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Praça de touros da Luz cheia para as festas de despedida
2001-09-02 11:56:13

Festas em honra de Nossa Senhora da Luz não ficam completas enquanto não se realizar a tourada, ou não se situasse a aldeia da Luz, no Baixo Alentejo, e às portas da vizinha Espanha. "É tradição, por isso a casa está sempre cheia", garante Luís Correia, membro da Comissão de Festas.

Aos 20 anos, Luís já nem se lembra quando é que assistiu à primeira tourada na Luz. Conhece a praça de touros desde que é gente, ponto final.
Por razões das que só o coração conhece, custa-lhe pensar que, daqui a algum tempo, só haverá, onde ontem se realizou mais uma tradicional tourada, um imenso lago de água. A esconder memórias e hábitos. Os habitantes da Luz reconhecem que a nova praça de touros, na aldeia construída de raiz a quatro quilómetros de distância, tem melhores condições que a actual. "Mas, mesmo assim, acho que o povo preferia ter uma igual a esta", confessa Luís Correia.
Para que as festas de despedida da "velha" aldeia tivessem, neste ano, programa melhorado, a Comissão de Festas solicitou apoios à Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA). A empresa contribuiu com mil contos, verba que os luzenses consideram insuficiente. "Um apoio maior seria uma forma de compensar o facto de a Luz ficar submersa devido à construção da barragem", sustenta Luís Correia. "Era o que esperávamos".

Aproveitar os minutos
Nem só os habitantes da Luz encheram, ontem, a praça, para assistir à lide de quatro novilhos e um touro. Na assistência, esteve, por exemplo, Apolinário Cavaco com a família. Embora natural da região - da Póvoa de S. Miguel, concelho de Moura -, vive, há várias décadas, em Alcochete. Terra de toureiros e campinos, mas que não lhe enche as medidas. "Uma tourada tem um sabor diferente na zona onde se nasceu, por isso vimos cá há uns oito anos ou mais",diz.
Apolinário já teve curiosidade de ver a nova aldeia, mas as vedações a toda a volta têm impossibilitado essa descoberta, que espera fazer rapidamente. "Não sei como estará aquilo, mas acho que os moradores não serão prejudicados e lá vai ser mais bonito", considera. Opinião que a maioria dos luzenses não partilha. "Ficamos melhor a nível de edifícios públicos, mas, quanto às casas, estão a portar-se um bocado mal connosco", sustenta Luís Correia.
A aproveitar todos os minutos que os atrasos na construção da Barragem de Alqueva possa conceder-lhes, os habitantes da Luz realizam, hoje, a procissão da aldeia para a Igreja Matriz. Situada a algumas centenas de metros da povoação, junto à praça de touros e ao cemitério, a igreja será completamente "transportada" para a nova aldeia.

Fonte JN

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