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Comissão teológica avalia alegadas aparições de Medjugorje
2006-08-01 23:13:08 O Cardeal Vinko Puljic, de Sarajevo, anunciou a criação de uma comissão teológica encarregada de rever as alegadas aparições marianas de Medjugorje, na Bósnia-Herzegovina. Milhares de pessoas deslocam-se, todos os anos, a este local, onde em 1981 um grupo de seis crianças (Maria Pavlovic, Jakov Colo, Miriana e Ivan Dragevic, Ivanka e Vicka Ivankovic) começou a relatar aparições da Virgem Maria.
Em entrevista à agência católica norte-americana CNS, o Cardeal Puljic revelou que espera “sugestões da Congregação para a Doutrina da Fé” em relação aos teólogos que serão membros da referida comissão. Como é habitual nestas situações, a comissão estará sob a autoridade da Conferência Episcopal do país.
Em 1991, os Bispos católicos da antiga Jugoslávia declararam, em relação a Medjugorje, que não era possível afirmar que se estava na presença de “revelações ou aparições sobrenaturais”, mas essa posição estará, agora, em discussão.
Os peritos em mariologia de todo o mundo têm abordado as aparições de Medjugorje em diversos volumes, que vão do apoio entusiástico ao cepticismo. Das seis crianças que afirmaram ter visto Nossa Senhora, uma delas diz ainda receber mensagens no dia 25 de cada mês – publicadas por uma grande rede de sites cristãos dedicados às aparições.
O facto de as mensagens ultraprassarem as 30 mil, hoje em dia, faz aumentar o cepticismo em relação às aparições. O Bispo Ratko Peric, de Mostar-Duvno – diocese em que está Medujgorje – revela ter falado com Bento XVI sobre o fenómeno, no início do ano. O Papa está perfeitamente por dentro dos acontecimentos já desde o tempo em que foi prefeito da Congregação para a Doutrina da fé.
Em Setembro de 1998, D. Tarcisio Bertone – futuro Secretário de Estado do Vaticano e então secretário da Congregação presidida pelo Cardeal Ratiznger – escreveu uma carta sobre a questão de Medjguroje, em resposta a um Bispo francês – onde apresentava como referência a declaração de 1991 dos Bispos da Jugoslávia. À Conferência Episcopal da Bósnia compete, agora, retomar a documentação e procurar emitir um juízo sereno e objectivo.
Maria Pavlovic, a única vidente que afirma continuar a receber mensagens de Nossa Senhora, vive hoje com o seu marido e filhos na Itália. A Igreja Católica vê com muita cautela estes fenómenos, dado que a Revelação é considerada encerrada com a morte do último apóstolo – pelo que qualquer revelação privada não poderá acrescentar nada de essencial à fé.
Casos como o de Fátima, contudo, são reconhecidos por ajudarem os fiéis a perceber melhor as verdades fundamentais da fé e promoverem atitudes de oração, penitência e conversão.
Fonte Ecclesia
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