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Igreja autoriza missas transmitidas pela internet
2008-04-10 07:10:59

Da igreja paroquial de Travassô, em Águeda, para todo o mundo. É assim, todos os domingos, há pelo menos dois anos, via World Wide Web (www).
Um caso raro, único, até agora, em Portugal, mas que pode alastrar a centenas de paróquias do País. É que, a transmissão das missas pela internet, que nunca foi formalmente proibida, é agora plenamente autorizada e, mais do que isso, incentivada pelas cúpulas da Igreja.


D. António Vitalino, bispo de Beja, o primeiro prelado português a converter-se às virtudes das novas tecnologias, disse ao Correio da Manhã que "a Igreja tem de aproveitar todos os meios ao seu dispor para transmitir a mensagem de Cristo e usar mais e melhor as novas tecnologias de informação".

Também o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa considera que a Igreja não pode ficar à margem dos novos meios de comunicação. D. Carlos Azevedo afirma mesmo que "não há nada que possa colocar entraves à transmissão de missas pela internet".
As condições que os bispos colocam aos sacerdotes são as mesmas que se aplicam às eucaristias transmitidas pela televisão: respeito, seriedade e qualidade.

No que toca à rádio, a questão é de índole sonora e há três pontos a ter em conta: o sacerdote, o coro e o público. Na televisão, ou na internet, há que ter em conta a imagem. O sacerdote e o altar devem predominar, mas a transmissão, até para evitar a monotonia, deve destacar também o grupo coral e o público, assim como alguns aspectos decorativos do templo.
No entanto, as autoridades eclesiásticas pedem muita contenção nos planos individuais e de pormenor, de modo a que não passem a funcionar como elementos de distracção para o telespectador.
A Igreja Católica admite que a transmissão de missas pela net possa massificar-se a breve prazo.

"É UMA ESTRATÉGIA DE MARKETING"

Júlio Grangeia, para além de ser o primeiro padre com página na internet (desde 1997), é também pioneiro na transmissão da missa, o que faz semanalmente há cerca de dois anos. "A minha ideia não é evitar que as pessoas venham à missa, mas exactamente o contrário. É uma estratégia de marketing para dizer: Venham partilhar connosco ao vivo", refere o pároco de Travassô, Águeda. Outra das funções da eucaristia on-line é, de acordo com Júlio Grangeia, 50 anos, "a ligação às nossas comunidades de emigrantes". E dá um exemplo: "Sei que no Brasil, há um conjunto de pessoas que assiste, através de um ecrã gigante, em casa de um catequista de adultos."
O padre, que acolhe com satisfação a maior abertura da Igreja às novas tecnologias, defende que "é preciso que haja padres e leigos com formação, que sejam capazes de dialogar dentro desta comunidade virtual, que já não deve ser vista como uma moda, mas como algo irreversível". "Jesus disse: Anunciai o Evangelho a todo o Mundo. E eu acrescento que, todo o Mundo está hoje ligado à internet", salienta Júlio Grangeia.

MISSÃO PARA OS PRÓXIMOS ANOS
PARÓQUIAS

Portugal (continente e ilhas) tem actualmente 4282 paróquias, distribuídas por vinte dioceses. Os bispos dizem que já seria um grande passo se nos próximos cinco anos, um por cento (42) transmitirem eucaristias através da Internet.

INFORMÁTICA

É uma das grandes metas da Conferência Episcopal Portuguesa para os próximos anos: informatizar todas as paróquias. Esse pode ser um passo fundamental para que a transmissão das missas via net se torne uma realidade.

CUSTOS

Condição fundamental é ter um "alojamento" na net, que pode custar entre 15 a 20 euros/ano. Depois, há a despesa mensal de ligação on-line e o investimento numa câmara e nos necessários interfaces de ligação ao computador.

Fonte CM

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