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Lúcia e os pastorinhos
2007-04-03 22:13:43

A celebração dos 90 anos do Santuário de Fátima, em Outubro, será feita sem a presença do Papa e sem a canonização dos pastorinhos, Jacinta e Francisco Marto.

Em entrevista ao Expresso, o prefeito da Congregação da Causa dos Santos, disse: “O caso não é nada simples. O processo está em Roma, mas o problema é identificar o tipo de diabetes de que o menino foi curado”. D. José Saraiva Martins refere-se ao caso de um rapaz de oito anos que alegadamente terá sido curado da diabetes a 13 de Maio de 2000, o dia em que João Paulo II beatificou na Cova da Iria, os dois pastorinhos, primos da vidente Lúcia.
Para o cardeal, a dificuldade reside no facto de apurar se a criança tinha uma diabetes incurável - e, nesse caso, o milagre estaria explicado - ou se sofria de uma diabetes com tratamento.
Esta notícia surge como um revés para o Santuário de Fátima, que contava anunciar a canonização dos pastorinhos durante a inauguração da nova igreja da Santíssima Trindade, a 13 de Outubro.
O miraculado, foi assistido no Hospital de Lausanne, na Suíça, desde os 34 dias de vida. Conforme relatou a mãe, Maria de Fátima, ao Expresso há três anos, Filipe Marques deixou de tomar insulina com um ano de vida. Todavia, como Maria de Fátima reconheceu: “Os médicos dizem que é normal e que pode voltar a precisar de insulina”. Aliás, aquela emigrante há 12 anos na Suíça foi a própria a revelar ao Expresso que pediu, na ocasião, “uma carta aos médicos, mas eles não consideraram milagre”. Mesmo assim, o processo de canonização dos pastorinhos, sustentado naquela cura, foi enviado para Roma, em Outubro de 2005. Na ocasião o padre Luis Kondor, vice-postulador da causa, não se quis pronunciar: “Todo o conteúdo do processo é segredo. Cabe agora a Roma examiná-lo”. Pelos vistos, dois anos depois, o gabinete do cardeal Saraiva Martins continua com dúvidas.
Entretanto, o processo de beatificação da vidente Lúcia, falecida em 2005, poderá ser em breve aberto. De acordo com o padre Kondor existem um sem-número de “informações de graças” concedidas através da monja carmelita Lúcia de Jesus. Para aquele sacerdote este facto constitui razão suficiente para que D. Albino Cleto, bispo de Coimbra - a diocese onde terá de correr o processo -, solicite ao Papa Bento XVI a dispensa dos cinco anos que devem decorrer depois da morte, para a abertura de um processo de beatificação, conforme determina o Código de Direito Canónico. Curiosamente, um dos casos que sustentam o entusiasmo do padre Kondor é a cura de homem diabético.

M.R./M.C.

Fonte Expresso

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