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Igreja debateu possibilidade de confessar na Internet
2008-09-29 22:46:39

Pode a Igreja Católica celebrar sacramentos como a confissão ou a missa através da Internet? A sugestão foi deixada por Pedro Janela, responsável da By, uma empresa de design na Internet, nas jornadas de Comunicação Social católica, que durante dois dias juntaram, em Fátima, responsáveis do sector. Mas não foi bem acolhida por quem a ouviu.
O presidente da Comissão Episcopal das Comunicações Sociais (CECS), D. Manuel Clemente, negou tal possibilidade, a partir da sua experiência pessoal: "Quando me confesso, prefiro dialogar face a face com a pessoa." Do mesmo modo, celebrar casamentos através da Internet também está fora da causa para o bispo.


"Há uma comunidade que celebra e, para haver comunidade, são precisas pelo menos duas pessoas", justificou Manuel Clemente, bispo do Porto, para acrescentar: "Igreja quer dizer encontro e relação. Para a transmissão da palavra e para a celebração dos sacramentos, a verdade da comunicação implica relacionamento e estar com a pessoa."

Mesmo na Internet, onde o bispo afirma passar várias horas por semana, incluindo "a responder" a correspondência recebida, o bispo Clemente julga "absolutamente necessário o relacionamento pessoal".

Durante os dois dias, vários especialistas trouxeram o seu contributo para dizer o que a Igreja pode e deve fazer na Internet. Ontem, no último painel do debate, os participantes navegaram por alguns dos mais importantes sites católicos: além do portal Ecclesia, site institucional da Conferência Episcopal que inclui a agência de notícias, também o www.paróquias.org, dinamizado por Suzete e Luís Gonzaga, um casal de leigos católicos. Ou ainda a Rede informática para as dioceses e instituições sócio-culturais - http://www.ridisc.org/ -, o http://www.paroquiasdebraga.org/ ou ainda o http://www.essejota.net/, ligado aos jesuítas.
Luís Gonzaga, do paróquias.org, segundo site religioso mais procurado em Portugal, com cerca de 4500 visitas por dia, recordou que dois terços de portugueses que se identificam com a Igreja Católica não têm uma prática dominical.

O bispo Clemente referiu, nas conclusões, ser importante a Igreja "ter em conta a pluralidade dos sujeitos". E à preocupação de unificar sites e conteúdos, manifestada por alguns participantes, respondeu: "A pluralidade de instâncias também tem que ser respeitada. Isso não é só inconveniente, é também pluralidade." O bispo do Porto prefere falar de aproximação entre os diferentes portais e sites, em vez de "unificação ou uniformização".
No painel sobre a ética na Net, Jorge Wemans, director da RTP2, colocou a hipótese de criar códigos éticos consensuais, aos quais cada fornecedor poderia aderir, assinalando no seu sítio essa adesão. O caminho é dialogar e "não impor códigos de ética", de modo a que as gerações futuras "possam decidir se querem ou não ver sites" que adiram voluntariamente a esses códigos.

António Marujo

Fonte Público

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