se desviar da igreja. Eu não me preocupo muito com documentos, papais ou não. Não consegui traduzir minha fidelidade a Cristo nessa coisa de seguir documentos - e até houve uma época em que tentei. Quando tenho alguma dúvida numa questão, uma questão que envolve a fé e o discernimento, procuro me informar sobre (nesse caso leio documentos da igreja relacionados, volto a ler a Biblia de novo, até dou uma olhada na patrística e na história da igreja, e em muitos casos já fui trocar idéia com alguns padres ou teólogos - resumindo, procuro me colocar no contexto da igreja e levo essas coisas a sério), mas em última instância, quando não há outro recurso e não tenho como adiar a decisão, respondo conforme dita a minha consciência, oro pedindo ajuda a Deus e sigo o meu coração. Se eu errar, ao menos não vou tentar fugir a minha responsabilidade. Nunca vou me esconder dizendo que agi daquele jeito pq algum papa mandou.

PS: Por favor, não leia o que escrevi como se fosse contraponto ao seu modo de agir; não escrevi com essa intenção nem pensei assim. Certo? só queria te fazer ver que não é pq discordo de alguns artigos bélicos (a metralhadora de anátemas) que não dou importância ao que ensina a igreja. A linguagem dura, cruel até, de Trento tem que ser interpretada no contexto da época, num clima de guerra religiosa. Tentar trazer aquele clima para nossa época, sem nenhuma preocupação com o contexto, é..... um erro.

Paz e Bem.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 15 de May de 2010 23:20

Firefox,
a sério que gosto de vc, mas não estou habituada a debates intra-católicos cheios de heresias! Deus me livre. Heresias e erros graves contra a fé combatem-se fora da Igreja!

Caramba que um dia, pela minha saúde, vocês vão ter que me explicar o que é ser-se católico afinal...

Não vale a pena rebater estas suas considerações. Respeito as suas opiniões, é bom é que toda a gente saiba que nada disto que vc defende tem base doutrinal e quem quer seguir a Igreja não pode defender estas coisas!

Não é minha opinião que a virgindade é mais perfeita, é o que a Igreja ensina; não é minha opinião que Maria foi corporalmente virgem, é dogma de fé - quem nega dogmas de fé é herege; e por aí vai...

Aqui há problemas seríssimos com a doutrina e o magistério. Fixam-se em teólogos de duvidosa ortodoxia, outros nem teólogos deviam ser chamados... em vez de se fixarem nos gigantes que fizeram teologia ao longo dos séculos e nos poucos ortodoxos que ainda hoje existem...

Eu não me fixo em teólogos heterodoxos, nem em peritos sem qualquer autoridade... mas na doutrina da Igreja que é de ontem, de hoje e de sempre.

Deus me tire tudo e me coloque todos os defeitos possíveis e imaginários, menos ser herege... pelo amor de Deus, herege nunca...

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 15 de May de 2010 23:32

Não é legítimo interpretar-se textos contra a intenção com que foram escritos. Isso é feito hoje pela “exegese”, vc fez isso com a passagens de Santo Inácio, muita gente faz isso com o Concílio Vaticano II. Não é honesto dar-se uma interpretação a um texto doutrinal ou da palavra de Deus que adultere completamente o sentido do texto. Desfigurar os textos é muito incorrecto, fazer “ciência interpretativa” em cima do que está escrito e da intenção com que foi escrito é profundamente incorrecto.

Sabemos que não podemos ser literalistas com a Escritura, mas isso não significa vale tudo. As passagens não literais são mínimas, não são a quase totalidade da Escritura. Negar a historicidade dos evangelhos e do que neles é dito é heresia da grossa.

Com os documentos magisteriais, então nem pensar em se fazer tal coisa.

Mas vc já disse que segue a sua consciência. Pronto, aqui está tudo dito.

Eu também sigo a minha, que graças a Deus é em tudo conforme ao que a Igreja ensina. Formação recta da consciência.

Claro que casos particulares têm que ser discernidos, agora é preciso saber-se discernir bem e de modo a agradar a Deus e não com base nos nossos critérios humanos.

Trair a Deus e à Igreja é algo inenarrável, não tem nome, para um católico que se orgulha de carregar essa identidade consigo.

Pronto, venha daí o «fundamentalista». rsrs

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 15 de May de 2010 23:47

A Igreja Santa, esposa imaculada do Cordeiro, a passar por uma gravíssima crise interna, e os progressistas sempre a querer mudanças, ávidos que estão por novidades e ainda mais confusão.

O pobre Cardeal Sodano está a ser o bode expiatório de todos. Mas se não for ele é Bento XVI, por isso alguém tem de ser sacrificado pelo Santo Padre.

Pobre Sodano, tão bom homem. Mas alguém tem de ser sacrificado... O que ele fez não foi correcto, encobriu o que não devia, agora tenho muita pena mas vai-lhe tudo cair em cima. Tudo seja para salvar o Santo Padre.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 15 de May de 2010 23:54

Citação:
Miriam
Caramba que um dia, pela minha saúde, vocês vão ter que me explicar o que é ser-se católico afinal...

Para sua curiosidade, teve um teólogo protestante que tentou essa proeza como tese de doutorado em teologia e no meio do caminho desistiu; ele mudou de tema. Faz muito tempo e não lembro o nome do sujeito.

Citação:
Miriam
não é minha opinião que Maria foi corporalmente virgem, é dogma de fé - quem nega dogmas de fé é herege

Eu neguei isso onde?

Citação:
Miriam
Eu não me fixo em teólogos heterodoxos, nem em peritos sem qualquer autoridade... mas na doutrina da Igreja que é de ontem, de hoje e de sempre.

Doutrina de sempre? Que doutrina é essa? Talvez não saiba que Tomás de Aquino já foi um teólogo super heterodoxo. A leitura dos seus textos chegou a ser proibida em Paris. É engraçado, o mundo dá muitas voltas e a igreja roda junto com ele, heterodoxo frequentemente é só outro nome para fora de moda.

[]s

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 00:34

Citação:
Miriam
Pobre Sodano, tão bom homem. Mas alguém tem de ser sacrificado... O que ele fez não foi correcto, encobriu o que não devia, agora tenho muita pena mas vai-lhe tudo cair em cima. Tudo seja para salvar o Santo Padre.

Isso de sacrificar as pessoas para salvar "a igreja" nunca deu em boa coisa. O "bom homem" não devia ter pensado antes nas vítimas em vez de usar os poderes do cargo para proteger padres pedófilos? (link)

Miriam.... "salvar o Santo Padre" de quê? Se ele encobriu casos de pedofilia, de que santo falamos? Se não, porque o medo? O melhor que a igreja pode fazer hoje é agir com transparência, que depois de tanta trapalhada é o mínimo que ela pode fazer. Agora ela "deve" isso ao mundo. Minimizar o acontecido não tem cabimento, são muitos escândalos documentados. Dizer que o clero não tem o monopólio da pedofilia é muito pouco, soa até ridículo, pois esperava-se um pouco mais da parte de gente com formação e pose de defensores da moral e da fé. E quanto ao discurso de que também são homens e fracos, ao menos mostrem alguma força no momento de assumirem as consequências dos seus atos. Qdo cobram das pessoas o cumprimento de normas institucionais não é esse o discurso? Que sejam fortes?

Tem coisas que não entendo...

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 10:48

Mas o Santo Padre, sem ter culpa nenhuma, já está farto de pedir perdão...

Já falou nos pecados na Igreja, na purificação interna, na aceitação da penitência... Creio que falava no geral, não só na pedofilia, embora com ênfase particular nos escândalos dos padres pedófilos.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 15:54

Amo verdadeiramente este homem, um grande e autêntico milagre da graça de Deus. Já foi um progressista dos piores, que hoje é o que todos nós sabemos – a Deus nada é impossível! O grande defensor da pureza e integridade da fé católica, da ortodoxia doutrinária. Os católicos elevam demasiado Maria Santíssima?

«Quando jovem teólogo, antes e até durante as sessões do Concílio, como aconteceu e acontecerá a muitos, eu alimentava certa reserva sobre algumas fórmulas antigas como, por exemplo, a famosa “De Maria nunquam satis” - "Sobre Maria jamais se dirá o bastante". Esta parecia-me exagerada.

Encontrava dificuldade, igualmente, em compreender o verdadeiro sentido de outra expressão, bastante famosa e difundida (repetida na Igreja desde os primeiros séculos, quando, após um debate memorável, o Concílio de Éfeso, do ano 431, proclamara Nossa Senhora como Maria Theotokos, que quer dizer, Maria, Mãe de Deus), expressão que enfatiza ser Maria "vitoriosa contra todas as heresias".

Somente agora - neste período de confusão em que multiplicados desvios heréticos parecem vir bater à porta da fé autêntica - passei a entender que não se tratava de um exagero cantado pelos devotos de Maria, mas de verdades mais do que válidas.»

Isto foi escrito por um tal Cardeal Ratzinger, actual Papa Bento XVI
- Entretiens sur la Foi (Discorrendo sobre a Fé)
Vittorio Messori - Fayard 1985

Salve Maria Santíssima, virgem puríssima e castíssima antes, durante e depois do parto; Rainha soberana dos céus e da terra e de tudo o criado; excelsa Senhora do mundo, medianeira universal de todas as graças, omnipotência suplicante, esposa do Espírito Santo, templo e sacrário vivo e perfeitíssimo da Santíssima Trindade, asilo seguro dos que sofrem, refúgio dos pecadores, advogada, mãe de misericórdia, consoladora dos aflitos, esperança dos desesperados, poderosíssimo auxílio dos cristãos, imaculada e não manchada pela mais leve sombra de pecado pessoal.

Podem chamar o que quiserem:
Salve Santa Maria sempre Virgem.

Hoje e sempre, Salve Maria!!!

Porque, com Ratzinger, meu Papa, digo: De Maria, nunquam satis!!!

De Maria Santíssima, Jamais se dirá o bastante! Todos os louvores são poucos para a sua grande dignidade e excelsa e sublime grandeza.

Soberana do coração de Jesus, rogai por todos os vossos filhos, particularmente pelos ingratos que vos não amam nem querem reconhecer-vos como sua bondosa e solícita Mãe.

Antes exageradamente devota de Maria – não sei o que é exagero tratando-se da gloriosíssima Mãe de Deus – do que adepta de pseudo-teólogos de incontestável heterodoxia.

Viva Maria Santíssima. De Maria, nunquam satis!!!

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 16:06

Adoro discursos claros, não sei porquê dão-me um prazer especial...

"vitoriosa contra as heresias", "multiplicados desvios heréticos", dá-lhe Ratzinger!

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: Miriam (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 16:27

Ah, esqueci-me, para o fanatismo, fundamentalismo, extremismo, integrismo e todos os ismos serem ainda maiores, faltou algo muito importante a tudo o dito anteriormente:
e co-redentora do género humano.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 21:28

Citação:
MI
"Pq B XVI seria anátema, se ele já repetiu o que o Concílio de Trento disse, num discurso sobre o celibato sacerdotal?

Ora aqui está uma absoluta mentira ,
Em nenhum momento Bento XVI afirmou ( ou escreveu) sobre a superioridade moral do celibato versus o matrimónio.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 21:34

Quanto à diferenca entre "castidade conjugal e a castidade perfeita, a santa pureza."
ESta clivagem absurda significa que, para quem a escreveu, [b]a castiddade conjugal é imperfeita ou impura.

Se é imperfeita ou impura, não tem qualquer valor.

Há aqui claramente uma clara distorção doutrinária resultante de falta de (in)formação pessoal e catequética.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 21:50

O sexo é uma coisa suja; logo, quem faz sexo está impuro. A pureza dentro do casamento só com muitos banhos de descarrego poderá ser (talvez) possível, mas é pouco provável.

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: luísa (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 21:51

Citação:
"virgem puríssima e castíssima antes, durante e depois do parto;"

Fico na dúvida sobre o que isto quer dizerm porque é um completo absurdo, não faz sentido nenhum.


Será que alguma mulher fica impura ou deixa de ser casta durante o parto ?

Será que alguma mulher fica automaticamente impura depois de parir ou depois do parto?


O que é que esta gente quer dizer com isto?

Re: O divórcio na Igreja Católica
Escrito por: nick (IP registado)
Data: 16 de May de 2010 21:57

Citação:
Lena
Citação:
Miriam
A castidade perfeita não é superior em termos morais, mas em termos de dedicação e consagração a Deus, também do corpo; em termos de se estar tão absorvidos em Deus que não se quer experimentar qualquer prazer do mundo, ainda que prazeres lícitos e honestos aos olhos de Deus. São duas formas diferentes de se viver a própria vocação.

Ok
então essa perfeição tão perfeita de Maria devia passar igualmente pelos patamares dos outros prazeres do mundo: o comer, o beber, o sentir o calor do Sol, uma aragem refrescante, o cheiro das flores, o cantar dos pássaros, os risos, os abraços. Maria nem criança devia ter sido.
Mas a tradição só implica mesmo com o aspecto sexual, pelo que mantenho o que já disse.


Lc 2, 52 E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.


Em uma noite escura

De amor em vivas ânsias inflamada

Oh! Ditosa aventura!

Saí sem ser notada,

Estando já minha casa sossegada.

Na escuridão, segura,

Pela secreta escada, disfarçada,

Oh! Ditosa aventura!

Na escuridão, velada,

Estando já minha casa sossegada.

Em noite tão ditosa,

E num segredo em que ninguém me via,

Nem eu olhava coisa alguma,

Sem outra luz nem guia

Além da que no coração me ardia.

Essa luz me guiava,

Com mais clareza que a do meio-dia

Aonde me esperava

Quem eu bem conhecia,

Em lugar onde ninguém aparecia.

Oh! noite, que me guiaste,

Oh! noite, amável mais do que a alvorada

Oh! noite, que juntaste

Amado com amada,

Amada, já no amado transformada!

Em meu peito florido

Que, inteiro, para ele só guardava,

Quedou-se adormecido,

E eu, terna o regalava,

E dos cedros o leque o refrescava.

Da ameia a brisa amena,

Quando eu os seus cabelos afagava,

Com sua mão serena

Em meu colo soprava,

E meus sentidos todos transportava.

Esquecida, quedei-me,

O rosto reclinado sobre o Amado;

Tudo cessou. Deixei-me,

Largando meu cuidado,

Por entre as açucenas olvidado.

Poema de São João da Cruz

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