paroquias.org
 

Notícias






Fátima explicada pela ovniologia e espiritismo
2008-07-04 22:02:42

Edição. 'Fátima Revisited' é uma obra compilada por portugueses que acaba de ser lançada nos EUA e propõe novo paradigma na abordagem das aparições marianas, em 1917, na Cova da Iria, onde análises científicas multidisciplinares convivem com outras perspectivas, incluindo a religiosa.

Tem título de disco de versões - e versões, na verdade, não lhe faltam. Mas é um livro. Fátima Revisited, editado este mês nos EUA (Anomalist Books), é a primeira abordagem científica multifocal das "aparições marianas". Da neurobiologia à psicologia transpessoal, passando pela física quântica, são várias as disciplinas do saber que, representadas por 17 especialistas de oito países europeus e americanos, lá se reúnem para avaliar os fenómenos ocorridos em Fátima de 13 de Maio a 13 de Outubro de 1917. O resultado não é um fim, mas um virar de página no livro do mistério.

Joaquim Fernandes, Fernando Fernandes e Raul Berenguel, mentores do projecto e compiladores dos textos, são portugueses, membros do Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência (CTEC) da Universidade Fernando Pessoa, no Porto. O primeiro define a antologia: "Representa o ano zero de uma abordagem multidisciplinar, científica, holística, integrada, desta problemática." Uma terceira via por entre "as perspectivas redutoras quer da parte dos que não acreditam no interesse científico de explorar estes fenómenos, preferindo dizer que é tudo inventado pela igreja, quer da parte da apologética católica, que continua a cingir Fátima à teologia mais restrita", diz.

Coordenador do Project Marian, rede internacional de pesquisa académica sobre as aparições, Joaquim Fernandes foi descobrindo escritos e depoimentos que, no pós-Internet, pôde fazer circular por investigadores e cientistas de áreas diversas. Embora a base do estudo não fosse uma evidência física, houve interesse generalizado nos destinatários e Fátima Revisited entrou em gestação.

Heresia a tomar forma? "É claro que não. 1917 não é 2008. O próprio Papa Bento XVI não entende a primeira aparição como uma presença efectiva da mãe de Cristo, mas tão-só como uma visão interior que representa essa mesma entidade no plano subjectivo, condicionado pela cultura, o que salienta a pertinência dos estados modificados de consciência no desencadear destes fenómenos e reforça a noção de que Lúcia nunca podia ter visto Maomé ou Buda", refere.

Igual raciocínio se aplica ao facto de os relatos de experiências de abdução, em que os raptores extraterrestres são sempre antropomórficos, terem surgido na era do audiovisual. Aliás, há pontos de contacto entre os dois tipos de fenómeno, quer nos sintomas físicos apresentados por quem os vive (amnésia, fraqueza, alteração do ritmo cardíaco, entre outros) quer nas percepções descritas (zumbidos, queda de filamentos, etc.), o que leva Fernandes a dizer serem fenómenos "que, no fundo, se movem pelas mesmas coordenadas".


voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia