paroquias.org
 

Notícias






Orgão tubular da igreja de Oeiras restaurado
2001-07-08 19:32:28

A Igreja Matriz de Oeiras recuperou recentemente um dos mais importantes exemplares da organaria portuguesa, um instrumento tubular construído em 1829 e que custou na altura 1.728 mil reis, pagos, claro, em quatro "suaves" prestações.


Segundo documentos do arquivo paroquial de Oeiras, a encomenda do órgão tubular foi feita em 1827, ao organeiro António Joaquim Fontanes, pela infanta Dona Isabel Maria, "para se fazerem as funções de culto com devida decência" e foi pago em quatro prestações tendo sido a última liquidada em Maio de 1831. Trata-se de um dos vários exemplares de Fontanes que existem no País. Os restantes encontram-se na Basílica de Mafra, na Sé Catedral de Lisboa e na Igreja de São Tomé em Ponta Delgada.
O restauro, a cargo do organista Dinarte Machado, custou 16 mil contos pagos pela Paróquia com uma comparticipação da Câmara Municipal de Oeiras, que ofereceu dez mil contos. "Era uma peça que se estava a perder e que era preciso restaurar e salvaguardar", explicou Fernando da Silva Martins, Prior da Paróquia de Oeiras, acrescentando que a sua função, limitada tendo em conta a sua preservação, será principalmente litúrgica, exceptuando alguns concertos esporádicos.
Mas, nem sempre sopraram nos tubos deste órgão, "notas arejadas", já que segundo o restaurador Dinarte Machado, houve necessidade de reparar verdadeiras "devastações" causadas por um "organeiro" alemão que introduziu, entre outras intervenções, um teclado de pés tendo para isso quase destruído o património.

Museu de Arte Sacra
Houve ainda outro "organista indesejável" na vida deste instrumento de sopro, por volta de 1836, segundo um parecer da Junta de Paróquia, contido no arquivo paroquial, que proibia um dos percursores da historiografia de Oeiras, Francisco Ildefonso dos Santos, de o utilizar devido ao prejuízo que lhe causava.
Depois do restauro do órgão, a Igreja Matriz de Oeiras está agora a organizar e salvaguardar os milhares de documentos que compõem o arquivo paroquial. "Além desse trabalho, estamos também a pensar em abrir um museu de arte sacra, devido à grande quantidade de peças que temos", acrescentou o Prior de Oeiras.

Fonte JN

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia