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Papa dedica primeiro sínodo à eucaristia
2005-10-03 12:24:56

Acompanhado por cânticos gregorianos, o Papa Bento XVI presidiu ontem, na Basílica de S. Pedro, à abertura solene da Assembleia Geral dos Bispos, o primeiro sínodo deste pontificado. Até ao dia 23, 256 bispos de todo o mundo reúnem-se para discutir o sacramento da "Eucaristia - fonte e objectivo da vida e da missão da Igreja". O tema foi escolhido e anunciado em 2004 por João Paulo II. Bento XVI aproveitou a ocasião para denunciar a "hipocrisia" das sociedades que excluem a religião da vida pública.

De fora do 11.º sínodo ficaram os quatro bispos chineses convidados, que não obtiveram autorização para deixar a China. Esta assembleia é uma instituição permanente - criada por Paulo VI a 15 de Setembro de 1965 - e tem um carácter consultivo. Desde então, os bispos reúnem-se para discutir os maiores problemas da Igreja. Apesar de o mote para estes 21 dias ser a eucaristia - dos abusos da liturgia ao afastamento dos fiéis da prática religiosa -, outros assuntos estarão também em análise. A luta contra a fome, os conflitos internacionais, em particular no Médio Oriente, e o terrorismo são alguns deles. Temas incluídos num volumoso documento preparatório, o Instrumentum Laboris, que servirá como guia para a discussão. Disponível em oito línguas, é fruto de um questionário enviado em Março do ano passado por Roma a todos os bispos do mundo.

Um dos capítulos é totalmente dedicado aos desafios da Igreja - a cristianização, a falta de vocações, o afastamento da prática religiosa. E, sobretudo, à "indiferença do mundo católico perante a religiosidade nos países industrializados, onde o domingo se transformou em dia de trabalho "alternativo".

O Vaticano está ainda preocupado com a falta de jovens nas práticas religiosas e missas de domingo e com a substituição destas por "rituais banais e pobres espiritualmente".

"Quando Deus é banido da vida pública, este facto não pode significar tolerância, mas hipocrisia. Onde o homem se torna o único senhor do mundo e de si mesmo, não pode existir justiça. Dominará apenas o arbítrio do poder e dos interesses", proclamou Bento XVI, durante a homilia.

Abrindo os trabalhos, o Papa escolheu como tema de reflexão a importância de Deus na vida pública. O primeiro sínodo de Ratzinger conta com a presença de 55 cardeais, 8 patriarcas, 82 arcebispos, 123 bispos, 36 presidentes de conferências episcopais e 12 religiosos.

Está prevista a presença diária de Bento XVI, que introduziu novidades na metodologia de trabalho. Entre elas está a redução de quatro para três semanas, para evitar que os bispos estivessem tanto tempo longe das respectivas sedes apostólicas. Existe ainda o dobro de representantes ecuménicos, passados de seis a doze, e 26 representantes dos movimentos católicos, entre estes 13 mulheres, seis leigas e sete freiras. As intervenções diárias foram reduzidas a seis minutos e as votações vão ser feitas por via electrónica.

Para este sínodo, que se realiza no 40.° aniversário da sua criação, foram convidados 12 representantes das igrejas ortodoxas, do Oriente e protestantes.

Fonte DN

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