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Bispos querem libertar-se de Roma
2001-10-07 11:22:22

Os bispos do mundo inteiro querem o poder na Igreja Católica mais descentralizado e estão a pedir ao Papa que atribua mais autonomia às conferências episcopais. Os apelos estão a ouvir-se no Vaticano durante a X Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que iniciou no dia 30 e se prolonga até 27 deste mês com a presença de 247 prelados de todo o mundo.


"Sugiro que as proposições que apresentaremos ao Papa incluam uma petição para um estudo mais profundo sobre o papel das Conferências Episcopais de modo a que se analise a nossa compreeensão da tarefa específica dessas Conferências no ensino da fé católica ao Povo de Deus dos nossos dias".

Esta proposta partiu do cardeal William Keeller, arcebispo de Baltimore, tendo sublinhado que todos os bispos têm também inerente ao seu ministério a "dimensão magisterial". Por outras palavras, o prelado lembrou que o poder de ensinar e de decidir é reconhecido a todos os que recebem o "munus" episcopal e não apenas dos que ocupam as cadeiras nos meandros do Vaticano.

Na mesma ordem de ideias se manifestou o Patriarca de Cilicia dos Arménios (Libano), Beatitude Nerses Bedros XIX. Segundo as suas palavras, "uma excessiva centralização de Roma pode afogar as riquezas das igrejas particulares". Neste contexto, sublinhou: "A Igreja de massas já não existe."

O bispo Norbert Brunner, da diocese de Sion (Suíça) foi mais longe nos apelos. "É necessário conservar-se as competências a cada nível e faz falta confiança nas responsabilidades dos bispos locais", disse. Segundo este hevéltico, "a nivel da Igreja Universal deveria resolver-se centralmente apenas o que é necessário para a unidade da Igreja".

Para o presidente da Conferência Episcopal do México, cardeal Luis Morales Reyes, "a colegialidade episcopal deve ser entendida à luz das fontes da revelação e não de modelos humanos ou sociais". Neste sentido, lançou o desafio: "Que se continue a aprofundar a natureza teológica e jurídica das Conferências dos bispos, particularmente no que se refere ao seu magistério colegial e a sua relação com a Cúria Romana, e que a espiritualidade da colegialidade as penetre e transforme para fazer de cada Conferência a casa e a escola da comunhão."

Têm assento neste Sínodo 175 bispos eleitos pelas suas conferências epicopais, 35 escolhidos pessoalmente pelo Papa e 37 que por direito próprio devido aos cargos que ocupam. As suas propostas podem ser decisivas para que se verifiquem algumas alterações na estrutura da Igreja.

Recorde-se que acima do Sínodo só um Concílio tem maior poder de decisão. Para já, parece ser nítida a vontade dos bispos em verem as suas igrejas locais menos subordinadas a Roma. João Paulo II terá a última palavra.

Fonte DN

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