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Devotos da batota não faltam à festa da Senhora da Serra
2001-09-08 09:23:47

Centenas de quilos de vitela, novenas atraem, anualmente, milhares de pessoas à romaria da Senhora da Serra, em Bragança, que termina hoje, com missa e procissão.


No alto da Serra da Nogueira, um dos pontos mais alto do distrito, cerca de 930 pessoas, alojadas nos 320 quartos disponíveis nos albergues construídos pela Confraria da Senhora da Serra, participam, desde 30 de Agosto, nas novenas, rezando dia e noite. À oração e reflexão juntam-se, ainda, outras centenas de pessoas que lá se deslocam todos os dias mas para esses, a devoção não é religiosa mas, sim, o vício do jogo.

Salas repletas
"Este ano, investimos, na remodelação da capela, que sofreu obras desde o tecto, nas quatro tabernas instaladas no local e nos sanitários públicos", explicou o presidente da Confraria, José Manuel Gonçalves.
Muitos não dispensam comer a tradicional posta, o que faz com que as quatro tabernas estejam sempre repletas. Mas o ponto alto dessas noites, para dezenas de pessoas, é o jogo da batota. Na zona da festa, muitos homens gastam milhares de contos no jogo. "Aqui se ganha e aqui se perde", diz um jogador, acrescentando: "Rezamos de dia para a senhora da Serra nos ajudar à noite. Mas nem sempre é assim. Perdem-se fortunas em segundos", admitiu um jogador.
Um outro jogador aproxima-se da banca (que é difícil alcançar, dada a quantidade de apostadores ou simples curiosos), e apostou 500 contos. A sorte esteve do seu lado e duplicou a aposta. Porém, não parou por ali, e continuou. É que, o vicio é mais forte que a vontade.
Com alguns truques pelo meio, notas dobradas de formas estranhas, mas com significado para quem as recebe, o jogo ilegal prossegue, noite dentro, até a banca decidir que fecha.

Vitela e «vaquinha»
A GNR, fecha os olhos à ilegalidade e deixa a tradição prosseguir sem sobressaltos. Mas há quem recorde jogadores que tiveram de fugir pelos trilhos da serra da Nogueira. O risco, porém, compensa. É que, por ali, ninguém resiste a subir a serra, comer uma vitelinha e fazer uma "vaquinha".
Este evento religioso está documentado desde o século XVIII. Em 1826, já se fazia referência a homens e mulheres que participavam nas novenas. Data de 1817 uma romagem ao santuário com o propósito de pedir chuva.

Fonte JN

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