Lá naquele antro de gente doida que é o orkut, deparei-me com este texto:

Londres - O Comitê Judaico Internacional para as Consultas Inter-religiosas criticou duramente a decisão do papa Bento XVI de re-introduzir a missa em latim.

O rabino David Rosen, presidente dessa entidade, declarou que a proposta do Papa, que inclui introduzir versos em latim ao se pedir a conversão de judeus ao catolicismo "não é muito saudável".

"Qualquer liturgia que apresenta os judeus como vítimas de sua religião não mostra uma atitude muito saudável ao Judaísmo e ao povo judeu", disse Rosen.

A introdução do Rito Tridentino, que data do Concilio de Trento de 1570 e que havia sido proibida na década de 1960, gerou também preocupação entre grupos do diálogo religioso entre cristãos e judeus, que vêem a medida como um retrocesso na relação entre ambos grupos religiosos.

Vários editoriais religiosos em Roma já estão preparando novas edições do missal em Latim e já enviaram seus primeiros manuscritos ao Vaticano para sua autorização, escreveu hoje o jornal inglês Daily Telegraph.

Em uma parte do missal para a Sexta-feira Santa, se lê em latim: "Oremos pelos judeus, para que Deus retire o véu que cobre seus corações e lhes faça conhecer nosso senhor Jesus Cristo".

Nesse sentido, o Conselho Internacional para Cristãos e Judeus, com sede na Alemanha, escreveu uma carta às autoridades vaticanas classificando essa linguagem "profundamente prejudicial".

Um porta-voz de sua sede na Grã-Bretanha, que conta com o apoio do cardeal católico Cormac Murphy-O'Connor, chefe da Igreja Católica na Inglaterra e Gales, também expressou preocupações.

Jane Clements, diretora do programa do grupo, declarou que sua entidade "se opõe a qualquer grupo religioso que reza contra outros grupos".

"Mas esperamos que o Papa resolva esse problema de longa data do anti-judaísmo cristão que se perpetua em algumas liturgias", disse.

O novo missal poderia estar pronto em 5 de maio, mas fontes do Vaticano dizem desconhecer a posição do Pontífice sobre o assunto.


Gostaria de saber se realmente é verdade que a frase citada existe no missal para Sexta-Feira Santa.
Caso a resposta seja positiva, gostaria de saber se há a referência a mais algum povo/religião ou ausência dela.
E já agora se nas missas em língua vernácula tal declaração também consta.

O link: [www.jornaldamidia.com.br]

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.



Editado 1 vezes. Última edição em 06/06/2007 23:39 por Lena.

Ola
Na Vigilia pascal reza-se por todos, pelos Judeus, pelos Muçulmanos, pelos Ateus para que descubram o Amor de Deus e o vivam quotidianamente, bom seria que descobrissem tal como nós catolicos que jesus é o Filho de Deus e que Ele proprio é Deus.
Lena creio firmente que o sentimento anti-religioso europeu e de uma forma muito partcular em Inglaterra onde o anti-catolicismo é mais militante, faz deturpar os conteudos, ja leste o documento em questão? Se não o fizeste fá-lo com a maior brevidade pois so assim podes emitir um juizo sem preconceitos.
O dialogo inter confessional é muito complicado, juntar Cristãos Catolicos, Protestantes, ortodoxos é relativamente simples, agora juntar Cristãos, Judeus, Muçulmanos, Hindus, etc.. é um pouco mais complicado... repara se entre nós cristãos é complicado chegar a acordo em materias relativamente simples como podemos chegar a acordo com Religiões tão distintas...Por um lado nós e os Judeus temos uma raiz comum o Antigo Testamento, nós não o renunciamos e em boa parte os Muçulmanos também não o refutam, mas as semelhanças ficam por ai, existe muita boa vontade mas creio ser muito dificil concensos, valha-nos ao menos que não andam á pancada uns contra os outros...

Cumprimentos

Sérgio Lopes

P.S. Já ha muito tempo que em Fátima, nas grandes Peregrinações se usa o latim como lingua comum, é claro que os Ingleses acham mal para eles dever-se-ia usar o Ingles....

Sérgio

obrigada pela tua resposta.
Não leves a mal mas gostaria de ver a opinião de mais pessoas.

Acho muito estranho que numa igreja que pretende ser ecuménica, criticar as outras religiões ao ponto de afirmar que há um "véu que cobre os corações".

Acho compreensível que se reze pela conversão, deve ser algum comum às diversas religiões mas... para quê dar nomes? Para quê falar em judeus, muçulmanos,ateus?
Não será isso o resquício de alguma intolerância religiosa? Não era já tempo de acabar com essas barreiras que só trazem mau convívio?

Quanto ao documento em questão não o li, por isso vim aqui pedir ajuda. Um link ajudava, de preferência em português, já que parece que essa passagem não é novidade.

Infelizmente os católicos daquela comunidade são muito tímidos ou ignorantes, apenas um tentou falar e não explicou nada.
Dado o contexto em que esta noticia surgiu na comunidade ( um anti-sionista tenta provocar judeus metendo o catolicismo ao barulho) e sendo frequente criticar o catolicismo por tudo e por nada (o que me mete muita confusão) estava com alguma esperança que a noticia fosse falsa.

Falaste em deturpação do conteúdo. Se realmente o que lá está não significa o que se obtém de uma leitura normal, agradecia imenso que me explicassem, onde e como ocorreu tal deturpação.
Eu só quero entender, para poder falar ou então ficar calada.

Caso não saibas, sou ateia e apenas fui baptizada. nem um dia de catequese tive. Por isso não estranhes se as minhas questões parecem tontas. Ninguém nasce ensinado.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Ola
Para quem não cre...
O caminho que nos leva à conversão é muito doloroso, temos que combater todos os dias contra as nossas certezas e "preconceitos".
Quando falo em deturpação falo da descontextualização, repara que podes justificar todas as ideologias tirando o que precisas da Biblia, aos poucos e tirando daqui e dali completas as tuas ideias e justificas tudo. Por essa razão gostava que lesses primeiro o texto, assim sem preconceitos tiravas as tuas conclusões e depois falavamos melhor, infelismente não sei o link mas de certeza que alguém to facultara.
Agora faço-te uma pergunta, não havera uma intenção de descrebilizar o papa Alemão, principalmente no seu pais de origem, é que depois de descobrirem o seu passado na juventude e Hitler, desenterrarem a vontade de converter os Judeus, parece-me um pouco rebuscado...

Cumprimentos

Sérgio lopes

hummm

acho que não me entendeste,ou então fui eu que não te entendi.
Não pretendo ser convertida e o facto de querer esclarecer este ponto não tem a ver com nenhuma simpatia particular com o catolicismo. Simplesmente não gosto de manipulações.
A situação que relato não está relacionada com o passado de Bento XVI, mesmo que a intenção por detrás dos críticos judeus seja essa.
Quem postou o texto queria atacar os judeus, e estes respondem atacando o catolicismo. No fim todos malham em cima do catolicismo e fico pasma que sendo esta a religião dominante naquele pedaço virtual não apareça ninguém para por os pontos nos iii.

Aguardo que alguém me ceda então o texto original.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Ola Lena

Peço desculpa se entendeste que te queria converter, nada disso, essas coisas pertencem ao Espirito Santo, sou mero instrumento da Sua Mão (como catequista), mas não procuro "conversões".
Em questão de manipulações, bem devemos nos ultimos anos ser os mais atacados por essa praga, mas nada como umas agressões para nos fazer unidos.
Se não encontrares por aqui o documento, exprimenta na pagina do vaticano, foi de la que o tirei.
cumprimentos

Sérgio lopes

Lena,

Na liturgia em latim da Sexta-Feira Santa não se era lá muito simpático para com os judeus, apesar de se rezar por eles.

Citando de cor (com os erros que isso origina) a ideia que tenho é que se orava pelos pérfidos judeus que tinham morto Cristo para que se arrependessem e fossem perdoados.

Porém, convém salientar que:
O Cardeal Darío Castrillón Hoyos, presidente da Comissão Pontifícia “Ecclesia Dei”, confirmou em Aparecida que o Papa tem a intenção de estender a toda a Igreja de Rito Latino "a possibilidade de celebrar a Missa e os Sacramentos segundo livros litúrgicos promulgados pelo Beato João XIII em 1962", ou seja, antes da reforma do II Concílio do Vaticano.

Não sei se nestes livros da liturgia de 1962 se mantinha ainda aquela oração da Sexta-Feira Santa.

Mas isto é um falso problema: o aceitar uma liturgia nada tem de ver com frases específicas que, estando erradas, naturalmente devem ser alteradas.

Em Portugal muitos sacerdotes não liam aquela oração / invocação na Sexta-Feira Santa, mesmo quando ela constava dos livros de liturgia.

João (JMA)

Sérgio e João

muito obrigada pelas vossas respostas.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.