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Guarda Suíça faz hoje 500 anos
2006-01-23 12:03:11

Uma missa no Vaticano e outra em Friburgo são as duas iniciativas que assinalam hoje os 500 anos da Guarda Suíça, o mais antigo corpo militar do mundo ainda em funções. A data regista o aniversário da chegada a Roma de 150 mercenários suíços para proteger o Papa Júlio II.

"Pequeno exército de grandes ideais", como o definiu Bento XVI, em 6 de Maio último, ao receber o juramento de 31 alabardeiros, a Guarda Suíça terá o ponto alto das comemorações dos 500 anos nos meses de Abril e Maio: a 7 de Abril, um grupo de veteranos partirá de Bellinzona, no Sul da Suíça. Percorrerão a pé 723 quilómetros, durante quatro semanas, reconstituindo a marcha que, em 1506, levou os 150 fundadores até Roma.
A 6 de Maio, por ocasião do juramento anual dos novos recrutas, o próprio Papa presidirá à missa. A data assinala o massacre de que foram vítimas 147 guardas suíços, em 1527, em plena escadaria da Basílica de S. Pedro, lutando contra as tropas do imperador Carlos V (ver caixa). na sequência deste episódio, o imperador forçou o Papa Clemente VII a acabar com a Guarda Suíça, em 5 de Junho seguinte. Mas Paulo III, que sucedeu a Clemente, refundou o pequeno exército 21 anos depois, a 3 de Fevereiro de 1548.
A promessa solene dos novos alabardeiros será, como todos os anos, no dia 6 de Maio. Mas, pela primeira vez, em plena Praça de São Pedro - habitualmente decorre no interior do Vaticano.
Concertos, uma moeda de dois euros e emissões de selos conjuntas entre o Vaticano e a Suíça são outras iniciativas previstas para assinalar o ano de comemorações deste exército que há muito não participa em batalhas. Em 1870, houve alguns guardas envolvidos em escaramuças no processo da unificação italiana, mas já há muito que a Guarda Suíça deixara de fazer a guerra.
Em Novembro fo ano passado, o actual comandante, coronel Elmar Mäder, garantiu que a Guarda Suíça continua vedada às mulheres. As casernas são pequenas, os guardas são jovens e o comandante não quer "problemas disciplinares", justificou na altura. "Não estou a dizer que as mulheres não são qualificadas para estar em forças de segurança, mas é uma questão de disciplina."
Uniforme é para manter
O mesmo acontece com o uniforme colorido, que Mäder garantiu que não mudará: "Este é o que o mundo reconhece. Mudar o uniforme da Guarda Suíça seria como mudar o sentido do mundo."
Hoje mesmo, 70 guardas suíços acompanharão a recitação do Angelus pelo Papa, ao meio-dia (11 da manhã em Lisboa). Bento XVI dar-lhes-á a sua bênção.
Antes, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Angelo Sodano, celebra uma missa na Capela Sistina. Ao mesmo tempo, em Friburgo (Suíça), o cardeal Georges-Marie Cottier presidirá a uma missa com a participação de 500 antigos membros da guarda pontifícia.
Além do massacre de 1527, um outro acontecimento abalou recentemente a Guarda Suíça: em Maio de 1998, no dia em que fora nomeado como novo comandante, Alois Estermann e a mulher foram mortos pelo guarda Cedric Tournay, que se terá suicidado em seguida. Tournay estaria perturbado por ter sido preterido na atribuição de uma medalha - uma versão que a família contestou.
Estermann era um dos guardas que estavam junto de João Paulo II, quando o Papa foi vítima do atentado, em 13 de Maio de 1981, na Praça de S. Pedro. Logo que se ouviram os tiros do turco Ali Agca, Estermann saltou para o veículo que transportava o Papa, tentando protegê-lo, mas este tinha sido já atingido.

Fonte Público

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