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Re: Poemas de natal
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 21 de December de 2008 02:24

:-)

Re: Poemas de natal
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 23 de December de 2008 00:26

O Presépio

Duas tábuas...
E era um berço!

Estaria Deus lá dentro?

Tudo escuro...
E alumiava!

Fomos a ver...
E lá estava!

Pedro Homem de Mello

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 23 de December de 2008 09:40

Que bonitos poemas minimalistas. Não conheço bem o autor, ou melhor o nome não me é estranho mas nunca tinha lido nada dele.

Re: Poemas de natal
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 23 de December de 2008 09:47

Conheces de certeza o "Povo que lavas no Rio"

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Poemas de natal
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 23 de December de 2008 09:51

Se considero o triste abatimento
Em que me faz jazer minha desgraça,
A desesperação me despedaça,
No mesmo instante, o frágil sofrimento.

Mas súbito me diz o pensamento,
Para aplacar-me a dor que me traspassa,
Que Este que trouxe ao mundo a Lei da Graça,
Teve num vil presepe o nascimento.

Vejo na palha o Redentor chorando,
Ao lado a Mãe, prostrados os pastores,
A milagrosa estrela os reis guiando.

Vejo-O morrer depois, ó pecadores,
Por nós, e fecho os olhos, adorando
Os castigos do Céu como favores.

Bocage

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 23 de December de 2008 11:17

Não sou muito amante de bocage, mas desse poema gosto e muito.


Não conhecia o autor, mas acho este uma bonita prosa poética.

A abstracção não precisa de mãe nem pai

A abstracção não precisa de mãe nem pai

nem tão pouco de tão tolo infante mas o natal de minha mãe é ainda o meu natal

com restos de Beira Alta. Ano após ano via surgir figura nova nesse

presépio de vaca burro banda de música,ribeiro com patos farrapos de algodão muito

musgo percorrido por ovelhas e pastores multidão de gente judaizante estremenha pela

mão de meu pai descendo de montes contando moedas azenhas movendo água levada pela estrela de Belém. Um galo bate as asas um frade está de acordo com a nossa circuncisão galinhas debicam milho de mistura com um porco a que minha avó juntava

sempre um gato para dar sorte era preto assim íamos todos naquela figuração animada

até ao dia de Reis aí estão um de joelhos outro em pé e o rei preto vinha sentado no

camelo. Era o mais bonito,depois eram filhoses o acordar de prenda no

sapato tudo tão real como o abrir das lojas no dia de feira e eu ia ao Sanguinhal visitar a minha prima que tinha um cavalo debaixo do quarto subindo de vales descendo de montes

acompanhando a banda do carvalhal com ferrinhos e roucas trompas o meu Natal é ainda o Natal de minha mãe com uns restos de canela e Beira Alta.



Joao Miguel Fernandes Jorge

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 23 de December de 2008 11:21

Foi tudo tão pontual
Que fiquei maravilhado
Caiu neve no telhado
E juntou-se o mesmo gado
No curral.

Nem as palhas da pobreza
Faltaram na manjedoira!
Palhas babadas da toira
Que ruminava a grandeza
Do milagre presentido.
Os bichos e a natureza
No palco já conhecido.

Mas, afinal, o cenário
Não bastou.
Fiado no calendário,
O homem nem perguntou
Se Deus era necessário ...
E Deus nem representou.

De Miguel Torga

Re: Poemas de natal
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 23 de December de 2008 14:45

Eu ouvia isto nas Janeiras que cantavam na minha terra.

Aquela relvinha que o vento gelou, a Mãe de Jesus que tão pura ficou...
Quem tem a letra?

Re: Poemas de natal
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 23 de December de 2008 14:51

S. José se levantou
e uma vela se acendeu
para louvar o Menino
que à meia-noite nasceu.

Aquela relvinha
que o vento gelou
e a Mãe de Jesus
tão pura ficou.

Em Belém, à meia noite,
noite de tanta alegria,
da aurora nasceu o Sol,
nasceu Jesus de Maria.

ou

Inda agora aqui cheguei

Solo: S+A+Br
Inda_agora_aqui cheguei, já pus o pé na escada,
lo go_o meu coração disse: aqui mora gente_honrada!
Lo go_o meu coração disse: aqui mora gente_honrada!

T+Br+B
Aquela relvinha, que_o vento gelou, é_a Mãe de Jesus, que tão pura ficou!

Tutti
Aquela relvinha, que_o vento gelou, é_a Mãe de Jesus, que tão pura ficou!



Solo: S+A+Br
Inda_agora_aqui cheguei, já pus o pé no balcão,
lo go_o meu coração disse: aqui mora_um bom cristão!
Lo go_o meu coração disse: aqui mora_um bom cristão!

T+Br+B
Aquela relvinha, que_o vento gelou, é_a Mãe de Jesus, que tão pura ficou!

Tutti
Aquela relvinha, que_o vento gelou, é_a Mãe de Jesus, que tão pura ficou,
que tão pura ficou!

ou

Boas noites, boas noites,
Boas noites de alegria,
Que lhas manda o Rei da Glória,
Filho da Virgem Maria.

Naquela relvinha,
C’o vento gelou,
A mãe de Jesus
Tão pura ficou.


Dominus excelsis Deo,
Que já é nascido
O que nove meses
Andou escondido.

De quem será (é) o chapeuzinho
Qu’além ‘stá despindurado?
É do senhor (menino) (...)
Que Deus o faça um cravo.

De quem será (é) o vestidinho
Cosido com seda branca?
É da senhora (menina) (...)
Que Deus a faça uma santa.

De quem será (é) o pentem d’oiro
Que se achou no alvoredo?
É da senhora (menina) (...)
Que lhe caiu do cabelo.

De quem seriam (eram) as liguinhas
Que se acharam entre as ervas?
Eram da senhora (menina) (...)
Que lhe caíram das pernas.

De quem seriam (eram) as botinhas
Que se acharam (estavam) no sapateiro?
Eram do senhor (menino) (...)
Que as pagou c’o seu dinheiro.

Levante-se lá, senhora
Do seu banco de cortiça,
Venha-nos dar as Janeiras:
Ou morcela ou chouriça.

Levante-se lá, senhora
Desse seu rico banquinho,
Venha-nos dar as Janeiras
Em louvor do Deus Menino.

Levante-se lá, senhora,
Desse seu rico assento,
Venha-nos dar as Janeiras
Em louvor do Nascimento.

Levante-se lá, senhora,
Desse seu banco de prata,
Venha-nos dar as Janeiras
Que está um frio que rapa (mata).


(se demoram a dar as Janeiras...)

Levante-se lá, senhora
Dessa cadeirinha torta,
Venha-nos dar as Janeiras
Se não (fazemos-lhe) à porta.



(Se dão as Janeiras, cantam a despedida)

Despedida, despedida,
Despedida quero dar,
Os senhores desta casa
Bem nos podem desculpar.


(Se não dão as Janeiras)

Esta casa não é alta,
Tem apenas um andar,
Estes barbas de farelo
Nada têm p’ra nos dar.

Esta casa é bem alta,
Forradinha de papel,
O senhor que nela mora
É um grande furriel.

Esta casa é bem alta,
Forradinha a papelão,
O senhor que nela mora
É um (grande forretão) grandessíssimo ladrão.

(Trelinca a martelo
Torna a trelincar
Estes barbas de chibo
Não têm que nos dar.)

(Quando vão comer as Janeiras)

Naquela relvinha,
Naquela lameira,
Detrás da fontinha
Se come a Janeira.

Gloria in excelsis Deo,
Que já é nascido
O que nove meses
Andou escondido.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.



Editado 2 vezes. Última edição em 23/12/2008 15:01 por Lena.

Re: Poemas de natal
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 23 de December de 2008 15:53

Obrigada, Lena!

Re: Poemas de natal
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 23 de December de 2008 15:54

É Natal



Repicam sinos, com fervor, nos campanários,
alvoroçados com notícia que os seduz;'
gritam aos povos e aos recantos solitários:
Nasceu Jesus! Nasceu Jesus! Nasceu Jesus!

A boa nova vem dos magos legendários,
aqui trazidos pela estrela que conduz:
bichos, pastores, anjos, todos solidários,
reverenciam o pequenino rei da LUZ!

Menino Deus que se fez homem por bondade,
doou-se a nós, livrando-nos de todo o mal,
e ensinou-nos que a maior felicidade
é ser fraterno, amando a todos por igual.

Enquanto houver alguém que viva essa verdade,
ao relembrar o nascimento divinal,
a voz dos sinos se ouvirá na Eternidade:
Feliz Natal! Feliz Natal! Feliz Natal!

(Patrícia Neme)


Re: Poemas de natal
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 25 de December de 2008 16:02

É Natal.

Vejam aqui [o-povo.blogspot.com]

Re: Poemas de natal
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 25 de December de 2008 16:28

Aqui fica um bonito e profundo poema de Miguel de Unamuno, que bem nos serve para o Natal:


Agranda la puerta...

Agranda la puerta, Padre,
porque no puedo pasar.
La hiciste para los niños,
yo he crecido, a mi pesar.

Si no me agrandas la puerta,
achícame, por piedad;
vuélveme a la edad aquella
en que vivir es soñar.

Miguel de Unamuno

Re: Poemas de natal
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 26 de December de 2008 20:04

Jesus nasceu!
Nosso coração se enche de alegria!
Chegou o Menino Deus! Chegou a salvação!

Jesus nasceu!
Nos foi dado um filho, um menino!
Para acolher os fracos, para acolher os pequeninos.

Jesus Nasceu!
Nasceu frágil e inseguro!
Para nos dar forças e segurança no caminho.

Jesus nasceu!
Nasceu pobre e faminto!
Para enriquecer a muitos e saciar de pão os excluídos.

Jesus nasceu!
Nasceu numa gruta fria,
entre animais que lhe deram aconchego e calor.

Jesus nasceu!
Nasceu entre Maria e José!
Veio colocar em prova nossa fé e encher nosso ser de esperanças.

Jesus nasceu!
Nasceu proclamando a Boa Nova
da paz e da solidariedade para todos de boa vontade.

Jesus nasceu!
Veio trazer a verdadeira vida!
Para que renascidos com Ele,
possamos desejar a todos: Feliz Natal!


BOM FIM-DE-SEMANA!

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 27 de December de 2008 22:31

Logo que nasceu
Jesus acampou
E à luz das estrelas
Uma voz soou ( sussurrou )
Uaaa... Uaaa...
Maria a Senhora
Logo o embalou ( aconchegou )
E à luz das estrelas
Uma voz soou ( sussurrou )
Uaaa... Uaaa...
Logo que nasceu
Jesus acampou
E à luz das estrelas
Uma voz sussurrou
Uaaa... Uaaa... Uaaa.



Editado 1 vezes. Última edição em 27/12/2008 22:37 por vitor*.

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 27 de December de 2008 22:39

Citação:
Alef
Aqui fica um bonito e profundo poema de Miguel de Unamuno, que bem nos serve para o Natal:

Agranda la puerta...

Agranda la puerta, Padre,
porque no puedo pasar.
La hiciste para los niños,
yo he crecido, a mi pesar.

Si no me agrandas la puerta,
achícame, por piedad;
vuélveme a la edad aquella
en que vivir es soñar.

Miguel de Unamuno

Esse é um poema que me tem andado na cabeça. Belo poema.

Alarga a porta pai
porque não consigo passar
a fizeste para os filhos
eu cresci, com muito pesar

Se não me alargas a porta
achicame, por piedade
faz-me voltar aquela idade
em que viver é sonhar.

Não encontrei tradução para achicame. depois dei uns retoques no texto.



Editado 1 vezes. Última edição em 27/12/2008 22:44 por vitor*.

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 27 de December de 2008 22:47

Citação:
Ana
Jesus nasceu!
Nosso coração se enche de alegria!
Chegou o Menino Deus! Chegou a salvação!

Jesus nasceu!
Nos foi dado um filho, um menino!
Para acolher os fracos, para acolher os pequeninos.

Jesus Nasceu!
Nasceu frágil e inseguro!
Para nos dar forças e segurança no caminho.

Jesus nasceu!
Nasceu pobre e faminto!
Para enriquecer a muitos e saciar de pão os excluídos.

Jesus nasceu!
Nasceu numa gruta fria,
entre animais que lhe deram aconchego e calor.

Jesus nasceu!
Nasceu entre Maria e José!
Veio colocar em prova nossa fé e encher nosso ser de esperanças.

Jesus nasceu!
Nasceu proclamando a Boa Nova
da paz e da solidariedade para todos de boa vontade.

Jesus nasceu!
Veio trazer a verdadeira vida!
Para que renascidos com Ele,
possamos desejar a todos: Feliz Natal!


BOM FIM-DE-SEMANA!

simples e muito bonito

Re: Poemas de natal
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 28 de December de 2008 01:53

Vítor:

Fico contente em saber que reparaste no poema de Unamuno. É possível que exista alguma tradução portuguesa, mas não sei. Traduzir poesia é sempre uma tarefa difícil.

- «Achícame» significa literalmente «torna-me pequeno/pequenino»; «chico» significa «pequeno» (também pode significar «criança», «rapazito»);

- Talvez seja melhor traduzir «niños» por «crianças» em vez de «filhos» («hijos»).

Alef

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 28 de December de 2008 12:51

Alarga a porta pai
porque não consigo passar
a fizeste para crianças
eu cresci, com muito pesar

Se não me alargas a porta
acriança-me, por piedade
faz-me voltar aquela idade
em que viver é sonhar.

estive para pôr apequena-me mas apequena-me está muito ligado a mesquinhez e não é essa a ideia.
Numa tradução, penso eu, não interessa muito o sentido literal das palavras mas o sentido macronarrativo do poema. Não sou perito em traduções, nunca as fiz, mas este poema é muito significativo. Faz-me lembrar a relação que temos com Deus- da porta em que é mais fácil passar um camelo que uma agulha. Aquela em que regressamos para os braços do Pai. Daquela em que Jesus diz que precisamos ser crianças para entrar no reino dos céus. Um poema de muito significado. Muito ternurento.



Editado 2 vezes. Última edição em 28/12/2008 13:09 por vitor*.

Re: Poemas de natal
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 29 de December de 2008 15:07

Meu Deus o que Vimos nós em Ti
e o que viste Tu em nós?

Teremo-nos cruzado na mesma rua
e nós distraídos tropecemos
no amor que te sai pelo lado
e inunda toda a rua.

ou teremos passado na beira
da janela da Tua casa
Tu para nos seduzir
atiras-te com uma bola
para o meio da rua
e brincamos horas a fio
debaixo da tua sombra luminosa.

Meu Deus o que Vimos nós em Ti
e o que viste Tu em nós?

terá sido do suor de redenção
derramado por Jesus, na cruz
que nos lembra sempre
o quão grande é o teu amor por nós?

terá sido da água
que lhe saiu do lado
e matou a sede dos homens
para toda a eternidade?

Meu Deus o que Vimos nós em Ti
e o que viste Tu em nós?

(autor anónimo)



Editado 1 vezes. Última edição em 29/12/2008 15:11 por vitor*.

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