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Vaticano apela ao boicote do Código
2006-05-01 14:00:41

O Vaticano quer boicotar ‘O Código Da Vinci’, o novo filme de Ron Howard adaptado a partir do livro de Dan Brown, que se estreia na Europa no próximo dia 18.Angelo Amato, secretário da Congregação para a Doutrina da Fé e colaborador próximo do Papa Bento XVI, diz que o livro e, consequentemente, o filme, inclui “ofensas, calúnias e erros históricos contra Jesus, os Católicos e a Igreja”.

O arcebispo foi mais longe e, numa conferência de Imprensa sobre cultura e meios de Comunicação em Roma, instou os católicos a mobilizarem-se nas ruas para protestarem contra a apresentação de ‘O Código Da Vinci’, como aconteceu aquando da estreia de ‘A Última tentação de Cristo’, de Martin Scorcese, em 1988.

“Se estas ofensas tivessem sido dirigidas ao Corão ou ao Holocausto judeu teriam provocado, justificadamente, uma revolta mundial. Como foram dirigidas à Igreja continuam impunes”, condenou Amato.

Em Roma, um poster gigante que promove a película – que reproduz a Mona Lisa de Da Vinci e o título do filme –, colocado nos andaimes da fachada da igreja de San Pantaleón, que se encontra em obras, provocou também a fúria dos clérigos que se queixaram ao ministério do Interior italiano que ordenou a sua retirada, o que acontecerá em breve.

Já em Inglaterra, onde se situa a famosa Abadia de Westminster, Howard não foi autorizado a filmar dentro do local e teve de recorrer a múltiplos subterfúgios para conseguir rodar algumas cenas fulcrais. Mas o filme está pronto, tem estreia mundial no Festival de Cannes no próximo dia 17 e o livro que o inspira continua a vender.

O CM tentou obter uma reacção de um responsável da Columbia TriStar Warner, a distribuidora da fita em Portugal, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição.

HOWARD NÃO CEDE A PRESSÕES

O ‘best seller’ de Dan Brown, que já vendeu mais de 40 milhões de exemplares, retrata a Opus Dei e a Igreja de uma forma negativa e ao realizador de ‘O Código Da Vinci’ (protagonizado por Tom Hanks e Audrey Tatou) chegou mesmo a ser pedido que referenciasse, na película, que a obra é ficcionada. Isto para além da sugestão de cortes em algumas cenas. Ron Howard não cedeu um milímetro, frisando estar a seguir o argumento/livro “à risca”. Como alternativa, a Opus Dei decidiu colocar no seu ‘site’ uma série de perguntas e respostas para esclarecer os cibernautas sobre o livro e sobre a própria organização. São cerca de 50 alíneas que “demonstram que muitas das afirmações de ‘O Código Da Vinci’ não podem ser levadas a sério.”

REACÇÕES

'É PUBLICIDADE FAVORÁVEL' (Carlos C. da Silva, realizador)

“Esta atitude da Igreja é publicidade favorável ao filme”, considera Carlos Coelho da Silva, realizador de ‘O Crime do Padre Amaro’ que, como Ron Howard, teve algumas dificuldades em filmar dentro de igrejas. “Tentaram impedir-nos, mas já tínhamos filmado muito”, lembra. “Este boicote só vai criar mais curiosidade em torno do filme que sai a ganhar.”

'BOICOTAR NÃO RESOLVE' (D. Januário, Bispo F. Armadas)

“Boicotar o filme não resolve o problema. Estamos a cair no fundamentalismo atrasado”, opina D. Januário Torgal Ferreira. “A visão cristã não deve ser negativista, de boicote, mas sim de crítica”, frisa o bispo das Forças Armadas, referindo já ter lido ‘O Código Da Vinci’ que classifica de “um livro de infantilidades e sem categoria”.

Sofia Canelas de Castro, com agências

Fonte CM

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