Se os Bispos ouvissem os leigos, já há muito tempo que se tinha feito alguma coisa.

É preciso ser o Papa a dizer o que é óbvio para todos?

http://dn.sapo.pt/2007/11/11/sociedade/igreja_assume_crise_apos_criticas_pa.html

Mas a pergunta é esta, como vai a Hierarquia da Igreja em portugal reagir a isto?

Em comunhão

hehe
Não pude de deixar de sorrir quando li isto:

Citação:

Dessa forma, a Igreja tem de conseguir "partir ao encontro de mundos que progressivamente se afastam, talvez não de Cristo, embora o digam, mas da Igreja".

Se não se afastam de Cristo, qual é o problema?
Ai este amor ao poder...

Citação:

"a Igreja na Europa tem o chão a fugir-lhe dos pés e não vai poder voltar a ser o que já foi", rematou Alfredo Teixeira. Terá, em vez disso, de se habituar a ser "uma igreja de minorias e já não de massas". "Porque a maioria que existe é identitária mas não participativa".

A passadeira rolante está a andar depressa de mais e o pessoal das vestes compridas assusta-se.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Citação:

Lena
Se não se afastam de Cristo, qual é o problema?

O cristianismo só faz sentido em comunidade. Pode adoptar-se um sistema de valores próximo de Cristo mas a dimensão comunitária é imprescindível. O Pai-Nosso perde muita força se rezado por uma pessoa que não procura viver em comunidade a sua fé. Se os cristãos procuram viver um cristianismo individual, podem procurar estar próximos de Cristo mas estão a perder algo essencial.

A Igreja é a comunidade dos cristãos. Saber depois se deve organizar-se segundo uma lógica de poder é algo secundário à sua natureza. Também é menos fundamental saber se a fé é vivida numa comunidade dependente de Roma.

pontosvista

PV
entendo, mas estas pessoas não estão necessariamente fora da comunidade cristã por não seguirem à letra o Vaticano. Nem penso que sequer estejam fora da Igreja, Não estarão dentro é da Igreja que estes senhores querem que o povo siga, daí falarem da perda de influência e que o chão lhes foge...

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Citação:

Ontem, ponto alto da visita "Ad Limina", que esta semana levou os representantes da Conferência Episcopal ao Vaticano, Bento XVI afirmou: "É preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II". Mais, para o Santo Padre, a "maré crescente de não praticantes" nas dioceses deve levar a uma cuidada avaliação da "eficácia dos percursos de iniciação actuais".

Em que é que estas critícas do Papa são específicas da realidade portuguesa? Para mim, podiam aplicar-se à maioria dos países católicos europeus...

Cassima

Sábias palavras as de Bento XVI

A Igreja Portuguesa precisa mesmo de um choque.

Cristina

Mas que choque???

Achas que é o Motu Próprio que vai trazer mais vocações?

As vezes que se tem falado do papel dos leigos muitos tem criticado porque se acha que o leigo vai ocupar o lugar do padre.

Mas veja-se o que diz o Cardeal Saraiva Martins

http://dn.sapo.pt/2007/11/12/sociedade/leigos_papel_importantissimo_igreja.html

Há "necessidade de uma Igreja "menos clerical" - que passa pela necessidade de maior participação dos leigos na vida da instituição" diz o Cardeal Patriarca.

http://dn.sapo.pt/2007/11/12/sociedade/patriarca_fala_renovacao_e_pede_a_ig.html

É mesmo caso para dizer, Aha Descobriram a Pólvora.

Senhor Patriarca, concordo "que papel de condução dos destinos de cada paróquia passe mais pelo papel dos católicos praticantes - para além do papel que já têm, por exemplo, ao prestar catequese, como leitores, acólitos, em serviço social e visitas aos doentes." mas "a solução pode passar pela disseminação dos conselhos pastorais nas paróquias, o que hoje em dia pouco acontece"? Oh meus amigos!!!

Valha-nos o Senhor para haver um pouco mais de vontade. Às vezes pergunto-me se o lugar e a posição cega ou simplesmente é teimosia.

Vale a pena rever alguns tópicos passados sobre o papel dos leigos, a Igreja do seculo XXI e a nova evangelização. Pode ser que se tira algumas ideias.

Em comunhão

Ola a todos

Para quem diz que o Papa anda a dormir aqui esta a prova que esta muito atento.
Já D. carlos Azevedo dizia numa entrevista à Ecclesia, que fazemos muitos estudos mas depois não se faz nada para dar respostas, ficamos pelas conclusões e depois não operacionalizamos as coisas. É preciso agir, avançar com o Diaconado permanente, catequese de adultos, renovação das instituições e finalmente colocar a Igreja ao serviço do Povo de Deus.

Cumprimentos

Sérgio Lopes

Pois mas que atenção é esta?

E atenção a quem?

Em comunhão

Os nossos bispos foram a Roma ouvir o que muitos leigos lhes queriam dizer aqui. Mas eles aqui só gostam de ouvir outros leigos, daqueles que nunca lhes diriam o que foram a Roma ouvir.

A minha dúvida é o que eles vão fazer agora. Será que têm a capacidade de mudar alguma coisa?

pontosvista

Caro Pontos de Vista

Concordo plenamente.

Caro Tilleul

O Motu Proprio é apenas um exemplo de como os Bispos fecham os olhos ao que passa à sua volta.

Mas é só um exemplo. Há muito que os Bispos Portugueses precisaram de ouvir que há que mudar a mentalidade da comunidade eclesial portuguesa.

Menos Sacristia e mais verdadeira evangelização.
Menos burocracia e mais terreno


Cristina

No DN de hoje:

Citação:

João Miguel Tavares
Quando no espaço público se discutem os problemas da Igreja, em 90% dos casos é conversa sobre sexo - desde o celibato dos padres ao uso dos contraceptivos, passando pela posição do Vaticano sobre a homossexualidade. Mas essa é apenas a árvore que esconde uma floresta de problemas.

pontosvista

Nao tinha a noção que este jornalista estava tão por dentro dos problemas da igreja:

"Mudar de estilo e de mentalidades não é o mesmo que mudar a cor das vestes litúrgicas ou afinar os cânticos das missas - é mudar tudo."

"Os cristãos portugueses estão mal preparados, vivem agarrados a uma religiosidade popular mal fundamentada e isso faz com que entre o fim da infância e o início da idade adulta boa parte das ovelhas se pisgue do redil."

"Em Portugal baptiza-se quase tudo à nascença, aos sete anos faz-se a primeira comunhão e aos 15 despacha-se o crisma - como se fosse possível aos sete alguém compreender a profundidade da eucaristia e aos 15 estar em condições de afirmar a maturidade da sua fé. Esta juvenília religiosa é boa para se chegar aos noventa e tal por cento de católicos em Portugal, mas leva a que aos 15 esteja feita a licenciatura cristã e que aos 18 já só haja jovens no coro."

Isto sim vale a pena debater e falar muito a sério. Vamos continuar a falar em paninhos de rendas, latim e incensos ou vamos tentar ser sérios e mudar onde as coisas precisam realmente mudar?

Será que há essa vontade? Estou a ver muito boa gente a começar a estrebuchar e a sentir-se incomodada. Os Tradicionalista podem até ir na onda de forma a criticarem e apontarem como culpados o Concilio Vaticano II e a Missa Nova. No entanto o problema reside muito mais longe e muito mais profundo.

Temos que voltar às fontes do Evangelho.

Em comunhão

O João Miguel Tavares é cronista no Díário de Notícias e escreve frequentemente sobre a Igreja. Também escreve na Família Cristã.

Tilleul, Zé e outros que conheçam outras realidades de Igrejas Católicas Europeias.

Como estão essas igrejas relativamente às questões aqui abordadas/criticadas, nomeadamente no que respeita ao envolvimento dos leigos e a outras formas de comunidades além das paróquias?

Abraços

Cassima

O João Miguel tavares é daquelas pessoas que dizem coisas que os bispos preferem não ouvir de leigos.

pontosvista

Bem, se voces sabem com quem os bispos falam, o que lhes é dito ainda bem para voces. Por mim nunca falei com nenhum (encontros com mais de 100 pessoas acho que não contam) por isso não sei com quem eles falam nem o que lhes é dito. Mas se acham que eles foram a Roma ouvir aquilo que não tinham antes ouvido cá fico preocupado. É que eu já li coisas semelhantes em jornais e revistas da igreja, até nalgumas analises do ultimo censo à pratica dominical, analises feitas a pedido das dioceses.
Fico preocupado, será que os bispos nem sequer lêem aquilo que é escrito nessas analises?