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Bento XVI contra exclusão da Religião da vida pública
2005-10-04 23:47:42

A XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos iniciou-se ontem no Vaticano, com uma missa presidida por Bento XVI. Os mais de 250 Bispos de todo o mundo, em representação de 118 países, viram o Papa mostrar a sua preocupação pela exclusão do fenómeno religioso da vida pública.

Na homilia da Capela Papal que marcou o início deste grande evento eclesial, Bento XVI condenou a vontade dos homens de "possuir o mundo e a sua própria vida" afastando Deus, que consideram como "um obstáculo".
"A tolerância, que admite Deus como uma opinião individual, mas que o exclui do domínio público, da realidade do mundo e da nossa vida, não é tolerância, mas hipocrisia", afirmou.
O Papa condenou “a violência, o derramamento de sangue e a opressão, que fazem gemer as pessoas sob o julgo da injustiça”.
“Quando o homem se torna único dono do mundo e proprietário de si mesmo, não pode haver justiça. Então só pode dominar o arbítrio do poder e dos interesses”, alertou.
Citando uma passagem do Livro do Apocalipse, o Papa disse que "a ameaça do juízo [de que falam as leituras da missa] diz respeito também a nós, a Igreja na Europa, à Europa e ao Ocidente em geral... também a nós pode ser retirada a luz".
Bento XVI apresentou ainda uma reflexão sobre o “mistério da Eucaristia, na qual o Senhor nos dá o pão da vida e o vinho de seu amor e nos convida à festa do amor eterno”.
“Nós celebramos a Eucaristia com a consciência de que o seu preço foi a morte do Filho, o sacrifício da sua vida, que nela fica presente. Cada vez que comemos deste pão e cada vez que bebemos deste cálice, anunciamos a morte do Senhor até que venha” apontou.
Após ter celebrado a missa de inauguração do Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, o Papa dirigiu-se aos peregrinos de todo o mundo, reunidos para a oração dominical do Angelus. Nesse encontro, Bento XVI sublinhou a importância da Eucaristia, que classificou como “uma «lente» com a qual se pode examinar continuamente o rosto e o caminho da Igreja”.
“A doutrina católica sobre a Eucaristia, definida com Autoridade pelo Concílio de Trento, pede ser recebida, vivida e transmitida à comunidade eclesial de maneira sempre nova e adequada aos tempos”, lembrou.
O Papa relevou a coincidência do encerramento da assembleia sinodal com o Dia Mundial das Missões, a 23 de Outubro, sublinhando que “a Eucaristia, de facto, é o centro propulsor de toda a acção evangelizadora da Igreja”.
“As comunidades cristãs sem a celebração eucarística, na qual alimentam com a dupla mesa da Palavra e do Corpo de Cristo, perderiam a sua autêntica natureza: só na medida em que são «eucarísticas» podem transmitir Cristo aos homens, e não só ideias ou valores por mais nobres e importantes que sejam”, defendeu
Na Basílica de São Pedro estiveram os padres sinodais e os colaboradores do Sínodo: 55 Cardeais, 7 Patriarcas, 59 Arcebispos, 123 Bispos, 40 presbíteros, 37 peritos e 4 ouvintes. O tema do Sínodo, que se prolonga até 23 de Outubro, será “Eucharistia: fons et culmen vitae et missionis Ecclesiae" (Eucaristia, fonte e cume da vida e da missão da Igreja”.
Ausentes estiveram os quatro Bispos chineses convidados por Bento XVI. O secretário-geral do sínodo, o bispo croata Nicola Eterovic, declarara sábado que o Vaticano não recebeu "qualquer resposta oficial", nem positiva nem negativa, por parte das autoridades de Pequim, ao convite do Papa.
A Europa é o continente com maior representação no sínodo, com 95 prelados, seguida da América com 59, a África com 50, a Ásia com 44 e a Oceânia com oito. A Conferência Episcopal Portuguesa está representada com dois delegados: D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra, e D. António Marto, Bispo de Viseu.

Fonte Ecclesia

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