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Bispos querem "ética" na educação sexual
2005-11-17 09:41:23

A Comissão Episcopal da Educação Cristã (CEEC) considera que a educação sexual nas escolas deve ser entendida numa dimensão "ética" e não apenas de "saúde".

Num parecer sobre o relatório preliminar do Grupo de Trabalho de Educação Sexual (GTES), criado por despacho da ministra da Educação, e sobre o qual terminou ontem o período de consulta pública, a comissão episcopal considera que "a sexualidade é um dos núcleos estruturantes e essenciais da personalidade humana, que não se reduz a alguns momentos e comportamentos".
"É, pelo contrário, um complexo que se integra no pleno e global desenvolvimento da pessoa", consideram os bispos, defendendo que, ao invés da vinculação da "educação sexual" à "educação para a saúde" - como propõe o relatório do GTES -, a educação sexual se situe "num horizonte mais amplo e mais profundo".
O documento dos bispos contesta que a educação sexual nas escolas vise apenas evitar a "gravidez não planeada", "doenças sexualmente transmissíveis" ou "abusos e exploração sexual", porque assim "acaba por ser encarada a partir de um prisma negativo".
Segundo os bispos, o relatório esquece que "a forma mais segura de educar os adolescentes e os jovens para uma saudável integração da sexualidade é ajudá-los a descobrir a sua identidade de homem ou mulher, que se diferenciam sexualmente e se complementam numa relação de amor".
Estas posições são mais pessimistas do que a forma como, na segunda-feira, o presidente da Conferência Episcopal e arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, saudou "a intenção de integrar a educação sexual nas escolas sem criação de uma disciplina específica mas simplesmente no contexto da educação para a saúde pública".
No parecer, ontem divulgado em Fátima, onde os bispos terminam hoje a sua assembleia plenária, sublinha-se que "a ausência de relação harmónica entre a educação sexual" e a construção "de um projecto de vida com sentido conduz ao empobrecimento da sexualidade, reduzida que fica à dimensão dos mecanismos corporais e reprodutores, que se pretendem controlar".
Um diálogo constante entre a escola e os pais, a preparação adequada dos professores e a exclusão da "colaboração de estudantes mais velhos que frequentam escolas do ensino superior" são também apontados pelos bispos católicos como factores a ponderar.
PÚBLICO/Lusa

Fonte Público

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