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“Tende a valentia de ser santos: isso é do que o mundo necessita!"
2008-07-23 22:18:12

"A JMJ enche-me de confiança no futuro da Igreja", disse o Papa. Recordou aos jovens que: "a vida não é uma simples sucessão de factos e de experiências. É uma procura da verdade, do bem, da beleza". Resumimos as suas intervenções.

Na cerimónia de boas vindas celebrada no dia 16, Bento XVI questionou-se sobre o motivo que levava tantos jovens a empreender uma viagem tão longa para participar num evento como a Jornada Mundial da Juventude.

“Estão desejosos – disse – de participar num acontecimento que põe em relevo os grandes ideais que os inspiram e regressam a suas casas cheios de esperança, decididos a construir um mundo melhor. Para mim é uma alegria estar com eles, rezar com eles e celebrar a Eucaristia junto deles. A JMJ enche-me de confiança no futuro da Igreja e no futuro do nosso mundo”.

“Que mediante a acção do Espírito Santo, os jovens reunidos aqui para a JMJ – terminou – tenham a valentia de chegar a ser santos! Isso é do que o mundo necessita, acima de qualquer outra coisa”.

No dia 17, Bento XVI chegou de barco ao porto de Sidney. Foi acolhido por uma multidão de jovens de todos os continentes e por um grupo numeroso de aborígenes:

"À minha frente vejo uma imagem vibrante da Igreja universal. A variedade de nações e de culturas de que procedeis demonstra que a Boa Nova de Cristo é para todos e para cada um; chegou aos confins da terra. E, no entanto, sei que boa parte de vós continua à procura de uma pátria espiritual. Alguns, muito bem-vindos entre nós, não são católicos nem cristãos. Outros, movem-se nas fronteiras da vida da paróquia e da Igreja. Quero oferecer-vos o meu alento: aproximai-vos do abraço amoroso de Cristo; reconhecei a Igreja como a vossa casa. Ninguém está obrigado a ficar de fora, porque desde o dia de Pentecostes a Igreja é universal".

O Papa fez reflectir os jovens sobre a beleza natural e de cada pessoa e sobre o mal que os ameaça. "Há algo sinistro que brota do facto de que a liberdade e a tolerância se separam com muita frequência da verdade. Tudo isso se alimenta da ideia, amplamente difundida na nossa época, de que não há uma verdade absoluta que guie a nossa vida. O relativismo, dando valor a tudo sem discriminação, fez com que "a experiência" seja o mais importante".

"A vida não é governada pela sorte, não é casual! – exclamou. A vossa existência pessoal foi querida e abençoada por Deus e tem uma finalidade. A vida não é uma simples sucessão de factos e de experiências. É uma busca da verdade, do bem, da beleza. Com esse fim tomamos as nossas decisões, exercemos a nossa liberdade e, nisto, na verdade, no bem e na beleza, encontramos a felicidade e a alegria".

"Não vos deixeis enganar pelos que vêm em vós simples consumidores num mercado de possibilidades indiferenciadas, onde a escolha em si mesma se converte em bem, a novidade se faz passar por beleza e a experiência subjectiva suplanta a verdade".

"Cristo oferece mais. Oferece tudo. Só Ele, que é a Verdade, pode ser o Caminho e portanto a Vida", mas "a tarefa de ser testemunhas hoje é difícil. Muitos pretendem que Deus seja deixado à margem e que a religião e a fé, próprias para os indivíduos, sejam excluídas da vida pública ou se usem apenas para seguir fins pragmáticos limitados".

"Como toda a ideologia, o secularismo impõe uma visão global. Se Deus é irrelevante na vida pública, a sociedade poderá ser modelada de acordo com uma imagem privada de Deus e as discussões e as políticas relativas ao bem comum levar-se-ão a cabo baseando-se mais nas consequências do que nos princípios enraizados na verdade".

"A dignidade inata do indivíduo assenta na sua identidade mais profunda, como imagem do Criador e que, por isso, os direitos humanos são universais, baseados na lei natural e não em algo que depende de negociações ou condescendência e ainda menos do compromisso. Assim chegamos a pensar no lugar que ocupam na nossa sociedade os pobres, os idosos, os imigrantes, os que não têm voz. Como é possível que a violência doméstica atormente tantas mães e tantas crianças? Como é possível que o seio materno se tenha convertido em lugar de violência inominável?".

"O nosso mundo está cansado da cobiça, da exploração, da divisão, do tédio, de falsos ídolos e de respostas parciais e da mágoa de falsas promessas – concluiu Bento XVI. O nosso coração e a nossa mente anseiam por uma visão da vida onde reine o amor, onde se partilhem os dons, se edifique a unidade, a liberdade encontre o seu significado na verdade e a identidade se encontre numa comunhão respeitosa. Esta é obra do Espírito Santo! Esta é a esperança que oferece o Evangelho de Jesus Cristo!".

Terminado o encontro, o Papa deslocou-se à Cathedral House de papa-móvel e durante o percurso passou em frente da Opera House, que desde 2007 é património mundial da humanidade, sendo aclamado pela multidão.


PRIMEIROS DIAS NA AUSTRÁLIA

Depois de ter percorrido 13.269 quilómetros em 15,45 horas de voo o Papa repousou uns dias na residência privada del Kenthurst Study Centre, onde permaneceu até Quarta-feira, dia 16 pela tarde.

Na manhã de Quinta-feira, dia 17, começou oficialmente a visita à Austrália, com a cerimónia de boas-vindas das autoridades do país na Casa de Governo de Sidney, onde pronunciou o primeiro discurso.

MENSAGEM AO POVO AUSTRALIANO E AOS JOVENS

Na primeira mensagem ao povo australiano, de que assinalamos as ideias principais, disse:

“Que necessidade enorme tem o nosso mundo de uma nova efusão do Espírito Santo! Muitos ainda não escutaram a Boa Nova de Jesus Cristo; outros, por diferentes razões, não reconheceram nessa Boa Nova a verdade salvadora, que é a única que pode dar satisfação às esperanças mais profundas dos seus corações”.

“Muitos jovens não têm esperança. Ficam perplexos frente às questões que se lhes colocam (...) e amiúde sentem-se inseguros sobre onde encontrar respostas. Vêm a pobreza e a injustiça e desejam encontrar soluções ".

"Sentem-se desafiados pelos argumentos dos que negam a existência de Deus e perguntam-se como responder. Vêm o enorme dano causado ao ambiente natural pela avidez humana e lutam por encontrar as formas de viver em maior harmonia com a natureza e com os outros”.

“Onde podemos encontrar respostas? O Espírito orienta-nos para o caminho que conduz à vida, ao amor e à verdade. O Espírito orienta-nos para Jesus Cristo. N’Ele encontramos as respostas que procuramos; (...) a força para continuar o caminho que dê origem a um mundo melhor”.

“Espero que os corações dos jovens que se reúnam em Sidney para a celebração da Jornada Mundial da Juventude descansem realmente no Senhor e possam ser colmados de alegria e de fervor para difundir a Boa Nova entre os seus amigos, as suas famílias e todos os que encontrem”.

Fonte Opus Dei

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