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Bento XVI valoriza papel da ONU e pede respeito pelo direito humanitário
2006-01-03 14:19:11

O Papa Bento XVI sublinhou ontem o papel da Organização das Nações Unidas na promoção da solidariedade e da paz no mundo e apelou a que a ONU tenha uma consciência "renovada" das suas responsabilidades em promover "a justiça, a solidariedade e a paz, num mundo marcado pelo vasto fenómeno da globalização".

Na homilia da missa do Dia Mundial da Paz, celebrada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, Bento XVI disse ainda que é necessário que o mundo tenha um "sobressalto de coragem e de fé em Deus e no homem para escolher o caminho da paz". Um apelo que, acrescentou, é dirigido "a todos: aos indivíduos, aos povos, às organizações internacionais e às potências mundiais".
O Papa referiu ainda, de acordo com as agências internacionais, que persistem "situações de injustiça e violência" e que há "novas e mais insidiosas ameaças contra a paz". Citou, a propósito, "o terrorismo, o niilismo e o fundamentalismo fanático".
Com estas afirmações e apelos, o novo Papa retomava várias das ideias da sua mensagem escrita para o Dia Mundial da Paz - a primeira do seu pontificado. Sob o título Na Verdade, a Paz, o documento pede o respeito do direito internacional humanitário, condena o fundamentalismo religioso, pede um "progressivo e concordado desarmamento nuclear", critica o comércio de armas e pede que se relance "com convicção" o processo de desarmamento.
Ratzinger, eleito em Abril para suceder a João Paulo II, começa por recordar a escolha do nome Bento para o seu pontificado. A opção "pretende indicar o [seu] convicto empenho a favor da paz", na esteira de S. Bento, fundador do monaquismo contemporâneo e patrono da Europa, e do Papa Bento XV, que "condenou a I Guerra Mundial como um "inútil massacre"".

"Valorizar as diferenças"
A humanidade está irmanada num mesmo destino, recorda o texto, o que deve levar as pessoas a "valorizar as próprias diferenças históricas e culturais". O Papa sublinha depois a importância de, mesmo na "trágica situação duma guerra", a comunidade internacional se ter dotado do direito humanitário "para limitar ao máximo, sobretudo nas populações civis, as consequências devastadoras" dos conflitos.
Na mensagem (cujo texto está disponível em www.vatican.va), Bento XVI condena os terroristas, cujos desígnios "estão inspirados num niilismo trágico e desconcertante". E admite que eles podem inspirar-se também no "fanatismo religioso". O niilismo e o fundamentalismo "têm em comum um perigoso desprezo pelo homem e a sua vida", acrescenta.
Salientando o facto positivo de ter diminuído o número de conflitos armados, Bento XVI alerta contra um "ingénuo optimismo" e condena "os governos que contam com as armas nucleares para garantir a segurança dos seus países".
O documento regista ainda que "há um aumento preocupante dos gastos militares e do comércio" de armamento, enquanto "permanece atolado no pântano duma indiferença quase geral o processo" de desarmamento.
Na sua mensagem urbi et orbe (à cidade e ao mundo), após a missa de ontem, Bento XVI saudou os peregrinos em sete línguas (incluindo o português).

Fonte Público

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