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Bispos vão aprender liderança e gestão
2008-04-03 22:36:21

A Liderança e a Gestão’ é o tema das próximas jornadas pastorais dos bispos portugueses, marcadas para os dias 16 a 19 de Junho na Casa de Nossa Senhora das Dores, em Fátima.

Trata-se de uma espécie de curso intensivo em que os prelados vão preparar-se para enfrentarem estes novos tempos, cada vez mais exigentes, em que estas temáticas se apresentam como fundamentais.

"Gerir pessoas e bens, aproveitando melhor os recursos materiais e humanos, e gerir equipas tão vastas como são as que constituem uma diocese exige domínio de ferramentas e técnicas modernas, que urge aprender", disse ontem D. Carlos Azevedo, porta--voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

Para além das cada vez maiores preocupações com a formação catecumenal dos leigos, os bispos portugueses estão também empenhados na formação contínua dos sacerdotes e deles próprios, aos níveis pastoral, académico e prático.
"Vivemos num tempo de rápida evolução em que as transformações exigem respostas muito concretas. Os bispos têm uma actividade muito abrangente e que exige constantes actualizações nas mais diversas áreas", explicou o secretário da CEP.

Ontem mesmo, no dia em que ficou definido que os bispos vão ter formação em liderança e gestão, esteve em Fátima, onde hoje termina a assembleia plenária da CEP, uma delegação da Associação Católica de Empresários e Gestores, que será responsável pela orientação das jornadas de Junho.

Melhor organização da Conferência Episcopal, reestruturação das dioceses e das paróquias são assuntos em destaque nesse pequeno curso, em que o objectivo passará sempre pelo melhor aproveitamento dos recursos humanos e financeiros.
Nas jornadas de Junho cada bispo pode levar um ou dois padres, nomeadamente os responsáveis pelas áreas ligadas à gestão das suas dioceses, de forma a que também eles sejam alvo da formação que vai ser ministrada.

Entretanto, uma das mais conhecidas empresas de consultoria, a Mackenzie, vai realizar a título gratuito um estudo sobre a actual situação das dioceses, com base num inquérito a que, nos meses de Abril e Maio, os bispos vão responder.
"As perguntas ainda não estão definidas, mas serão certamente sobre a actividade dos bispos e a forma de funcionamento dos mais diversos órgãos das dioceses", disse ontem D. Carlos Azevedo.

No último dia, 19 de Junho, realiza-se uma assembleia plenária extraordinária da Conferência Episcopal para ratificar as comissões e aprovar os três novos catecismos.

D. ANACLETO PERTO DE PORTALEGRE
D. Anacleto Cordeiro Oliveira pode ser nomeado em breve bispo titular da diocese de Portalegre-Castelo Branco, vaga desde o início deste ano, altura em que D. José Alves foi nomeado arcebispo de Évora. D. Anacleto, natural de Leiria, tem 61 anos e é auxiliar de Lisboa desde Fevereiro de 2005.A nomeação deve ser conhecida em breve, mas a tomada de posse pode ocorrer apenas no Verão, dadas as tarefas que o prelado tem em mãos na capital.
DISCURSO DIRECTO (D. Carlos Azevedo, secretário e porta-voz da CEP)

"PASSOU-SE DA PAIXÃO À HISTERIA"
Correio da Manhã – A educação tem sido uma das vossas grandes preocupações. Porquê?
D. Carlos Azevedo – Nós temos a maior consideração por todos os que se dedicam à dificílima tarefa de educar. Pelos professores, pelos pais, por todos que têm essa missão. E a educação, na vertente escola, tem uma importância fulcral, que não nos pode ser indiferente
– Considera que é hoje mais difícil ser professor do que há dez anos?
– Sem qualquer dúvida. É muito mais difícil ser professor hoje do que há uma década e não é por acaso que alguns professores universitários pedem a reforma mal podem, às vezes com muito prejuízo pessoal.
– Quer dizer que as coisas estão bastante mal?
– Como diz o especialista em Educação Joaquim Azevedo, da paixão pela Educação passou-se para a histeria.
– Qual é que pode ser o papel da Igreja para que haja melhoras?
– A Igreja propõe-se ajudar. Não esqueçamos que a Igreja tutela muitas instituições de ensino, dos mais diversos níveis.
DIOCESES VÃO CRIAR ESCOLAS PARA LEIGOS
Já são mais de mil os adultos que todos os anos são baptizados em Portugal. Esta nova realidade fez a Igreja acordar para a necessidade de apostar forte na formação e no catecumenado de adultos. Mas como não há padres que cheguem para tudo, é necessário formar formadores. Por isso, a Conferência Episcopal decidiu avançar para a criação de escolas de leigos um pouco por todo o País. Nesse sentido, vai avançar também uma revitalização das paróquias, com destaque para a informatização dos serviços, libertando o padre para a pastoral.

NOVO REITOR QUER VISITA DE BENTO XVI
O novo reitor do Santuário de Fátima, padre Virgílio Antunes, está preparado para continuar o trabalho desenvolvido pelo antecessor e manter a Cova da Iria na rota "da organização e do rigor". Um dos seus desejos é receber a visita do Papa Bento XVI em Fátima.
"Gostava de ver cá qualquer Papa, como gostei de acompanhar as três visitas de João Paulo II. O Pontífice é um sinal de comunhão de toda a Igreja", afirmou ontem o sacerdote, depois de confirmada a sua nomeação pela Conferência Episcopal Portuguesa.

Pela primeira vez, devido à alteração de Estatutos, o nome do reitor do Santuário teve de ser submetido a apreciação da assembleia plenária e votado pelos bispos de Braga, Évora, Lisboa e Leiria-Fátima. Virgílio Antunes, de 46 anos, reuniu a unanimidade dos votos.
"Temos todos muita confiança nele. Seja pela riqueza das qualidades humanas seja pela dedicação sacerdotal ou pela preparação teológica e pastoral", afirmou D. António Marto, bispo da diocese Leiria--Fátima.

Embora só inicie funções em Setembro – quando começa o novo ano pastoral – o padre Virgílio Antunes está confiante de que a equipa em funções e as infra-estruturas já criadas o vão ajudar a continuar o trabalho deixado pelo monsenhor Luciano Guerra. "O espírito de rigor é para continuar. O Santuário tem de se afirmar como uma instituição organizada", prometeu o no-vo reitor.
Luciano Guerra revelou saudade e um sentimento de dever cumprido ao fim de 35 anos de gestão do recinto mariano. "Foi um período longo, de adaptação e desenvolvimento do Concílio Vaticano II, com um esforço de simplificação e de seriedade, mantendo o essencial da fé e da fidelidade às formas da mensagem", declarou.
Para D. António Marto, a herança transmitida "é uma grande obra, seja em construções seja em planos pastorais". A partir de agora, é tempo de investir mais "no esforço pastoral e apostólico", sentenciou.

Secundino Cunha / M.I. / Francisco Pedro

Fonte CM

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