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Questões litúrgicas marcam trabalhos do Sínodo
2005-10-06 21:47:46

Os primeiros dias do Sínodo têm sido aproveitados pelos mais de 250 Bispos de todo o mundo presentes para partilhar experiências e ideias sobre a celebração da Eucaristia e as várias dimensões deste sacramento na vida da Igreja.

Como se esperava, os padres sinodais estão a trabalhar, praticamente parágrafo a parágrafo, sobre o “Instrumentum Laboris” previamente publicado. Nesse documento é reflectida a preocupação dos Bispos com as celebrações litúrgicas em todo o mundo, vincando a necessidade de seguir normas e posições comuns na celebração e na vivência prática da Eucaristia.
O documento, intitulado “A Eucaristia: Fonte e Cume da vida e da missão da Igreja” foi elaborado após uma consulta a cerca de 4.500 Bispos de todo o mundo. No mesmo sublinha-se a importância do “Mistério Eucarístico” para a Igreja, advertindo-se contra o que se consideram serem práticas que atentam “contra o sentido do sagrado”, como o sincretismo ou a inter-comunhão entre os cristãos.
No Instrumento de trabalho é dado um grande destaque à preocupação ecuménica da Igreja, manifestado por várias vezes pelos dois Papas que convocaram esta reunião, João Paulo II e Bento XVI, mas recorda-se que não é possível a celebração comum da Eucaristia entre católicos e não-católicos enquanto “a unidade da fé não for realizada”. Só em certas condições é permitida aos católicos nas Igrejas Orientais, às quais é reconhecida a validade do sacramento da Eucaristia.
A primeira fase sinodal, que inclui as intervenções dos seus participantes, conclui-se com a recolha dos pontos convergentes na “Relatio post disceptationem” (relatório após a discussão). Esses pontos serão discutidos na segunda fase, durante a qual todos os padres sinodais se dividem em pequenos grupos.
A 22 de Outubro será apresentado o “Elenchus finalis”, que recolhe as propostas do Sínodo. Estas propostas constituem a base para a redacção da exortação apostólica que o Papa escreve como conclusão dos Sínodos.
A assembleia sinodal já escolheu os participantes que formam a Comissão encarregada de redigir esta mensagem final do Sínodo. Em representação da Ásia, foi eleito o Cardeal Ivan Dias, Arcebispo de Bombaim (Índia); em representação da América, o Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo de São Paulo (Brasil); em representação da África, Dom Laurent Monsengwo Pasinya, Arcebispo de Kisangani (República D. Congo); e, em representação da Europa, Dom Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto (Itália).
A comissão tem também um representante das Igrejas do Oriente, o Cardeal Nasrallah Sfeir, patriarca de Antioquia dos Maronitas (Líbano); um representante da Cúria Romana, o Cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos; e um representante dos Superiores de Congregações Religiosas, o Padre Peter-Hans Kolvenbach, Superior Geral da Companhia de Jesus.
Ontem, quarta-feira, tiveram início os trabalhos dos Chamados Círculos Menores, 13 grupos que congregam os 256 padres sinodais. Já esta manhã, Bento XVI visitou cada um desses grupos, mostrando “a atenção com que segue o desenrolar deste grande encontro eclesial”, como revelou D. Giorgio Costantino, durante o briefing que manteve hoje com os jornalistas.
A imprensa apenas pode acompanhar os trabalhos do Sínodo através dos comunicados que, duas vezes ao dia, são publicados pela Sala de imprensa da Santa Sé. Da hora livre de discussão que os participantes na assembleia sinodal têm à sua disposição não têm transparecido informações detalhadas. D. Nikola Eterovic, secretário-geral do Sínodo, garantiu aos participantes que a comunicação social seria informada sobre o conteúdo das intervenções, mas não sobre o nome dos intervenientes, “para garantir maior liberdade”.

Fonte Ecclesia

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