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Venda de Artigos Religiosos na Nazaré Cria Conflito
2001-09-04 11:22:38

Os pequenos espaços que comercializavam artigos religiosos no santuário da Igreja Nossa Senhora da Nazaré, no Sítio, foram motivo de um braço-de-ferro entre quem gere os destinos da confraria e os arrendatários desses espaços. O pomo da discórdia centra-se no facto de a entidade gestora ter decidido, há alguns meses, reduzir as barracas, que mediam cerca e dois metros e setenta, para metro e meio. Os arrendatários queixam-se de tudo ter sido feito nas suas costas.


O presidente da mesa da Confraria da Nossa Senhora da Nazaré, Nuno Batalha, desvaloriza o diferendo, alegando que todos os arrendatários estavam presentes aquando da redefinição dos tamanhos das barracas. Diz mesmo não entender a verdadeira razão dos protestos, que de início se prendiam com o adiantamento de 250 contos exigido pela confraria para fazer face às despesas. Tratava-se de um valor previamente acordado entre todas as partes, garante Nuno Batalha.

A discórdia entre as duas partes envolvidas começou após um encontro entre a Confraria da Nossa Senhora da Nazaré e os 13 comerciantes. Nessa reunião ficou decidido que a Confraria se comprometia a fazer a obra por administração directa, pagando cada inquilino a quantia de 350 contos. Quem não estivesse interessado na nova barraca abandonaria a barraca, recebendo em troca mil contos de indemnização. Dos 13 ocupantes seis optaram por receber a verba acordada e abandonar o comércio no santuário.

É precisamente o espaço deixado vago pelo abandono dos seis colegas que os restantes sete reclamam, de modo a ficar com mais espaço do que aquele que tinham antes da redução feita pela confraria. O espaço livre devia ser dividido por todas as restantes rendeiras, argumenta um deles, que entende que com o actual metro e meio ninguém consegue ali trabalhar. Perante o impasse, o grupo dos rendeiros procura resolver a questão por via judicial - o que causa alguns engulhos à confraria, que preferia sentar-se à mesa das negociações e encontrar nesta via uma solução para o problema. "A confraria é uma instituição da igreja e não se quer envolvida em casos destes", refere Nuno Batalha. A mesma opinião é partilhada por Nuno Luzindro, comerciante que abandonou o processo e que foi ressarcido com a respectiva indemnização. Para Nuno Luzindro, este diferendo só acontece por ter havido uma manifesta falta de diálogo.

O destino a dar aos espaços resultantes das desistências suscitam sérias dúvidas aos restantes rendeiros. Consideram que a confraria se apresta a renegociá-los ou vai ela mesma vender objectos religiosos para o santuário. Nuno Batalha refere que nada está decidido quanto à sua utilização, mas sempre vai adiantando que elas poderão ser transferidas para o futuro parque urbano.

As barracas comerciais no Sítio surgiram há cerca de sete décadas, para aproveitar os inúmeros fiéis que se deslocavam à Nazaré para visitar o santuário da santa que dá o nome à vila. Ficou assim resolvida a questão da venda ambulante, que já na altura existia junto ao miradouro que os nazarenos apelidam de Soberco.

Fonte Público

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