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Bispo do Porto Critica Silêncio da Sociedade
2001-06-18 09:29:21 Os trabalhadores portugueses são o estrato "que mais tem sido ferido na sua dignidade, com um silêncio conivente da sociedade em geral e quase comprometedor por parte da comunicação social", considerou ontem o bispo do Porto, D. Armindo Lopes Coelho, no encerramento do XI Congresso Nacional da Liga Operária Católica-Movimento dos Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC).
"A Economia e a Política são hoje os grandes títulos da vida nacional", afirmou o bispo, criticando o silêncio face ao "mau-estar" sentido no mundo do trabalho, decorrente do facto de "as pessoas se sentirem governadas sem o seu aval, como se não tivessem uma palavra a dizer numa sociedade democrática".
O bispo falava à Lusa, à margem do XI Congresso da LOC/MTC, que durante quatro dias reuniu, no Porto, duas centenas de militantes e delegados do movimento, sob o lema "Dignificar o Trabalho - Construir uma Cidadania Activa".
Na perspectiva de D. Armindo Lopes Ribeiro, este desinteresse da sociedade relativamente ao "contributo dos trabalhadores para construir uma sociedade responsável" tem sido progressivo e está a assumir proporções mais "graves" nos últimos anos.
Questionado sobre a participação dos trabalhadores na gestão das empresas - apontada durante o congresso como uma forma de contribuir para sua a dignidade -, D. Armindo Lopes Coelho recordou que este foi um ideal "proclamado e exigido depois da revolução de Abril" e então "aceite em certas empresas, mas omitido e dispensado à medida que as multinacionais se vão impondo".
Apesar da "crise" já atravessada pela LOC/MTC, o bispo frisou que este continua a ser, "para a Igreja, o movimento mais importante" no seu seio. E, apesar de reconhecer que "não tem havido grande renovação nos movimentos de acção católica", defendeu que "um dos que se tem mantido mais forte e activo é exactamente a LOC", pelo que nele reside actualmente "grande esperança".
Fonte Público
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