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Divorciados recasados em debate no Sínodo
2005-10-06 21:47:01

A quarta Congregação Geral da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que se realizou terça-feira ao final da tarde, ficou marcada pela proposta do arcebispo neozelandês de Wellington, que sugeriu que os divorciados recasados pudessem voltar a comungar.

«Enriquecíamos as nossas Igrejas se pudéssemos convidar os católicos comprometidos, e actualmente excluídos da Eucaristia, a voltarem à mesa do Senhor. Aqueles cujo primeiro matrimónio terminou de forma triste», mas que «nunca abandonaram a Igreja», explicou D. John Dew.
O prelado disse mesmo que «o Sínodo deve ter um enfoque pastoral» e que, por isso, «há que avaliar as formas de incluir aqueles que têm fome do Pão da Vida. É necessário enfrentar o escândalo daqueles que têm fome do alimento eucarístico, tal como se deve encarar o escândalo da fome física ». O discurso de D. John Dew surgiu num dia em que o jornal Il Foglio, dedicado exclusivamente ao comentário de notícias e considerado como um dos mais informados de Itália, assinalou que alguns grupos de pressão estão a tentar influenciar as conclusões do Sínodo.
Il Foglio refere que o Papa Bento XVI elegeu pessoalmente figuras «conhecidas pelas suas posições mais tradicionalistas, tal como o alemão Joachim Meisner, o australiano George Pell e o canadiano Marc Ouellet». Segundo o diário romano, «o bispo Donald Trautman – que preside à Comissão de Liturgia do Episcopado norte-americano – atacou duramente o Instrumentum laboris, considerando- o indigno e criticando a sua posição conservadora ». Para Il Foglio, «a ala progressista dos bispos procurará abrir uma brecha na chamada pastoral dos divorciados recasados, para que estes voltem a comungar ».
«A pressão parece vir especialmente da França», dado que «esta questão foi mencionada pelos bispos beneditino Robert Le Gall de Mende e Roland Minnerath de Digione», que participam nos trabalhos sinodais. «Será interessante seguir o desenvolvimento do debate sobre este tema», porque «pela primeira vez na história dos sínodos se reservou um tempo para perguntas e respostas entre os padres sinodais», conclui o diário italiano.

Comunhão na boca
A manhã de ontem foi dedicada à eleição, em grupos mais pequenos e segundo os diversos idiomas presentes, dos moderadores e secretários, e ao debate das propostas apresentadas no dia anterior. Entre estas sugestões, destacou-se a do Bispo de Karaganda, no Cazaquistão, que gostaria que «a Santa Sé estabelecesse uma norma universal segundo a qual o modo oficial de se receber a Comunhão fosse a boca e de joelhos; a comunhão com a mão deveria estar reservada ao clero».
D. Jan Lenga justificou-se dizendo que, de «entre as inovações litúrgicas no mundo ocidental, existem duas que obscurecem de certo modo o aspecto da centralidade e o carácter sagrado da Eucaristia: o desaparecimento do sacrário do centro e a distribuição da Comunhão na mão».
O Sacramento da Penitência também foi alvo de reparos. O Bispo de Vilkaviskis, na Lituânia, referiu que «sem a prática da reconciliação, aumenta o subjectivismo e é mais difícil valorizar o comportamento pessoal e a religiosidade ».
D. Rimantas Norvila disse mesmo que «a prática do Sacramento da Penitência diminuiu em todo o mundo» e que, por isso, têm crescido as «tendências opostas à fé cristã». «Nas sociedades actuais, especialmente nas ocidentais, estão muito difundidos o esoterismo, a magia, o ocultismo, a tendência da New Age. Isto permite à pessoa criar novas relações comunitárias, sociais, que a afastam cada vez mais da Igreja, do pensamento católico e fragilizam a fé», concluiu o prelado.

Fonte Ecclesia

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