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«Deus Caritas est» - um documento corajoso
2006-01-25 22:45:53

“Um documento corajoso que não foge a questões melindrosas e sensíveis” – disse à Agência ECCLESIA Henrique Noronha de Galvão, professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), falando em relação à encíclica «Deus Caritas est» de Bento XVI.

Neste documento, publicado hoje (25 de Janeiro), Bento XVI apresenta a perspectiva que considera “fundamental da sua acção pastoral”. Dividida em duas partes - «A Unidade do Amor na Criação e na História da Salvação» e «Caritas – a prática do amor pela Igreja enquanto “Comunidade de Amor”», Noronha de Galvão esclarece que a primeira parte “é doutrinal, aliás Bento XVI diz que é a mais especulativa”. Uma parte onde Bento XVI esclarece alguns conceitos. “É mais filológica do que filosófica” – acrescenta este docente da UCP.
O Cardeal Ratzinger deu sempre “muita importância à filologia e às potencialidades e virtualidades da linguagem” – sublinhou Noronha de Galvão. A distinção entre o «Eros» e a «Agape» é “emblemática” porque “todos nós somos vocacionados a dar o amor mas precisamos de ser amados. É nesta convergência que Ratzinger fez a autenticidade do amor”.
Esperava-se uma encíclica programática, mas o documento dá ao leitor explicações sobre a essência cristianismo. “A segunda parte é muito concreta. Ele faz o resumo das grandes orientações que vêm do II Concílio do Vaticano. Explica muito bem os três múnus: profético, liturgia e caridade”. Uma parte onde insiste que a actividade sócio-caritativa “é essencial à própria missão da Igreja e não uma actividade supletiva da Igreja” – disse Noronha de Galvão.
Em «Deus Caritas est», Bento XVI deixa também apelos à sociedade civil e aos políticos. “A mensagem cristã vai para além da própria Igreja e diz respeito a toda a humanidade” E acrescenta: “Bento XVI diz-nos que a política não se pode alhear da moral e da ética. A justiça, o valor ético, é a razão de ser da própria política e deverá ser o critério para julgar a validade dessa mesma política”.
Ao contrário dos seus antecessores, Bento XVI não utiliza muitas citações no documento. Para este dado, Noronha Galvão explica que Joseph Ratzinger limita-se, nas citações que faz, “àquilo que é absolutamente necessário para a fundamentação das suas afirmações. Ele quer fazer um texto mais leve e acessível.”

Fonte Ecclesia

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