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Igreja distingue o cientista e padre Luís Archer
2006-06-19 22:07:12

O sacerdote Jesuíta Luís Archer vai receber do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), o Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes, revelou à Agência ECCLESIA o Pe. Tolentino Mendonça, director nacional do SNPC.

O anúncio deste prémio, que visa destacar um percurso, ou uma obra no espaço da cultura portuguesa contemporânea que faça uma síntese explicita entre os valores cristãos, a abertura à transcendência e a dimensão artística cultural, vai ser feito hoje, ao final da tarde, em Fátima, no decorrer das II Jornadas da Pastoral da Cultura.

Segundo o director do SNPC “o júri decidiu atribuir o Prémio de Cultura Pe. Manuel Antunes, à pessoa e ao percurso de um homem de ciência e grande humanista”, em ocasião dos seus 80 anos de vida, celebrados no início do mês de Maio.
A escolha recaiu sobre o Pe. Luís Archer devido a duas dimensões fundamentais – explicou o Pe. Tolentino Mendonça: “por um lado como grande cientista das ciências ligadas à vida, com um percurso cheio de uma grande competência técnica, altamente reconhecida, e também como homem de cultura”.

“O seu percurso – conclui - mostra-nos como a ciência se coloca, ao serviço da humanidade”.

Contactado pela Agência ECCLESIA, o Pe. Luís Archer manifestou a sua satisfação pela atribuição deste prémio: “não me julgo merecedor deste prémio mas fico muito grato e reconhecido àqueles que mo atribuíram”.
Segundo este sacerdote da Companhia de Jesus, o seu percurso, agora distinguido pela Igreja Portuguesa, “foi aquele que os Jesuítas acharam que era mais oportuno: doutorar-me em genética molecular, uma área nova para Portugal e, ao regressar, introduzir essa área no país e em várias universidades, preparando muitas pessoas para doutoramentos nesta área”. Além disso – acrescenta – “sem esquecer que o meu objectivo principal, como padre e Jesuíta, é o anúncio do Evangelho e mostrar que a Igreja também tem padres que, também nestas áreas não convencionais, se distinguiram, mostrando que a Igreja não é contra a ciência, como muitas vezes se diz, desde que esta seja bem entendida e correctamente formulada”.

A entrega do Prémio de Cultura Pe. Manuel Antunes será efectuada em data ainda por definir.

Ao serviço da ciência

Luís Archer é licenciado em Biologia (Porto, 1947), Filosofia (Braga, 1954) e Teologia (Frankfurt/Main, Alemanha, 1960). Jesuíta desde 1947. Depois do seu doutoramento nos EUA em Genética Molecular (1967), promoveu a investigação dessa nova área em Portugal. Investigador no Instituto Gulbenkian de Ciência (Oeiras, 1971-1991) onde criou e chefiou o Grupo de Genética Molecular. Coordenador do Centro de Investigação em Genética Molecular Humana (1991-2000). Sócio de honra de 6 sociedades científicas (3 estrangeiras e 3 nacionais).
Professor visitante do MIT (EUA, 1973). Ensinou genética molecular em várias Faculdades, Professor catedrático de Genética Molecular (FCT/Univ. Nova de Lisboa, 1979-1996). Presidente da Comissão de Avaliação Externa das licenciaturas em Biologia das Universidades Portuguesas (2000/2001).

Em face das muitas questões levantadas pelas novas tecnologias à Bioética, passou a dedicar a esta nova área uma actividade crescente. Foi, desde os anos 80, representante de Portugal em várias comissões de Bioética no Conselho da Europa, OCDE, Comissão Europeia e Fundação Europeia para a Ciência. Nomeado, pelo Presidente da Comissão Europeia, membro do "Grupo de Conselheiros sobre as Implicações Éticas da Biotecnologia" (1993-1997). Presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (nomeado pelo Primeiro-Ministro) de 1996-2002. É actualmente Professor em vários cursos de mestrado em Bioética.

Agraciado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago da Espada (10.06.1991). Membro efectivo da Academia das Ciências de Lisboa, da European Academy of Sciences and Arts (Salzburg) e da New York Academy of Sciences.
Publicou cerca de 250 artigos (de investigação e divulgação científicas, história e filosofia das ciências, biossegurança, bioética, questões ciência/sociedade e ciência/religião). É autor de cinco livros e esteve na coordenação de mais quatro.

Fonte Ecclesia

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