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Bispo promete ser leal
2006-06-26 10:55:22

Começar de novo com Cristo, viver a espiritualidade em comunhão e amar ao mundo e aos outros, eis os três primeiros conselhos do novo bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, que ontem tomou posse oficial. “Desde que aceitei a nomeação do Santo Padre, vós entrastes no meu coração de pastor”, declarou aos fiéis da sua nova diocese.

Sempre sorridente, o antigo aluno do cardeal Ratzinger chegou à Sé de Leiria pelas 16h30 e dirigiu a primeira saudação, ainda na escadaria, a um grupo de amigos de Vila Real, o distrito onde nasceu há 59 anos. Depois, calmamente, caminhou para a multidão que o esperava com um coro de aplausos e o tocar dos sinos em fundo. “Ò vizinho, venha cá”, pediu-lhe uma mulher. Um abraço, um beijo fraterno na testa de uma criança, um sorriso, um aperto de mão caloroso – D. António Marto começava a revelar-se.

O afecto, assinalou durante a cerimónia o bispo resignatário D. Serafim Ferreira e Silva, foi palavra usada sete vezes por D. António Marto na sua primeira mensagem à diocese, proferida há dias. Ontem, na homilia, o novo bispo de Leiria-Fátima exortou as centenas de fiéis que lotaram a Sé a não duvidarem da sua fé, fortalecendo-a através do regresso às fontes do cristianismo.

A tarde começou com uma breve oração na capela do Santíssimo, seguida pela apresentação da carta de nomeação do Santo Padre, transmissão do testemunho de D. Serafim, manifestação de obediência pelo clero e leigos e, finalmente, a celebração da eucaristia.

D. António Marto, que se considera um profundo devoto da mensagem de Fátima, prometeu ser “leal, transparente e alegre”, dar voz aos que a não têm, escutar e dialogar. Primeira prioridade: conhecer a cultura e espiritualidade da diocese. Teólogo consistente e homem do conhecimento, elogiado pela inteligência, citou diversas vezes Bento XVI durante o período em que falou aos crentes. “O mais grave que pode acontecer a um homem é ter medo de Deus”, disse.

Com referências ao ‘Código Da Vinci’, ao terrorismo global, às tensões internacionais, à revolução tecnológica e ao vazio moral da sociedade moderna, a homilia criticou o “individualismo, consumismo e materialismo”, lembrando que “nunca houve tanto desejo de espiritualidade e interesse pela religião”.

D. António Marto, até agora bispo de Viseu, nasceu em Tronco, perto de Chaves e descobriu a vocação aos 10 anos. Convicto de que a Igreja vive tempos complexos, terminou ontem com um pedido a Maria para o guiar na sua missão. Momentos antes, havia destacado a relevância do “grande e querido Santuário de Fátima”, cuja região, até agora, conhecia sobretudo como turista.

"RECEBER SANTO PADRE EM 2007" (D. António Marto, bispo Leiria-Fátima)

Correio da Manhã – Já falou com Bento XVI para uma visita a Fátima?

D. António Marto – Todo o País tem esse desejo. Tenciono pedir uma audiência em Outubro ou Novembro e formular o convite ao Santo Padre.

– Está definida uma data?

– Vamos ver se será a 13 de Maio ou 13 de Outubro [de 2007] porque a inauguração da nova basílica é em Outubro. Será durante as comemorações dos 90 anos das Aparições e, esperemos bem, a canonização dos pastorinhos.

– Já conhece bem a sua nova diocese?

– Conheço-a mais como turista e a primeira prioridade é conhecer as pessoas, as situações, os ambientes, não apenas os números das estatísticas que são frios. Isso requer tempo e reflexão.

– O Papa fez-lhe alguma recomendação?

– Enviou-me os melhores votos de felicidades e êxitos pastorais. Fátima é um Santuário de capital importância, um centro de espiritualidade europeia e mundial, em que o Santo Padre põe expectativas grandes.

Cláudio Garcia, Leiria

Fonte CM

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