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Direito à informação reclama uma sociedade digital para todos, alerta Santa Sé
2005-10-19 22:18:49

A possibilidade que as novas tecnologias oferecem ao exercício do direito à informação aponta a que se realizem esforços concretos «para construir uma sociedade digital mais inclusiva, que reduza a difundida “info-pobreza”», pede a Santa Sé à ONU.

Da importância do «direito à informação» «na vida de todas as sociedades democráticas e instituições» falou na sexta-feira o arcebispo Celestino Migliore nas Nações Unidas, ao intervir no curso da IV Comissão da 60ª sessão da Assembléia Geral sobre o ponto 33: «Questões relativas à informação».

«O exercício da liberdade de comunicação não deve depender de riqueza, educação ou poder político»: «o direito a comunicar-se é o direito de todos», sublinhou o prelado.

De fato, «a liberdade de expressão e o direito à informação aumentam e se desenvolvem nas sociedades» quando não são esquecidos os princípios éticos da comunicação, tais como «a preeminência da verdade e do bem do indivíduo, o respeito à dignidade humana e a promoção do bem comum», reconheceu.

É aí onde as novas tecnologias revelam «um importante papel no progresso dos pobres», pois «o acesso à riqueza que representam as comunicações certamente beneficiaria os desfavorecidos», não só como receptores de informação, «mas também como atores, capazes de promover seus próprios pontos de vista ante quem toma as decisões no mundo», sublinhou o arcebispo Migliore.

O prelado não duvidou em citar a experiência da Santa Sé com o estabelecimento de uma «iniciativa única no patamar continental»: a «Rede Informática da Igreja na América Latina» (RIIAL), «que promove a adoção de tecnologia e programas digitais em educação nos meios de comunicação, especialmente em regiões pobres».

«O êxito deste projeto atraiu a atenção do Observatório da Comunicação Cultural e Audiovisual no Mediterrâneo e no Mundo (OCCAM) e de outras organizações internacionais», constatou.

Vistas as possibilidades das novas tecnologias na comunicação, o prelado mostrou interesse em que a segunda fase do Encontro Mundial da ONU sobre Sociedade da Informação (WSIS) --que proximamente se celebrará em Túnis-- leve «a mais esforços concretos para construir uma sociedade digital mais inclusiva que reduza a difundida “info-pobreza”», criando uma nova dinâmica mais além da «lógica política e comercial» freqüente neste terreno.

«A Sociedade da Informação deverá estar dotada da aptidão, capacidade e técnicas para gerar e conquistar um novo conhecimento e para aceder, absorver e usar eficazmente informação e comunicação», considera a delegação vaticana.

De todas as formas, a facilidade de aceso à informação de todo tipo faz necessário «proteger os mais vulneráveis», por exemplo, «crianças e jovens», «especialmente em vista do aumento do conteúdo de violência, intolerância e pornografia», afirmou a Santa Sé.

O que teria de se perguntar principalmente ante o «progresso da tecnologia» é se este leva ao crescimento das pessoas em «dignidade, responsabilidade e abertura aos demais», apontou.

Igualmente, o arcebispo Migliore ressaltou a «necessidade fundamental de desenvolver uma capacidade para discernir a informação recebida, dada a enorme quantidade de informação disponível», um processo que pode prosperar só onde há uma hierarquia de valores reconhecida».

Fonte Zenit

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