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Mulher, nem sublimada nem subordinada – explica teóloga
2008-02-13 22:01:22

João Paulo II, com sua carta «Mulieris Dignitatem», criou um «antes» e um «depois» na Igreja, com sua visão da mulher como imagem de Deus, afirmou a teóloga espanhola Castilla de Cortazar no congresso vaticano sobre «Mulher e homem, a totalidade do humanum» de 7 a 9 de fevereiro.

«É a primeira vez que no Magistério se afirma explicitamente que a mulher, enquanto mulher, é imagem de Deus», disse em referência à carta apostólica do Papa Karol Wojtyla, publicada há 20 anos.

Desta forma, «o corpo sexuado é a imagem de Deus», explicitou, «homem e mulher os criou» (Gênesis 1, 27): «o corpo é expressão daquilo que a pessoa é em seu ser mais íntimo», acrescentou, em sua palestra oferecida ante a reunião internacional organizada pelo Conselho Pontifício para os Leigos.
Blanca Castilla de Cortazar, docente de Teologia no Instituto João Paulo II de Madri, afirmou que «a teologia da imagem manifesta nos versículos bíblicos ‘mulher e homem os criou’ a natureza do homem como ser racional e livre».

O tema de sua palestra foi precisamente «Deus criou o homem à sua imagem, à sua imagem os criou, homem e mulher os criou».

«A ampla novidade de João Paulo II – revelou – é a dimensão relacional que está inscrita no ser humano. Uma relação que supõe a perfeita igualdade», revelou esta doutora em teologia pela Universidade de Navarra.
«O modo de procriar – ilustrou – apresenta de forma plástico a maternidade como uma relação diversa da paternidade: o homem, ao doar-se, sai de si mesmo e, saindo de si, dá à mulher e seu dom fica nela: a mulher o faz sem sair de si, mas acolhendo dentro de si.»
Estas duas formas de dar-se são complementares, de outra maneira «o homem sem a mulher não teria aonde ir e a mulher, sem o homem não teria a quem acolher: a diferença destas duas relações é o ser orientadas uma à outra, isto é o que dá a possibilidade da unidade entre os dois; se ambos se deram na mesma direção, caminhariam paralelamente sem encontrar-se».

Disso se deriva que «a forma de amar e de doar-se aos outros é esponsal, a abertura relacional é estruturada espontaneamente», afirmou a palestrante.
Blanca Castilla recordou que a carta «Mullieris Dignitatem» é um documento que não somente fala da mulher, mas se refere a uma antropologia e à teologia.
«A imagem de Deus não somente se dá em cada pessoa individual, mas no viver para cada um; a relação enquanto nos abre ao amor e possibilita a comunhão de pessoas também faz parte não só da imagem de Deus mas é a plenitude da imagem.»

«João Paulo II diz que a imagem de Deus é uma imagem trinitária, ou seja, que para descobrir profundamente a originalidade da diferença entre homem e mulher deve-se fixar-se que em Deus há uma diferença dentro da Trindade que não destrói a igualdade; isso é uma afirmação que pode ampliar todos os tratados da dogmática», revelou.
Estes estudos são «teologicamente uma tarefa apaixonante» e por outra parte «também se vê que há tarefas pendentes, além dos princípios da antropologia personalista e da Imago Trinitatis que João Paulo II inaugurou; ele não teve tempo de explorá-lo totalmente e portanto é preciso, por exemplo, a partir dessas coordenadas, explicar o que é a analogia esponsal».
«O que pode acontecer de mais terrível ao homem é ter uma liberdade sem ter um projeto, sem ter um lugar aonde ir, sem ter algo a realizar, então a dignidade humana, que também se manifesta no corpo, que se manifesta na sexualidade – que se manifesta em ser homem e em ser mulher – não um limite que eu posso manipular com minha liberdade, mas parte de algo que recebi e, realizando-o conforme a sua dignidade, é como eu posso alcançar a felicidade.»

Fonte Zenit

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