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Consagrados não se devem esconder
2006-02-02 21:51:47

No dia em que a Igreja celebra a Jornada da Vida Consagrada, instituída em 1997 por João Paulo II, a Agência ECCLESIA foi ao encontro do presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal para falar sobre os desafios que se colocam aos religiosos e religiosas numa sociedade em mudança.

Agência ECCLESIA – Esta Jornada é uma festa de toda a Igreja?
Pe. Manuel Barbosa – É um dia para celebrar, de forma diferente a Vida Consagrada. É preciso que nós saibamos mostrar a riqueza desta vocação, com a sua diferença e o seu testemunho.
A Jornada é, de facto, uma festa de toda a Igreja, dado que esta vocação é reconhecida por toda a Igreja. Em praticamente todas as Dioceses os Bispos presidem a uma celebração de acção de graças por esta forma de vida, isso é um sinal de reconhecimento.

AE – Em Portugal, os Institutos têm, há sensivelmente um ano, uma Conferência dos única, em vez de duas Federações distintas. Como avalia esse caminho?
MB - O trabalho conjunto de Institutos masculinos e femininos, numa conferência única, facilita a dinamização da Vida Consagrada no nosso país.
O facto de estarmos unidos não aconteceu de um momento para o outro, houve um processo e uma caminhada que reforçou um sentido mais forte de comunhão, apesar de cada qual ter os seus carismas próprios. Trabalhar juntos decorre da compreensão da comunhão que é a Igreja, onde estamos inseridos.
Outro aspecto é o da organização, de coordenação, que facilita a direcção da Conferência. A CIRP, sem substituir a autonomia própria de cada Instituto, na sua tarefa de coordenação e dinamização, procura contribuir para dar resposta aos desafios e sinais dos tempos, colocados à Vida Consagrada em Portugal, em atitude de abertura à mudança

AE – Como se compreende a chamada «crise vocacional» num momento em que surgem novas formas de consagração que apelam a tantas pessoas?
MB - É muito positivo que tenham aparecido novas formas de consagração, mesmo numa altura em que há um decréscimo quantitativo das vocações. Esse dado é normal, face à mudança da própria sociedade, é uma crise que se estende a outras formas de vocação, é uma crise de valores.
Neste sentido, é fundamental renovarmos a maneira como estamos a responder, enquanto consagrados, à nossa missão no tempo presente. Tenho realçado que há necessidade de recorrer a gente do mundo da sociologia, da psicologia, do próprio marketing, como uma ajuda para perceber os dinamismos da vocação e da pastoral vocacional.
O primeiro e fundamental desafio à Vida Consagrada centra-se no testemunho fiel no seguimento de Jesus Cristo, segundo o carisma dos fundadores de cada Instituto.

AE – Fátima recebe, na próxima semana, Superiores e Superioras Maiores da Europa. É uma oportunidade privilegiada de reflexão?
MB - Será sem dúvida, uma oportunidade para perceber esta Europa onde estamos, de uma maneira atenta, pormenorizada, exaustiva. Há problemas comuns, mas também há questões diversas, culturalmente.
O fundamental é encontrar respostas que vão ao encontro das interpelações que nos são lançadas, porque às vezes há a tentação de preparar respostas «a priori».


Os números
Segundo o Anuário Católico de Portugal – 2005 (www.ecclesia.pt/anuario), há mais de 8 mil religiosos e religiosas portugueses.
Os 38 institutos de vida consagrada masculinos contam, no nosso país, com um total de 1.387 membros e os 106 institutos femininos com 5.664 religiosas. Agregados a estes institutos, residem no estrangeiro 93 homens consagrados e 294 irmãs, e encontram- se nas missões ad gentes 328 religiosos e 414 mulheres.
Os institutos masculinos possuem, nas respectivas etapas de formação, 56 postulantes, 32 noviços e 98 professos. Por sua vez, as congregações femininas instaladas em Portugal, espalhadas por 736 comunidades, contam nas suas fileiras com 157 juniores, 37 noviças e 33 postulantes.
O nosso país conta, por outro lado, com 17 institutos seculares. Sem descurarem a sua actividade profissional ou vivência familiar, estas pessoas vivem a sua consagração em confronto permanente com a rotina e realidade concretas. Os institutos seculares foram aprovados pelo Papa Pio XII, em 1947, tratando-se, assim, de uma forma de vida consagrada relativamente recente, flexível e adaptada às necessidades da dinâmica sócio-cultural actual.

Fonte Ecclesia

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