paroquias.org
 

Notícias






Senhora da Saúde reúne mar de fiéis
2000-09-05 23:14:22

Milhares de fiéis participaram, ontem, na procissão de Nossa Senhora da Saúde, cerimónia religiosa realizada no último dia dos festejos anuais da cidade de Sacavém.

Pelo 401º ano consecutivo, a imagem gótica escura de pedra de ançã, coroada, ostentando Jesus Menino ao colo, percorreu as principais artérias de Sacavém, num ritual que ano após ano junta um longo cordão humano junto às ruas por onde passa o cortejo.
A procissão terminou já ao final da tarde, junto da capela de Nossa Senhora da Saúde, no Largo 5 de Outubro, onde o padre José Manuel de Almeida procedeu à benção da cidade.
Várias centenas de pessoas que participaram na procissão empunhando uma vela, a fim de verem cumpridas as suas promessas, colocaram então as tochas a arder junto do santuário da "santinha que guarda pela saúde da povo de Sacavém", segundo comentou ao Correio da Manhã Marília Cartaxo, que desde pequena sempre participou neste caminho de fé.
A forte crença dos sacavenenses na imagem "nobremente de rainha vestida e com sorriso de mãe", segundo diz o comunicado da comissão de festas, surgiu em 1599, quando uma terrível peste dizimava irremediavelmente a população local. Face à falta de espaço no interior da ermida para enterrar os mortos, foi deliberado que se abrissem covais no terreno exterior, sucedendo que ao cavar-se a primeira sepultura surgiu a imagem da Virgem Santíssima.
Organizada de imediato uma procissão a implorar saúde e salvação, narra a tradição que a peste cessou.
Desde essa data Sacavém sempre manteve viva a procissão em agradecimento à Virgem Maria.
Às quatro da tarde de ontem a tradição voltou a falar mais alto. Após o estrondo dos foguetes e reunidos os fiéis no adro da capela, começou então a cerimónia.
Uma escolta a cavalo da Guarda Nacional Republicana, composta por seis elementos, marcava o início da procissão. A marcha composta por várias confrarias contava também com o grupo musical de Delaes, Famalicão. No grupo que compunha a procissão surgia então a imagem divina transportada num carro engalanado dos Bombeiros Voluntários de Sacavém e mais atrás a Banda Musical da Charneca do Lumiar.
Por entre novas centenas de fiéis, a parte final da procissão era então ocupada pelo capelão da Armada, que segurava um Cristo na Cruz e sob o pálio (transportado por nove membros do Exército, do Quartel de Adidos, em Sacavém) percorria as ruas locais o padre José Manuel de Almeida.
Rua a rua, os membros das várias confrarias permaneciam em oração enquanto os populares procuravam encontrar na imagem da santa "um alívio para os problemas da vida", segundo um comentário de Matos Silva, que na Rua das Mirandas aguardava a procissão debaixo do Sol forte.
Terminado o momento religioso solene o Largo 5 de Outubro, palco central das festas da cidade preparava-se então para a última noite de festa, estando previsto, para a meia-noite "um espectáculo de fogo de artifício", segundo adiantou ao CM, José Dias Castanheira, presidente da comissão de festas.

Fonte CM

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia