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Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 31 de October de 2009 19:44

Christmas is coming,
The geese are getting fat
Please put a penny
In the old man's hat
If you haven't got a penny
A ha'penny will do;
If you haven't got a ha'penny
Then God bless you!

Anon

Re: Poemas de natal
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 06 de November de 2009 06:54

Grande coisa... aqui elegemos o Salazar hehehe

Voltemos ao tópico
-------------------------------


NATAL...

Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.

Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
'Stou só e sonho saudade.

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!

FERNANDO PESSOA
Notícias Ilustrado, 30 de Dezembro de 1928

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Poemas de natal
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 06 de November de 2009 13:23

Uma poesia muito bonita apesar da sua parte final triste e que, sem ser propriamente sobre o Natal, a ele a associo sempre por causa da neve.

Cassima





Balada da Neve

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim...

É talvez a ventania;
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento, com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudade, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
de uns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
- depois em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos... enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza...
– e cai no meu coração.


Augusto Gil - Luar de Janeiro, 1909

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 06 de November de 2009 13:50

Não sei onde vão vocês desencatar esses poemas. O do Augusto Gil é muito conhecido e muito bonito. O do pessoa não conhecia, aliás não conheço muita coisa :) .

Re: Poemas de natal
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 06 de November de 2009 14:43

Com o Augusto Gil eu partilho, além do gosto pela neve, o facto de sermos da mesma região.

Quanto ao Fernando Pessoa também conheço pouco, mas, sendo ele uma pessoa [passe a repetição :)] cuja(s) personalidade(s) não me atrai(em), tem umas poesias bem bonitas.

Cassima

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 06 de November de 2009 17:53

Tem piada que ainda há 2 dias atrás estava a dizer o mesmo que disseste em relação ao Pessoa. Também não é uma personalidade que me atraia.

Re: Poemas de natal
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 06 de November de 2009 19:29

Foi preciso passar dos 40 para gostar, não de todo o Pessoa mas, do Álvaro de Campos. Completamente rendida.

[silencio.weblog.com.pt]

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.



Editado 1 vezes. Última edição em 06/11/2009 19:30 por Lena.

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 07 de November de 2009 10:26

prefiro

Tabacaria

Re: Poemas de natal
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 07 de November de 2009 16:46

E eu:

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa

Re: Poemas de natal
Escrito por: Anori (IP registado)
Data: 07 de November de 2009 19:56

Saudações de Natal
De uma fada a uma criança

Menino, se por momentos
As fadas pusessem de lado
As partidas matreiras e os jogos encantados
Seria na época feliz do Natal.

Ouvimos as crianças dizer...
As doces crianças que tanto amamos...
Que há muito tempo, no dia de Natal
Uma mensagem veio do céu.

E agora. quando o Natal chega
Elas recordam-na de novo...
Ecoa ainda o voto feliz:
"Paz na terra aos homens de boa vontade."

Todos os corações deveriam ser como os das crianças
Onde se acolhem tais convidados celestiais
Pois para elas, na sua alegria,
É Natal durante todo o ano.

Assim, esquecendo por instantes
Partidas e brincadeiras
Desejamos-te, menino,
Um Bom Natal e um Feliz Ano Novo.

Natal 1887

Lewis Carroll

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 23 de November de 2009 11:55

O Natal vem pelo caminho,
vem puxando num carrinho
lembranças presentes e um menino
qual menino de olhos no céu
e de coração livre saltando e amando
todo o homem que é réu
e todo o homem para ele caminhando

o burro fustiga o frio
e a vaca acompanha o passo
lá vem o natal puxando um carrinho
com o menino preso no laço
é presente de Deus para o homem
é amor incomparável
que nenhuns lobos nos tomem
o cordeiro mais manso e amável.

é presente que Deus nos deu
para todo o crente e ateu
vem menino dá-me a mão
vamos até ao meu coração.

autor:Vitor Ribeiro

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 04 de December de 2010 11:20

O Pai do meu Natal

A sociedade de consumo dá-lhe a mão
e mascara-o de velho,
com barbas de algodão
e um fato vermelho.
Chama-lhe Pai Natal. Não sei quem seja!
O Pai do meu Natal é o Menino Deus,
que eu beijava na Igreja,
a sabê-lo nos Céus.
Foi Ele quem me trouxe à chaminé
os brinquedos da infância agradecida.
É Ele quem me guia no Caminho da Fé
da Verdade e da Vida.
O tal das barbas? Não!
Só nasce da usura e nada mais.
O meu Menino Deus nasce no coração.
E é o coração que nasce em todos os Natais.

Lembrando António Manuel Couto Viana,
neste Natal, em que o Menino Deus já o tem mais perto de si.

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 24 de December de 2010 15:32

NATAL DE QUEM?*

Mulheres atarefadas
Tratam do bacalhau,
Do peru, das rabanadas.*

-- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!

- Está bem, eu sei!

- E as garrafas de vinho?

- Já vão a caminho!

- Oh mãe, estou pr'a ver
Que prendas vou ter.
Que prendas terei?

- Não sei, não sei...*

Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino
Murmura baixinho:*

- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?*

Senta-se a família
À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,
Nem oração ou reza.
Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.*
Lá fora tão frio,
Cá dentro tão quente!*

Algures esquecido,
Ouve-se Jesus dorido:*
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?*

Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos
Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papeis
Sem regras nem leis.
E Cristo Menino
A fazer beicinho:*
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?*

O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem-estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar:*
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,
Quem se lembrou de Mim?
Não tive tecto nem afecto!*

Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:*

- Foi este o Natal de Jesus?!!!*
*

(João Coelho dos Santos
in Lágrima do Mar - 1996)
O meu mais belo poema de Natal*

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