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S. BENTO DA PORTA ABERTA ATRAI MILHARES DE FIÉIS
2001-08-17 16:47:59

Milhares de peregrinos e devotos invadem ao longo de todo o Verão o recinto do Santuário de S. Bento da Porta Aberta, situado à entrada da serra do Gerês, para o pagamento das mais variadas promessas e rogar por novas benesses àquele que é tido como o maior santo milagreiro do Norte do País.

A extracção de cravos e outras doenças de pele tornou popular o antigo bispo e fundador da Ordem beneditina, mas hoje o povo atribui a sua intervenção em toda a espécie de situações, desde o 'mal ruim' - como o povo chama a tumores - e outras doenças do organismo humano, até problemas profissionais e familiares. O espaço de culto que se desenvolveu junto à albufeira da Caniçada, no concelho de Terras de Bouro, fica literalmente invadido de cravos, mas há também quem ali acorre levando figuras em cera, produtos agrícolas (galinhas, ovos e azeite), sal, objectos em ouro e avolumadas quantias em dinheiro, além das ofertas de bens imóveis, como terrenos. Há ainda uma coisa que todo o devoto sente necessidade de fazer sempre que vai a S. Bentinho, conforme carinhosamente o povo chama ao seu padroeiro eleito: beijar a imagem do santo e passar a mão ou um lenço pela estátua, para depois se benzerem. "É um rito que faço sempre que cá venho, para ter a sua bênção", explicou Aurora Gomes, com uma fé inabalável na intervenção do santo na sua vida e na dos seus familiares.

Muitos cravos

"Todos os anos venho cá porque Deus tem-me ajudado muito, e trago sempre um ramo de cravos, porque também já tive a minha mão cheia deles", desabafou Ricardo Fernandes, que faz, uma vez por ano, várias dezenas de quilómetros a pé, como centenas de peregrinos, confiantes na procura da protecção do santo. Depois da caminhada, muitos ainda têm forças para cumprirem, ora de joelhos ora rastejando, dezenas de voltas ao velho santuário - que continua a ser o preferido dos devotos, apesar do novo tempo inaugurado há dois anos e que terá custado cerca de dois milhões de contos. "São muitos milhares de devotos que aqui vêm, pedir e agradecer todo o tipo de graças. De todo o Norte chegam aqui peregrinos, desde Viana, Porto ou Trás-os-Montes. Até já houve gente que veio de França a pé", disse ao Correio da Manhã o padre Adelino Sousa, reitor do santuário há 19 anos. Cada domingo do ano é uma enchente - por isso foi preciso construir um santuário com mais espaços para fiéis e automóveis -, mas as romarias diárias que começam no primeiro domingo de Julho e só acabam com a Feira da Ladra de Vieira do Minho, em Outubro, assim como as 'Festas Grandes' de Agosto, esgotam por completo todos os espaços disponíveis.

Emigrantes

O padre Adelino Sousa acredita que a fama do santo milagreiro e do culto que se desenvolveu às portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês chegaram além-fronteiras graças aos testemunhos dos emigrantes espalhados pelos quatro cantos do mundo. "Sempre que venho de França, o primeiro sítio onde venho é aqui", confessou Laurinda Marques, de 42 anos de idade, cuja devoção a "S. Bentinho bendito" vem desde os tempos de criança. "Já ajudou os meus filhos nos estudos e nas suas vidas, assim como a mim, sobretudo agora", garantiu, expressando uma fé inabalável apesar dos tumores que obrigaram a extrair os dois peitos. Laurinda Marques agradece o dom da vida, conforme a própria sublinha, referindo que os médicos, desde que o mal foi detectado, há cinco anos em França e já em fase muito avançada, nunca lhe deram a mínima esperança de vida. Por seu turno, Maria da Conceição, de Fafe, visitou ontem o santuário com uma cabeça em cera. "Rebentou-me uma veia na cabeça em Junho, mas agora aqui estou, completamente sã e sem qualquer problema", assegurou a devota, na enorme fila em direcção ao altar superior do velho santuário, onde se encontra a mais procurada imagem do santo.

Fonte CM

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