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D. José Policarpo desafia a uma cultura da vida
2006-04-03 22:03:06

O Cardeal-Patriarca de Lisboa referiu-se ontem a várias questões que suscitam "perplexidade” na cultura da vida, sublinhando que a Igreja Católica é sempre a favor da defesa da vida, em qualquer circunstância.

“O cristianismo, no seu diálogo com a cultura, só pode propor uma cultura da vida, que leve ao respeito pela dignidade de cada ser humano e desabroche numa civilização do amor”, aponta.
Para D. José Policarpo, são sobretudo o início e o fim da vida humana que geram, hoje, “as principais perplexidades culturais e legais”. E deixa uma série de interrogações: “Em que momento se inicia a vida humana e o ser humano começa a ser sujeito de direitos, entre os quais o de ser protegido pela sociedade e pelo Estado? Pode o Estado legalizar o suicídio voluntário nos momentos terminais? Quais são os limites que a ética impõe à ciência na sua capacidade de intervir no código genético, ou de gerar a vida humana em laboratório?”.
Na Catequese Quaresmal deste Domingo, D. José Policarpo negou ainda qualquer “justificação legal e moral” para a chamada “guerra preventiva”, lembrando que não se pode aceitar “o sacrifício de vítimas inocentes em operações militares utilizadas como caminho para resolver problemas políticos".
“Têm os Estados, em alguma circunstância, direitos sobre a vida de outrem? A guerra preventiva poderá, alguma vez, ter justificação legal e moral? Poder-se-á aceitar ligeiramente o sacrifício de vítimas inocentes em operações militares usadas como caminho para resolver problemas políticos?”, interroga.
Inspirada no episódio bíblico do assassinato de Abel por seu irmão Caim, o Patriarca de Lisboa começou por abordar “essa dialéctica dramática” da história humana, em que a convivência entre os homens tanto se exprime na fraternidade, como cai na violência assassina. E realça, à luz do mesmo texto bíblico, que “cada homem é responsável pela vida do seu semelhante”, e que a vida se descobre à medida que se convive e se ajuda os outros a viver.
O “não matarás” do Decálogo supõe, no seu entendimento positivo, “a compreensão, o respeito e o serviço da vida”, que D. José Policarpo vê como “um problema perene na constituição e evolução das culturas”, em que se registaram, através dos séculos, “progressos e retrocessos”. Porque é dom e é projecto, que desafia a liberdade humana, a vida, nos seus parâmetros culturais e religiosos, tem direito a ser defendida e a dispor “de todas as expressões que permitam ao ser humano” desenvolvê-la.
Em conclusão, o Patriarca de Lisboa refere que “a luta em favor da vida foi, desde sempre, um combate moral, o verdadeiro confronto entre o bem e o mal”.
“Desde o início, neste combate pela vida, houve momentos altos em que sobressai a grandeza do amor, dos que dão a sua vida para que os outros vivam, e momentos dramáticos em que os homens se matam uns aos outros. E o combate não terminou”, assegura.

Fonte Ecclesia

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