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Re: Obscurantismo
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 00:19

Citação:
Resumindo Caro Epafras
O que se conclui é que para si não é uma questão de erros da teoria, que nem os aponta, ou de desvirtuamento da realidade e dessa Verdade última e isenta que deve ser o objectivo da Ciência e da Fé.

Não gosta da teoria apenas porque não condiz com as suas expectativas intelectuais.

Devia ser mais prudente nas suas conclusões para não dizer disparates deste tipo. Caros foristas, o que se segue é uma crítica científica muito concisa do evolucionismo.

A ideia que as espécies não eram imutáveis havia sido debatida por décadas quando Charles Darwin propôs um possível mecanismo. Na descendência de cada espécie se produziriam modificações sem uma direcção preferencial (hoje chamadas mutações) e as condições ambientais favoreceriam a reprodução dos exemplares que tivessem mutações favoráveis; chamou a esta noção sobrevivência dos mais aptos ou selecção natural. Estas mudanças se teriam produzido muito gradualmente ao largo de milhões de anos, e teriam dado lugar à transformação de umas espécies em outras.

A formulação se baseava mais em hipóteses e teorias alheias à biologia que em dados experimentais firmes, e comparava o processo da selecção natural com o de selecção artificial, embora esta última, à diferença da primeira, obedece a um desígnio inteligente e deliberado, e em milhares de anos não conseguiu transformar nenhuma espécie em outra.

O desenvolvimento da genética, da biogeografia, da estatística de populações, da paleontologia e mais recentemente da biologia molecular permitiu uma reformulação da hipótese de Darwin, que hoje se conhece como teoria sintética ou neodarwinismo, e é considerada a ortodoxia científica. Apesar do seu indubitável papel unificador da biologia e do seu considerável êxito em explicar a adaptação ao ambiente de espécies determinadas (microevolução), a teoria sintética não resolveu graves problemas apresentados pelos dados disponíveis. Esta situação é esquecida por muitos cientistas, para quem a evolução é um dogma, ou seja, um facto cientificamente demonstrado. Mesmo quem propõe modificações substanciais da teoria o faz geralmente dentro do marco evolucionista.

Algumas das dificuldades da teoria que se tratam aqui são:

1) O problema do registo fóssil, no qual as espécies surgem subitamente e permanecem sem maiores mudanças até hoje ou até a sua extinção.

2) A escassez das possíveis formas de transição previstas por um modelo de mudança gradual.

3) A aparição abrupta dos principais phyla num período relativamente breve (a "explosão câmbrica").

4) Dados recentes que questionam seriamente os pontos de vista aceitados sobre a evolução de diferentes espécies; se mencionam os casos de artrópodos, aves e hominídeos.

5) A existência de espécies pancrónicas ou "fósseis viventes" (sem mudança evolutiva óbvia).

6) A evidência molecular que indica que as mutações se produzem mais frequentemente em genes com pouca importância adaptativa.

7) A discordância entre os dados paleontológicos e os denominados relógios moleculares, que datam a divergência de espécies segundo as sequências de ácidos nucleicos e proteínas.

8) A falta de uniformidade das estimações baseadas em diferentes relógios moleculares.

9) A ausência de aparição de novas espécies, depois de intenso trabalho experimental.

10) A ausência de explicações para a aparição evolutiva de orgãos complexos.

11) A carência de uma teoria consensada acerca de como se originou a vida em primeiro lugar.

12) Os sistemas biológicos possuem uma complexidade irredutível, na qual cada um dos componentes é crítico. Em qualquer outro campo, exceptuada a biologia evolucionista, a existência desta classe de sistemas é considerada evidência certa de desenho inteligente.

Bem hajam
Epafras

Re: Obscurantismo
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 00:38

Citação:
E deixe de tomar a vacina da gripe anual, porque os vírus não sofrem mutações genéticas em contacto com o ambiente de forma a melhor se adaptarem.
São tudo invenções da teoria da evolução.

Catolicapraticante, você ou está a brincar com a minha cara ou ignora olimpicamente o que é a teoria da evolução.
As mutações espontâneas em vírus, bactérias e demais espécies demonstram que a evolução é real, se se a define simplesmente como mudança no tempo. Não obstante, os microorganismos que mudam continuam a ser microorganismos. Este mecanismo observável, que pode chamar-se microevolução, é insuficiente para explicar a origem das diversas espécies ou macroevolução à Darwin, do mesmo modo em que não se pode produzir uma reacção termonuclear no forno da cozinha.

Epafras

Re: Obscurantismo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 00:54

De facto - há uma diferneça considerável entre micro evolução e macro evolução .
Mas ambas são factos absolutamente inegáveis.

Mas verifico que o Epafras aceita, pelo menos parcialmente, a Teoria da Evolução ( desde que temporalmente limitada e circunscrita a vírus...).

Quanto à origem das diversas espécies - nomeadamente a humana - é um facto científico que resultam dum processo evolutivo e não de "geração espontânea",com ou sem o sopro divino.

Não é por acaso que partilhamos 99% do genoma do chimpanzé.

Ao contrário do que afirma o Epafras ( talvez por desconhecimento olímpico sobre os temas que aflora) a teoria da evolução torna o "acaso" em significado e inteligibilidade...

Re: Obscurantismo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 00:55

Epafras

Tudo ia menos mal até ao ponto 12) do seu post.

Há um facto: algumas espécies surgem e outras desaparecem; há outro facto: encontram-se espécies que parecem intermédias. Discutem-se várias possibilidades para o aparecimento de novas espécies: será puramente aleatório? Que mecanismos existirão? Até aqui tudo normal. Os onze pontos que apresenta servem para mostrar que em ciência há sempre pontos para discutir e que há muitos mecanismos que não conhecemos bem.

No ponto 12) pretende introduzir uma explicação: alguém inteligente criou cada espécie. Seres extraterrestres muito evoluídos? Que tipo de inteligência terão esses seres? Como se terão desenvolvido? Estarão a actuar hoje em dia? Se a vida na Terra é tão complexa que nos leva a supor um desenho inteligente muito mais complexa é a inteligência que criou essa vida: logo teve que ser concebida por um desenho inteligente de alguém ainda mais inteligente, e por aí fora. Uma hipótese científica que levaria a muitíssimo mais factos inexplicados do que aqueles que pretende explicar é puro contrasenso e não se pode chamar ciência.

Uma solução é postular a existência de um ser com as propriedades que a teologia atribui a Deus. Mas sobre Deus não é possível fazer ciência. Deus não pode ser detectado (está fora do Universo e só actua em função da sua vontade, não está obrigado a respeitar leis naturais e a ciência só pode estudar fenómenos que respeitem leis naturais).

Em qualquer caso, por uma razão ou por outra, se tenta justificar a evolução com um desenho inteligente, sai sempre do domínio da ciência para entrar no da irracionalidade ou no da teologia.

pontosvista

Re: Obscurantismo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 01:49

Uma resposta integral aos pontos do epafras ( baseados em aformações completamente falsas como a 1, e 6)em

[criticanarede.com]
Quanto á questão da microevolução versus macroevolução:

"Embora o desígnio inteligente rejeite muitas das provas da evolução, ainda admite que se verifica alguma mudança evolutiva através da selecção natural. Esta mudança é aquilo que o Epafras chama de "microevolução" ou "mudanças genéticas em pequena escala, observáveis nos organismos". Tais mudanças microevolutivas incluem a evolução da resistência aos antibióticos nas bactérias, as mudanças na proporção das diferentes cores das borboletas nocturnas devidas à predação por parte das aves e todas as mudanças induzidas pela selecção artificial.

. O processo que produz mudanças macroevolutivas (definido aqui como "mudanças em larga escala, conduzindo a novos níveis de complexidade") tem de ser diferente de tudo o que os geneticistas estudaram até agora".

Assim, ainda que possamos utilizar a selecção para transformar um lobo quer num Chihuahua quer num São Bernardo, isso é apenas microevolução: eles continuam todos a ser cães. E uma mosca resistente ao DDT é, apesar de tudo, uma mosca. Por conseguinte, o Epafras reproduz a afirmação do DI de que a selecção natural mais não pode fazer do que criar mudanças microevolutivas: existem". Mas isto é argumentação capciosa

. Conforme frisámos, os fósseis já mostram que esta "macromudança", conforme é definida pelo Epafras , tem ocorrido no registo fóssil (a evolução de peixes para anfíbios, etc.).

E se os criadores não transformaram um cão noutra espécie de animal é porque a criação de cães tem ocorrido apenas há alguns milhares de anos, enquanto as diferenças entre cães e gatos, por exemplo, se desenvolveram no decurso de mais de dez milhões de anos. Nenhum princípio da evolução prescreve que as mudanças evolutivas observadas durante o período de uma vida humana não podem ser extrapolados para períodos muito mais longos.

Na verdade, o Epfras admite que as moscas da fruta do Hawai — um grupo variado de mais de 300 espécies — evoluíram todas a partir de um antepassado comum.
Sabemos agora que este antepassado comum viveu há cerca de 20 milhões de anos.
As espécies de moscas havaianas diferem em muitas particularidades, incluindo o tamanho, a forma, a relação com o meio, o padrão de cor, o modo de acasalamento, etc. Pode-se, de facto, sustentar que algumas das espécies de moscas diferem mais umas das outras do que os seres humanos diferem dos chimpanzés. Por que razão, então, os DIistas afirmam que os chimpanzés e os seres humanos (cujo antepassado viveu apenas há 5 milhões de anos) têm de ter resultado de actos separados de criação por parte do autor inteligente, enquanto admitem que as moscas da fruta evoluíram a partir de um antepassado comum que viveu há 20 milhões de anos?"

basta uma pesquisa na net pra responder ponto por ponto ás dúvidas do Epafras, as mais fascinantes das queis ( quanto a mim - se situma na área da genética.

Re: Obscurantismo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 02:02

“Estudos recente do genoma humano forneceram mais provas de que não fomos criados do nada. O nosso genoma é uma verdadeira amálgama de ADN inútil, incluindo muitos "pseudogenes" inactivos que foram funcionais nos nossos antepassados. Porque é que nós, seres humanos, diferentemente da maior parte dos mamíferos, necessitamos de vitamina C na nossa dieta? Porque os primatas não conseguem sintetizar este nutriente essencial a partir de químicos mais simples. Apesar de transportarmos todos os genes necessários à sintetização da vitamina C. O gene utilizado para o último passo nesta via de biossíntese foi desactivado por mutações há quarenta milhões de anos, provavelmente porque não era necessário nos primatas frugívoros. Mas ainda subsiste no nosso ADN, um dos muitos vestígios inúteis que dão testemunho da nossa ascendência evolutiva.”

Outro exemplo fascinante – aqui:

[www.picarelli.com]

Re: Obscurantismo
Escrito por: dimensao7 (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 06:33

Mais uma vez me parece que o problema não é cientifico. É religioso.

E a prova está que Epafras começa por dizer:

"Se a Igreja Católica reconhecesse a veracidade da teoria da evolução neodarwinista isso implicaria negar Deus como criador de todas as coisas"

e só depois tenta apresentar dados que contrariem a teoria evolutiva. E mesmo desprezando o facto de alguns dos pontos apresentados serem ou falsas questões, ou já estarem explicados, ou nem sequer serem correctos, o é que é obvio é que se a questão fosse meramente cientifica seria apresentada ao contrário ou, mais provável ainda, nem estava a ser tocada.

E se evidencias fortes existissem do erro crasso da teoria evolutiva a conclusão seria sempre: então vamos lá a procurar outro mecanismo que explique isto e não dizer: eis a prova da existencia de Deus Criador em acção. Porque, como bem explica Stephen Jay Gould, se a teoria Evolutiva é questionável e imperfeita em alguns pontos, o facto dos seres evoluirem é incontornável.

O mesmo se passa na discussão macro vs micro evolução. Ela só existe porque os factos experimentais da micro são incontornáveis. Quanto á macro, enquanto ninguém colocar pó e água no agitador, levar o recipiente á estufa e tirar ao fim de uma hora um homem novinho em folha, haverá sempre espaço de manobra para a demagogia.


Mas por falar em factos incontornáveis, outro facto incontornável é que até agora nesta discussão já aconteceram ataques à teoria da evolução por falta de provas, já se defendeu a teoria da evolução com base em provas, mas quanto ao criacionismo nada.

Afinal como é Epafras? Aonde estão os dados experimentais firmes, daqueles que tanto gosta de falar, que demonstrem inequivocamente a superioridade do criacionismo face à teoria da Evolução? Em que factos incontornáveis se baseia a sua convicção que nos levem a acreditar que por detrás existe uma sólida lógica e não apenas preconceito e retórica demagógica? Ou será que a exigência de factos demonstrados é só para os outros?

Re: Obscurantismo
Escrito por: dimensao7 (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 06:43

Já agora, só para não embadeirar em arco a teoria da evolução, seria interessante ouvir alguns comentários ao seu "Dark Side" isto é à Eugenia que esteve na base do racismo NAZI e ao "Darwinismo Social".

Re: Obscurantismo
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 08:20

Existe o fazer e o modo de fazer. O fazer é criativo; o modo de fazer é evolutivo. No fazer há inteligência, no modo de fazer há amor.

*=?.0



Editado 1 vezes. Última edição em 11/09/2006 08:22 por Albino O M Soares.

Re: Obscurantismo
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 09:00

E sempre após um período de observação, chegamos à necessidade de interpretação, porque para além da realidade existe o indizível.

*=?.0

Re: Obscurantismo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 10:07

Dimensão7:

Tens toda a razão: Se a questão fosse meramente cientifica seria apresentada ao contrário ou, mais provável ainda, nem estava a ser tocada.

O grande risco das manipulações dos criacionistas tentarem fazer passar a ideia de que o Id é sequer uma teoria científica.

Aliás questão nem sequer é teológica ou religiosa.
Pois a Teologia ( nomeadamente a Católica) há muito que superou as pretensas dicotomias entre religião e ciência e a falsa oposição entre evolucionismo e criacionismo.

Se o problema não é científico, teológico ou mesmo religioso, a questão deve ser colocada a um outro nível. Qual a ideologia política, económica ou o sistema de valores subjacente a este epifenómeno de criar uma falsa polémica.

Quais os objectivos? Porquê este súbito discurso anti-ciência e a tentativa de regresso do fundamentalismo religioso nas sociedades ocidentais?

Que riscos representa? Mesmo para a própria religião?

Nota - Quanto á acusação de que o eugenismo, racismo e sexismo foram estritamente baseados em pressupostos evolutivos parece-me pouco consistente.

Em boa verdade, estes conceitos devem mais á religião e á ideologia política do que ao conhecimento científico ( Basta ler o que escreve o Epafras).

Ou seja, dificilmente se pode falar em Dark side da teoria da evolução. SEria tão incorrecto como falar em dark side da Física quãntica ou da teoria geral da gravidade ou da Bioquímica.

Re: Obscurantismo
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 17:32

Não vou comentar por falta de tempo todas as expressões de desejo, argoladas e meias verdades que foram ditas mas apenas esta frase pelo seu grau de caricato. Diz a católica praticante

Citação:
Quanto à origem das diversas espécies - nomeadamente a humana - é um facto científico que resultam dum processo evolutivo e não de "geração espontânea",com ou sem o sopro divino.

Ora, quem contempla a noção de que um ser vivo pode surgir espontaneamente de matéria inerte é a teoria evolucionista. Apenas cinco anos depois de Darwin ter publicado A origem das espécies, Louis Pasteur, demonstrou que a vida provém da vida. Pastuer afirmou:

Citação:
Nunca a doutrina da geração espontânea se recuperará do golpe mortal desta simples experiência. Não há circunstância conhecida na qual possa afirmar-se que os seres microscópicos vieram ao mundo sem gérmenes, sem pais semelhantes a eles mesmos.

Para os evolucionistas nisto o genial francês, infinitamente superior a Darwin como cientista se equivocou e hoje em dia uma teoria que supõe geração espontânea (na origem) é geralmente aceite.

Caro pontos de vista

Citação:
No ponto 12) pretende introduzir uma explicação: alguém inteligente criou cada espécie. Seres extraterrestres muito evoluídos? Que tipo de inteligência terão esses seres? Como se terão desenvolvido? Estarão a actuar hoje em dia? Se a vida na Terra é tão complexa que nos leva a supor um desenho inteligente muito mais complexa é a inteligência que criou essa vida: logo teve que ser concebida por um desenho inteligente de alguém ainda mais inteligente, e por aí fora.

Se concordarmos no ponto de vista realista, creio que podemos admitir que se algo existe hoje, é porque algo sempre existiu, do contrário deveríamos admitir a geração espontânea.

Para os cristãos (e teístas em geral) o que sempre existiu é Deus, e pelo contrário o universo físico teve um princípio.

Se esta discussão tivesse lugar antes de meados do século XX, a resposta acerca do que é eterno (Deus ou o universo) seria sobretudo uma questão de fé.

Não obstante, actualmente a ciência admite que o universo teve um começo, ou seja, que não é eterno. E se não é eterno, teve que ser causado por algo ou alguém que o fosse.

Com respeito à questão do desenho (a que não é preciso aderir para não ser evolucionista pois existem várias outras boas razões ciêntificas para não o ser, como também não implica ter que acreditar em Deus aceitar a teoria do desenho) suponho que as seguintes observações serão de interesse:

A IRREDUZÍVEL COMPLEXIDADE DA VIDA

Num artigo publicado na revista Science há mais de três décadas, Michael Polianyi chamava a atenção sobre a similitude formal entre a complexidade das máquinas feitas pelo homem e os processos vitais. Em ambos os casos, existem uma diversidade de partes que interactuam entre si.

"A estrutura das máquinas e o seu funcionamento são assim formadas pelo homem, ainda que os seus materiais e as forças que as operam obedeçam às leis da natureza inanimada. Ao construir uma máquina e provê-la com energia, aproveitamos as leis da natureza que trabalham no seu material e na energia que a impulsiona e as fazemos servir o nosso propósito... Assim, a máquina em conjunto funciona sob o controle de dois princípios diferentes. O superior é o princípio do desenho da máquina, e este aproveita ao inferior, que consiste nos processos físicoquímicos nos quais se baseia a máquina."

(Polanyi, M. Life´s irreducible structure. Science 160: 1308-1312, 1968; página 1308).

São precisamente os limites que a máquina impõe à forma em que nela podem operar as leis naturais o que a faz útil. Igualmente, as leis naturais não suspendem as suas operações nos sistemas biológicos, porém existe neles um princípio superior de organização que aproveita estas leis. Assim, a existência dos ácidos nucleicos sem dúvida obedece a leis químicas, porém neles se encontra um vasto conteúdo de informação cuidadosamente especificada que não poderia existir só pela operação das leis químicas.

"Suponha-se que a estrutura real de uma molécula de DNA fora devida ao facto de que as ligações entre as suas bases fossem muito mais fortes do que seriam para qualquer outra distribuição de bases; então tal molécula de DNA não teria conteúdo informativo ... Podemos notar que tal é realmente o caso de uma molécula comum. Já que a sua estrutura ordenada é devida a um máximo de estabilidade, correspondente a um mínimo de energia potencial, o seu ordenamento carece da capacidade de funcionar como um código... À luz da actual teoria da evolução, a estrutura codificada do DNA deve ser assumida como tendo surgido por uma sequência de variações ao azar estabelecida por selecção natural. Porém este aspecto evolutivo é irrelevante aqui; qualquer que seja a origem de uma configuração de DNA, ela pode funcionar como código somente se a sua ordem não é devida às forças da energia potencial... Vimos que a fisiologia interpreta o organismo como uma complexa rede de mecanismos, e que um organismo é -como uma máquina- um sistema sob controle dual. A sua estrutura é a de uma condição de contorno que aproveita as substâncias fisicoquímicas do organismo, ao serviço das funções fisiológicas ... E posso acrescentar que o DNA é tal classe de sistema, já que todo sistema que leva informação está debaixo de controle dual, pois todo o sistema desta classe restringe e ordena, ao serviço do transporte da sua informação, recursos extensos de particulares que de outro modo seriam abandonados ao azar, e portanto actua como uma condição de contorno"

(Polianyi, l.c., página 1309).

Precisamente, a investigação bioquímica achou, uma e outra vez, sistemas cujas complexidade intrínseca e interdependência entre as suas partes desafia todo o intento de imaginá-los como o produto de uma evolução gradual a partir de sistemas mais simples.

A força deste argumento foi percebida por George C. Williams, um dos originadores da teoria de selecção de genes popularizada por Richard Dawkins no seu livro O gene egoísta. Não obstante, Williams posteriormente declarou:

"Os biólogos evolucionistas não se deram conta de que trabalham com dois domínios mais ou menos incomensuráveis: o da informação e o da matéria ... Estes dois domínios nunca podem reunir-se de modo algum por o que habitualmente se implica por ‘reducionismo’ ... O gene é um bloco de informação, não um objecto. O padrão de pares de bases numa molécula de DNA especÍfica o gene. Porém a molécula de DNA é o meio, não a mensagem. Manter esta distinção entre o meio e a mensagem é absolutamente indispensável para pensar com clareza acerca da evolucão... Em biologia, quando você fala de coisas como genes, genotipos e grupos de genes, está falando acerca de informação, não de uma realidade física objetiva."

(Entrevista em John Brockman, Ed. The Third Culture: Beyond the Scientific Revolution. Simon & Schuster, New York, 1995, p. 42-43).

Quatro exemplos de sistemas complexos

Poderia-se abundar em exemplos, porém nos limateremos a citar alguns dos mais óbvios. A propósito do desenvolvimento de orgãos complexos, menciono a extraordinária complexidade da fotossensibilidade, ou propriedade de certas células de responder à luz. Dito processo envolve uma cadeia de reacções catalizadas enzimaticamente, variações em concentrações de intermediários, mudanças de permiabilidade iónica nas membranas, libertação de mensageiros químicos e processos de recuperação.

Um segundo exemplo o constitui o mecanismo de transporte intracelular de proteínas. Uma vez que uma proteína é produzida, deve ser colocada no sítio correcto da célula. Este direccionamento exige um complexo sistema de membranas, passos intermédios, enzimas e cofactores, a maioria dos quais são imprescindíveis, de modo que o processo falha se falta ou está alterado um deles.

Outro exemplo o constitui o mecanismo de hemostasia, ou detenção da hemorragia de uma ferida, através da coagulação do sangue. Trata-se de uma cascata de reacções que envolvem precursores de enzimas, enzimas e cofactores. A falta ou alteração de um só deles ocasiona, por exemplo, a hemofilia. Outros defeitos podem ocasionar o transtorno oposto, uma excessiva coagulabilidade do sangue, de graves consequências. Em consequência, a coagulação deve ser precisamente regulada tanto para que o sangue coagule quando isso é favorável ao organismo, como para que não coagule quando isso é prejudicial.

Um quarto exemplo o constitui o sistema imunitário, com a sua capacidade de produzir anticorpos contra substâncias estranhas (antígenes) com a consequente destruição, através de outra cascata enzimática chamada complemento, das células estranhas ao organismo. De novo, é essencial que o organismo possua mecanismos de defesa contra as infecções, porém ao mesmo tempo é vital que tais mecanismos não reajam contra as próprias células do hóspede.

Estes últimos dois sistemas, da coagulação e do complemento se caracterizam portanto, além de sua complexidade, pela necessidade de uma estreita regulação que impeça a sua activação em condições inapropiadas. Tanto a activação do mecanismo da coagulação como a de mecanismos imunológicos são imprescindíveis para conservar a vida, porém podem pô-la em perigo se não são cuidadosamente regulados.

Chamativamente, não existem explicações adequadas, no marco neodarwinista, sobre a aparição destes sistemas; a sua existência não pode desde logo negar-se, porém o modo em que chegaram a existir não está em absoluto claro. Como sublinha Michael Behe:

"A impotência da teoria darwinista para dar conta das bases moleculares da vida é evidente não só das análises deste livro, mas também da ausência completa, na literatura científica professional, de quaisquer modelos detalhados pelos quais poderam ter-se produzido sistemas bioquímicos complexos... Ante a enorme complexidade que a moderna bioquímica descobriu na célula, a comunidade científica está paralizada. Ninguém na Universidade de Harvard, ninguém nos Institutos Nacionais de Saúde, nenhum membro da Academia de Ciências, nenhum ganhador do prémio Nobel - ninguém em absoluto pode dar um relato detalhado de como o cílio [complexo orgão motor], ou a visão, ou a coagulação do sangue, ou qualquer processo bioquímico complexo pode ter-se desenvolvido ao modo darwiniano. Porém estamos aqui. As plantas e os animais estão aqui. Os sistemas complexos estão aqui. Todas estas coisas chegaram aqui de alguma maneira; se não ao modo darwiniano, como?" (Behe MJ. Darwin's Black Box. The biochemical challenge to evolution New York, The Free Press, 1996; página 187).

Desenho sem desenhador?

O argumento do desenho, de larga data, foi apresentado em tempos modernos por William Paley na sua Teologia Natural e foi ridicularizado por décadas pelos partidários do dogma evolutivo. Quiçá o mais conhecido intento seja o de Richard Dawkins no seu O relojoeiro cego. Este cientista britânico explica que pode considerar-se um ateu intelectualmente satisfeito graças a Darwin e define a biologia como o estudo de coisas complicadas que dão a impressão, ou melhor criam a ilusão, de ter sido criadas com um propósito.

"O problema do biólogo é o problema da complexidade. O biólogo trata de explicar o funcionamento, e o início da existência, de coisas complexas em termos de coisas mais simles...
A selecção natural é o relojoeiro cego, cego porque não pode ver o que há por diante, não planeja as consequências, não tem propósito em vista. No entanto, os resultados vivos da selecção natural nos impressionam avassaladoramente com a aparência de desenho e planificação"
(Richard Dawkins, The Blind Watchmaker, 3rd Ed. W.W. Norton, New York, 1996, página 15,21)

Paley defendia a noção de desenho sobre a base da presumida perfeição da criação, e os seus adversários foram capazes de assinalar muitas imperfeições, verdadeiras ou supostas. No entanto, a noção de desenho não traz implícita a ideia de perfeição. Podemos perceber desenho quando num sistema ou objecto se detecta uma disposição deliberada, significativa e inteligente de suas partes. Uma tosca ferramenta neolítica é considerada prova de desenho inteligente em arqueologia. Além disso deve sublinhar-se que a ideia de desenho inteligente não contradiz de modo algum a operação das leis naturais, nem nos diz nada directamente sobre a identidade do desenhador.

A detecção de desenho inteligente é usada continuamente pelos arqueólogos para a detecção de restos de actividade humana. Mais ainda, se projectos como o da "detecção de inteligência extraterrestre" (SETI) detecta-se uma mensagem (informação) proveniente do espaço exterior, por mais simples que esta fosse, isso seria considerado evidência em favor da existência de inteligência extraterrestre. De igual modo, é difícil evitar a conclusão de que a detecção de desenho inteligente nos sistemas biológicos implica que, conforme a nossa experiência, a ideia de um desenhador está longe de ser absurda, ainda que não soubessemos nada acerca da sua identidade. De facto, fora da biologia tal como esta é entendida pelos neodarwinistas, a existência de um verdadeiro desenho não explicável pela simples operação de forças físicas é considerada evidência irrefutável da existência de um desenhador inteligente.

É a selecção natural um fiasco?

A crítica precedente sobre a validade da selecção natural como mecanismo da evolução não implica de modo algum negar a realidade da selecção natural; mas sublinha que é altamente improvável que tal mecanismo possa ser responsável pela diversidade de espécies.

A selecção natural parece ser um importante mecanismo na microevolução. Um exemplo famoso é o das populações da chamada borboleta do abedul(Biston betularia). Este insecto é normalmente de côr clara, ainda que ocasionalmente surgem, por mutação, exemplares escuros. Antigamente tais exemplares escuros eram eliminados rapidamente pelos predadores, pois a sua cõr os fazia muito visíveis sobre o tronco das árvores. Quando a revolução industrial em Inglaterra fez que as árvores se escurecessem pela fuligem, a população de Biston se fez predominantemente escura. Em tempos recentes, as medidas ecológicas clarificaram os troncos, e os insectos claros voltaram a predominar.

É importante observar 1) que havia borboletas claras e escuras durante todo o período, e até hoje e 2) que o predomínio de uns exemplares ou outros não envolve o surgimento de uma nova espécie. Apesar disso, muitos pensam que estes mecanismos selectivos são similares aos envolvidos na especiação. Contudo, o que é certo numa escala não necessariamente o é em outra. Por exemplo, a temperaturas de muitos milhares de graus, como as existentes no interior das estrelas, produzem-se reacções termonucleares. Os fenómenos de combustão também elevam a temperatura. Contudo, não se podem produzir reacções termonucleares com um fogareiro ou um forno de padaria. A escala é muito diferente. O facto de que a selecção natural modifique o equilíbrio de populações, por exemplo, de bactérias resistentes a um antibiótico, não implica que possa transformar umas espécies em outras, nem muito menos que seja o mecanismo responsável da fantástica diversidade dos seres vivos.

De facto, ainda que não o digam nos seus tratamentos do tema dirigidos à opinião pública, a comunidade científica evolucionista é dolorosamente consciente destes problemas.

"Passou aproximadamente meio século desde que se formulou a síntese neodarwiniana. Realizou-se muita investigação dentro do paradigma que ela define. Contudo, os éxitos da teoria se limitam às minúcias da evolução, como mudanças adaptativas na côr das borboletas; ao passo que tem notavelmente pouco que dizer sobre as perguntas que nos interessam mais, como por exemplo, de como chegou a haver borboletas em primeiro lugar" (Ho, M.-W.; Saunders, P. Beyond Neo-Darwinism - An epigenetic approach to evolution. Journal of Theoretical Biology 78: 589, 1979).

Os artrópodos, invertebrados de patas articuladas que incluem crustáceos, quelicerados, miriápodos e insectos, constituem mais de metade de todas as espécies conhecidas. Contudo,

"...para lá desta rudimentar taxonomia, há pouco acordo sobre como se relacionam os artrópodos, existentes e extintos ... Permanece a pergunta evolucionista central: Como, em termos tanto de padrão como de processo, chegou a existir a incomparável diversidade e persistência dos artrópodos? ... Os estudos de morfologia e embriologia comparativas somente polarizaram ainda mais o debate... por agora, os dados moleculares são muito escassos, e a diversificação demasiado rápida e antiga como para permitir a reconstrução de filogenias não ambíguas... Mesmo se a filogenia historicamente correcta pudesse ser decifrada..., só teriamos a metade de uma resposta à pergunta evolucionista central. Permaneceria o desafio de reconciliar o padrão filogenético com o processo evolutivo."

(Grosberg, R.K.: Out on a limb: Arthropod origins. Science 250: 632-633, 1990; ver também Lemarchand, F. Les premiers insectes. La Recherche 296: 85, Mar. 1997).



Editado 1 vezes. Última edição em 11/09/2006 17:38 por Epafras.

Re: Obscurantismo
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 21:20

Quase me atrevo a lhe chamar de mestre Albino ... mas sei que não lhe agrada tal título.
Fala pelo nous ...pelo espírito . Só o Pneuma ( Espírito Santo ) é Mestre .
chris

Re: Obscurantismo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 11 de September de 2006 21:45

Epafras

Qualquer que seja a complexidade da vida, admitir um autor inteligente para a vida deixa sempre muito mais questões do que aquelas a que responde. Em ciência usa-se a navalha de Occam: não se devem multiplicar hipóteses sem necessidade. Neste caso do desenho inteligente a situação é muito pior: para responder a algumas questões em biologia para as quais ainda não temos resposta, coloca-se a hipótese desmesurada de um ser inteligente sobre o qual nada se pode dizer (inviabilizando assim a sua detecção e excluindo-o do domínio da ciência), que daria resposta a todas as perguntas. Em Física seria como se Newton, em vez da teoria da gravitação universal, tivesse criado a teoria dos anjos de atracção: os corpos atraem-se porque há uns anjos invisíveis que os empurram. Se alguém perguntasse como se poderiam ver os anjos dir-se-ia apenas que eram invisíveis, mas que era óbvio que se a maçã cai terá que ser porque alguém a empurra!

A grande vantagem das teorias científicas é permitirem a previsão de novos factos: a evolução previa que se deveriam encontrar seres intermédios e na verdade encontram-se tais vestígios de tais seres. Previa que se deveriam encontrar esses vestígios com abundância. Como nem sempre é assim, é possível pôr a teoria em causa. Mas é uma grande teoria científica precisamente porque fornece as previsões que a podem pôr em causa!

O desenho inteligente não prevê nada. Apenas diz: alguém fez isso assim e pronto. Mas não diz nada sobre esse alguém, nem fornece previsões que, no caso de não se verificarem inviabilizem a teoria e que no caso de se verificarem mostrem a sua adequação à realidade.

Do ponto de vista da filosofia, o desenho inteligente é perfeitamente aceitável. Do ponto de vista da ciência, não é de todo aceitável. Jogar depois com informação sobre biologia é apenas uma forma de tirar o debate do essencial: o que é que pode ser considerado uma hipótese científica?

pontosvista

Re: Obscurantismo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de September de 2006 02:14

O Id não é ciência. Ponto final.

Re: Obscurantismo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de September de 2006 02:44

~"Microevolução e Macroevolução

Microevolução refere-se às mudanças em pequena escala nas frequências genéticas em uma população ao longo de poucas gerações. Estas mudanças podem ser devidas a varios processos: mutação, fluxo gênico, deriva genética, assim como a seleção natural. Macroevolução refere-se às mudanças em larga escala nas frequências de genes em uma população ao longo de um grande período de tempo (e talvez culmine na evolução de uma nova espécie).

A diferença entre as duas é difícil de distinguir porque, com o tempo, sucessivas mutações minúsculas semelhantes àquelas evidenciadas na microevolução se acumulam em populações isoladas e acabam por criar novas espécies, o que é conhecido como macroevolução.

Os dois termos não são muito usados pelos cientistas, que não vêem nenhuma necessidade de referir-se ao mesmo processo por nomes diferentes por causa do grau a que o processo ocorre. Os dois termos são largamente usados pelos fundamentalistas religiosos, que dizem que a microevolução pode e acontece mas a macroevolução não pode, esquecendo que ambos são o mesmo processo, com o último simplesmente levando mais tempo.

O estudo da macroevolução tenta responder a perguntas como;

Por que os maiores grupos de animais subitamente apareceram nos registros fósseis (fenómeno conhecido como a Explosão Cambriana)?
Por que nenhum novo grupo principal de coisas vivas apareceu no registro fóssil por muito tempo?
Por que a evolução aparentemente ocorre em esguichos, com muitas espécies passando longos períodos de estase com pouca mudança evolucionária (equilíbrio pontuado)?
Quais processos levam à especiação?

Há dois caminhos principaisnos quais a macroevolução pode ocorrer. O primeiro caminho faz-se através da e xtrapolação do processo microevolucionário. Minúsculas microevoluções, durante tempo suficiente, adicionam-se e se acumulam em populações isoladas e eventualmente podem resultar em novas espécies. O segundo, é um caminho em que a macroevolução ocorre através de mudanças repentinas. Esta teoria, equilíbrio pontuado, proposta por Stephen Jay Gould, é baseada no fato de que há genes críticos (como o homeobox - hox) em todos os organismos vivos, e pequenas mudanças neles poderiam causar mudanças drásticas no organismo, resultando em uma nova espécie rapidamente.

Mutações únicas e pequenas são às vezes a diferença principal entre uma espécie e outra. Cientistas decobriram genes muito importantes como o homeobox, que regula o crescimento dos animais em seus estados embrionários.

Tem-se conseguido criar novas espécies de moscas pela irradiação do gene homeobox, causando uma mutação radical no desenvolvimento dos segmentos do corpo. Pode crescer um tórax extra na mosca, ou produzir pernas a partir dos bulbos ópticos, devido apenas à alteração de um único par de bases.

Propôs-se que as centopéias e os milípedes originaram-se de insetos precursores, mas seus genes homeobox mudaram e acabaram crescendo dúzias de segmentos do corpo ao invés de apenas um. Uma mudança bem pequena, e uma espécie inteira é formada.

Mutações no homeobox e em genes críticos, às vezes chamadas macromutações, causam a adição de segmentos no meio do corpo dos Arthropoda. Um grande problema encontra-se nas escalas de definição oferecidas pelas técnicas biológicas.

O registro fóssil não pode guardar eventos que aconteceram em menos de um milhão de anos, o que permite mostrar especiações lentas que são resultado de mutações durante um longo tempo, mas que grava súbitos "pulos" nas espécies, que mais parecem o resultado de mutações nos genes críticos reguladores em umas poucas gerações. Macromutações são, provavelmente, a melhor explicação da Explosão Cambriana que ocorreu há 550 milhões de anos.

Alguns propositores do criacionismo aceitam que a microevolução ocorre no curto prazo, enquanto que a macroevolução, especificamente levando à especiação, é expressamente rejeitada. A Microevolução pode ser facilmente demonstrada nos laboratórios para a satisfação da maioria dos observadores.

Enquanto os eventos de especiação têm sido demonstrados em laboratório e no campo, diferenças realmente dramáticas entre espécies não ocorrem usualmente em escalas de tempo diretamente observáveis (e ocorrem demasiado rápido para o processo ser mostrado nos registros fósseis).

Alguns criacionistas têm discutido que, uma vez que a macroevolução não pode ser confirmada por uma experiência controlada, ela não pode ser considerada como uma parte da teoria científica. Mas os evolucionistas, ao contrário da astronomia, geologia, arqueologia e outras ciências históricas, podem checar hipóteses através de experimentos naturais.

Eles confirmam hipóteses investigando se elas se ajustam às evidências físicas e às observações e através da validação de previsões. Desta forma, a macroevolução é testável.



Críticos da evolução biológica dizem que somente Deus, algumas vezes chamado de "Designer Inteligente", é responsável pela criação de espécies diferentes. Muitos apontam a Bíblia como evidência de que todas as coisas vivas foram criadas de forma separada.

Os cientistas consideram que as grandes brechas entre os grupos taxonômicos podem ser explicadas por fatores ecológicos/evolucionários, como extinção, afunilamentos populacionais, e o surgimento de nichos ecológicos desocupados.

A Macroevolução é simplesmente a Microevolução durante um grande período de tempo. De acordo com a síntese moderna, não há necessidade de distinção entre tipos diferentes de evolução já que todos são causados pelos mesmos fatores.

Uma crítica comum ao modelo da Seleção Natural baseia-se na falta de uma transição suave entre espécies no registro fóssil. Mas a teoria do equilíbrio pontuado explica o motivo de formas transitórias serem às vezes perdidas. E não é a única explicação. Uma outra explicação mais prosaica diz que as formas transicionais são perdidas somente porque, por alguma razão geográfica, elas não se fossilizam. Considerando que a fossilização dos organismos é atualmente um evento incrivelmente raro e excepcional, essa é uma explicação provável. Argumentos comuns contra a evolução usualmente discutem "falta de elos". Na verdade, os cientistas descobriram milhões de fósseis que, todos juntos, preenchem uma bela e grande árvore evolucionária. É claro que há "elos perdidos". Seria ingênuo pensar que cada espécie viva deixou para trás fósseis bons e limpos e foram todos encontrados pelos cientistas."

Há exemplos claros de fósseis de transição ou elos entre espécies.Claro que os criacionistas não aceitam esse facto.

Re: Obscurantismo
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 13 de September de 2006 22:24

cp vc é Bióloga???

Re: Obscurantismo
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 13 de September de 2006 23:35

Não, nem sequer são textos dela. Copiou-os da net mas "esqueceu-se" de colocar o link. O que não se deve fazer porque quem nos lê pode julgar que somos uns especialistas na materia quando na realidade apenas fizemos umas leituras com a ajuda da wikipedia ou do google.

Aproveito tambem para esclarecer um pormenor. Pelo que tenho lido a ideia do gemoma inutil, resquicio inutil da evolução, tem vindo a ser abandonada. Descobertas relativamente recente mostram que essas partes do genoma (a maior parte dele) tem bastante utilidade. Só ainda não se decobriu bem quais as utilidades de cada parte (assim no plural porque quase sempre os genes não têm uma unica utilidade)

Re: Obscurantismo
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 14 de September de 2006 00:29

dedo duro vc ,eim Camilo ?...mas muuuiiitooo generoso -).
Deixa a CP responder por ela própria, pois se não é bióloga ,é uma pesquisadora e tanto ....
CP o que sabes de física quantica???



Editado 1 vezes. Última edição em 14/09/2006 00:32 por Chris Luz BR.

Re: Obscurantismo
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 14 de September de 2006 10:48

Cara Chris o Camilo tem razão - O texto está entre aspas mas saiu o Link ( coisa que também já aconteceu numerosas vezes com o camilo.

Os conceitos estão por aqui:
[pt.wikipedia.org]

De qualquer forma a observação do Camilo é lateral e bastante estúpida, porque logo a seguir ele faz umaafirmação generalista "tenho lido que" mas não cita bem fontes nem artigos científicos nem autores. O costume.

Quanto aos estudos sobre o genoma, as investigações actuais têm demosntrado a teoria da evolução de uma maneira bastante sólida.


E o camilo não sabe se sou bióloga Chris, fala por falar...Sim, sou investigadora , mas não de Físca Quãntica!
Jinhos

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