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PAPA PRESSIONA BUSH CONTRA PESQUISA COM EMBRIÕES
2001-07-24 13:35:28

Depois de ter participado na Cimeira do G8, à margem da qual conseguiu um acordo com o seu homólogo russo para negociar o Sistema de Defesa Antimíssil (NMD), o presidente norte-americano manteve encontros com líderes italianos e foi recebido, pela primeira vez, pelo Papa João Paulo II, que alertou para perigos da investigação com células indiferenciadas extraídas de embriões e pediu a Bush o respeito pela vida.

O encontro deu-se na residência de Verão do Sumo Pontífice, em Castelgandolfo. João Paulo II abordou a questão da investigação científica com células retiradas de embriões e da criação de embriões especificamente para a pesquisa científica, tendo apelado à protecção da vida humana. O Papa falou ainda da responsabilidade dos Estados Unidos de proteger os países pobres nesta era da globalização e o meio ambiente. Ao encontrar-se com o fragilizado Papa, Bush pegou-lhe na mão e ajudou-o a deslocar-se até às cadeiras onde os dois mantiveram uma conversa privada que se arrastou por cerca de 35 minutos. Segundo Bush, os dois mantiveram uma "boa discussão" sobre questões como a recente cimeira do G8 em Génova, que ficou marcada pela violência, o Médio Oriente e a melhor maneira de ajudar os países em vias de desenvolvimento. O Papa pediu a Bush para convencer a China a manter comunicações com a Santa Sé. Aparentemente, o Santo Padre reservou o seu tom mais "duro" para o discurso público que se seguiu. Escolhendo o tema do respeito pela vida, João Paulo II falou dos "perigos da eutanásia, do infanticídio e, mais recentemente, das propostas de criação de embriões humanos para fins de investigação científica que acabarão por ser destruídos no processo". As palavras do Papa sobre este assunto deverão afectar particularmente Bush, que em breve deverá anunciar se concede fundos federais à pesquisa com células indiferenciadas retiradas embriões. O presidente norte-americano garantiu que vai levar as palavras do Santo Padre em consideração quando tomar a sua decisão. Depois, João Paulo II falou sobre a globalização para frisar que "um mundo global é essencialmente um mundo de solidariedade" e para lamentar que nem todos usufruam dos benefícios desta globalização. O Papa repetiu ainda os seus apelos para que os países industrializados partilhem tecnologias com as nações mais pobres, para respeitarem o ambiente e para cancelarem ou reduzirem significativamente a dívida dos países em vias de desenvolvimento. Por seu lado, Bush optou por um discurso sem controvérsias, elogiando o Sumo Pontífice pelo seu papel na defesa dos direitos humanos e na queda do comunismo na Europa de Leste.

Fonte CM

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