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Epifania do Senhor
2005-12-29 22:25:14

A liturgia celebra, neste domingo, a solenidade da Epifania do Senhor, que significa «manifestação», e é o complemento do Natal. Nesta solenidade, podemos descobrir o aspecto glorioso do mistério do Natal, o carácter universal da mensagem evangélica e a missão da Igreja no tempo, que consiste em ser contínua «manifestação» de Cristo.
Na primeira leitura, o profeta Isaías anuncia ao povo, que regressa do Exílio, a glória que irá inundar a cidade santa, Jerusalém. Este anúncio transporta-nos para os tempos messiânicos. A luz que brilha sobre a cidade é Jesus, o Verbo encarnado. Ele é o clarão de um novo dia sem ocaso, destinado a iluminar todas as pessoas e todos os povos. Neste texto podemos perceber o alcance universal da salvação, que o nascimento de Jesus anuncia.


O evangelho, segundo Mateus, apresenta-nos, na figura dos três Magos do Oriente, o mistério profundo do nascimento do Filho de Deus como homem, que é adorado, quase em primeiro lugar, pelos pagãos, representados nos Magos, a indicar-nos que a salvação alcançada pelo nascimento do Senhor tem um carácter universal. O Pai, ao dar-nos o seu Filho querido como salvador, oferece-O a toda a humanidade, e não apenas ao povo escolhido, embora este seja o primeiro destinatário. Assim, a solenidade que hoje celebramos, abre o nosso coração às dimensões do coração de Deus, a recordar-nos que todos os povos, nações, raças e línguas são chamados a proclamar, a seu modo, as maravilhas do amor de Deus e a adorar o seu Filho, feito ternura e proximidade numa criança, pela qual nos vem a salvação.
Na segunda leitura, Paulo, na carta aos Efésios, testemunha que o mistério de Cristo lhe foi dado a conhecer por uma revelação, isto é, que os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho. De facto, Deus preparou o povo bíblico ao longo de milhares de anos para que dele nascesse o Salvador. Assim aconteceu na plenitude dos tempos. Mas Deus quis, na sua bondade e amor, salvar todas as pessoas, de todos os tempos e lugares, pela acção e mediação de Jesus Cristo, continuada hoje na Igreja.
A solenidade da Epifania interroga-nos sobre a presença efectiva de Jesus Cristo no coração de cada pessoa e no mundo actual. Os noticiários nacionais e internacionais, que diariamente escutamos, são um sinal evidente de que estamos longe de alcançar o mistério de Cristo e a sua vivência. Contudo, brilha sempre uma luz de esperança para os que acreditam seriamente no Senhor e, seguindo a sua estrela, se põem a caminho, persistentemente, até O alcançar. Os tempos que vivemos são para nós uma interpelação a sermos sérios e fiéis na nossa entrega a Cristo e ao seu povo e a testemunhar, pela palavra e pela vida, a fé que nos move e a certeza que não nos deixa depor as armas da luta cristã. Deste modo, a Epifania do Senhor será também, hoje, uma realidade com o nosso contributo.

Leituras da Epifania do Senhor: Is 60,1-6; Sl 72 (71), 2-13; Ef 3,2-3a.5-6; Mt 2,1-12


Deolinda Serralheiro


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