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Bispos estudam liderança para administrar dioceses
2008-06-19 19:39:29

Os bispos portugueses encontram--se a estudar gestão e liderança, em Fátima, até à próxima quinta-feira, de modo a integrar na administração das dioceses normas similares às que são usadas pelas empresas na economia de mercado.

D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima e vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), proferiu ontem a primeira intervenção de fundo no programa de formação que vai ser ministrado por gestores católicos que se voluntariaram para ensinar os prelados.

O bispo falou de "critérios evangélicos e pastorias", fazendo o enquadramento global "em ordem a uma gestão de recursos humanos e de administração dos bens da Igreja" e fundamentou, em declarações ao DN, à margem do encontro, a opção da sua dissertação dizendo que "a Igreja é produtora de bens e serviços, mas que não se compara a uma empresa que age num contexto de mercado".

No entanto, deixou aos seus pares - todos os bispos residenciais e auxiliares, assim como alguns eméritos - que se juntaram no encontro, os desafios com que as dioceses se confrontam actualmente no que respeita a gestão quotidiana e recordou que "é preciso delegar para se governar melhor".

Para reflexão deixou três perguntas: se é possível usar os conceitos gerais que valem para qualquer instituição produtora de bens e serviços?; "como conjugar qualidade, eficiência e rentabilidade económica no contexto da organização eclesiástica? e, finalmente, como promover, numa situação eclesial , os valores da dedicação, do profissionalismo e da criatividade que distinguem uma empresa?".

No que respeita à lideraça, o bispo recordou figuras bíblicas como Moisés e "o ícone" por excelência de Jesus Cristo que "lava os pés aos apóstolos". Enunciou ainda o que para si corresponde a características fundamentais de qualquer líder: "O líder como servo, pastor e administrador".

Hoje e amanhã, as aulas vão ser ministradas por gestores cristãos que se voluntariaram para ensinar os prelados como se administra fora da Igreja e os critérios dessa prática que podem usar em proveito das suas dioceses.

Uma questão fundamental, já admitida por bispos como D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, à Lusa, para melhorar a eficácia da gestão, é a de que "os bispos têm que adaptar o seu modo de trabalhar aos tempos modernos".

E, tal como D. António Marto, reforça que é preciso delegar competências para melhorar a administração. O bispo de Leiria considera que "há muita gente sobrecarregada com trabalho que pode ser feito por outros". Na sua diocese, afirma, isso já acontece.

Fonte CM

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