paroquias.org
 

Notícias






Papa diz que mundo muçulmano deve respeitar os direitos humanos
2006-12-26 23:29:18

Bento XVI defendeu que os crentes "devem opor-se a uma ditadura da razão positivista que exclui Deus da vida pública"

O mundo muçulmano deve aceitar os direitos humanos e a liberdade religiosa, tal como a Igreja Católica foi pressionada a fazer no passado, defendeu ontem o Papa Bento XVI, no seu discurso de final de ano perante a cúria, que reúne todas as administrações do Vaticano.
"O mundo muçulmano encontra-se hoje perante uma missão particularmente urgente, muito semelhante à que foi imposta aos cristãos a partir da época do Iluminismo", disse Bento XVI.
Perante este desafio, os crentes "devem opor-se a uma ditadura da razão positivista que exclui Deus da vida pública", acolhendo "as verdades conquistadas pelo Iluminismo, que são os direitos humanos, nomeadamente a liberdade de fé e o seu exercício". Estes valores, sublinhou, "são os elementos essenciais para uma religião autêntica".
Três meses após a crise suscitada pelas alusões ao Islão durante uma palestra na Universidade alemã de Ratisbona, e três semanas depois da sua polémica viagem à Turquia, Bento XVI afirmou-se "solidário com todos os que, com base na sua convicção religiosa muçulmana, se empenham contra a violência e a favor de uma sinergia entre a fé e a razão, entre a religião e a liberdade".
O Papa evocou a sua viagem à Turquia e o seu encontro com o patriarca ecuménico ortodoxo Bartolomeu I para abordar o tema da liberdade religiosa. "Esperamos progressos na aplicação da liberdade religiosa, que corresponde à natureza íntima da fé e cujos princípios estão inscritos na Constituição turca", reforçou Bento XVI.
Durante a sua viagem à Turquia, o Papa lançou um apelo ao respeito pela liberdade religiosa das minorias cristãs naquele país. A Igreja Católica "não quer impor nada a ninguém, pede simplesmente para se viver livremente", afirmou então. A Turquia recusa-se a conferir um estatuto legal ao patriarcado ecuménico ortodoxo de Constantinopla, tendo confiscado bens imobiliários que pertencem a fundações cristãs.
Na sua mensagem, Bento XVI abordou também outros temas. Disse, por exemplo, que está preocupado com o reconhecimento legal das uniões de facto e, de acordo com a Reuters, considerou-o mesmo uma ameaça ao casamento tradicional.
O tema surge numa altura em que, em Itália, se debate que tipo de direitos devem ser reconhecidos a casais que não contraem matrimónio e também a casais constituídos por pessoas do mesmo sexo. Nova legislação está prometida pelo Governo para o início do ano.

PÚBLICO/AGÊNCIAS

Fonte Público

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia