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Presidente protestante elogia Papa católico
2005-08-19 21:55:02

O Presidente federal alemão, Horst Köhler, fez ontem rasgados elogios ao Papa Bento XVI, num discurso pouco consentâneo com a formalidade de um chefe de Estado.

Na cerimónia de boas-vindas ao Papa, ontem, pouco depois do meio-dia (11h em Lisboa), no aeroporto de Colónia, sublinhou a importância do papel social das igrejas cristãs na Alemanha, aludiu ao terrorismo dizendo que "a religião e a razão" devem purificar-se, e destacou o "valor inestimável do compromisso" dos jovens em favor dos que mais precisam.
Numa intervenção muito aplaudida e com marcas teológicas, Köhler começou por se identificar como "cristão protestante", que ficou, tal como os seus concidadãos, "muito emocionado" com a escolha de Joseph Ratzinger para Papa. O Presidente referiu ainda a "importância histórica" de, a um Papa polaco - João Paulo II - suceder um alemão. O facto dá-lhe confiança, "60 anos depois do fim da ideologia do desprezo de Deus e dos homens que reinou na Alemanha".
Köhler destacou o "prestígio" do teólogo Joseph Ratzinger, para quem, disse, a teologia não se deve encerrar em "círculos especializados" mas antes ter um sentido no mundo secularizado e na política. "Claro que isto não podia sempre fazer a unanimidade", admitu o Presidente. Mas Bento XVI tem razão, disse Köhler, em "preferir o desacordo à indiferença".
O Presidente alemão referiu a importância do empenhamento social dos jovens, contra os que dizem que estes são egocêntricos. E enumerou uma série de organizações de jovens católicos e protestantes alemãs que iniciam os mais novos em "atitudes de "responsabilidade de uma importância crucial" na sociedade contemporânea. Do mesmo modo, o trabalho social das igrejas traduz uma imagem do homem inspirada "nem pelo pragmatismo nem pelo materialismo", apelando antes à solidariedade.
Köhler, que já na cerimónia de abertura da JMJ entusiasmara os jovens, referiu-se a esta iniciativa como uma "experiência espiritual" que pode levar à "mudança dos corações". E, em tempos de terrorismo "presumidamente religioso", disse que o próprio Papa já falou das "patologias" da religião, para pedir: "A religião e a razão devem, sem cessar, corrigir-se e purificar-se mutuamente."

António Marujo

Fonte Público

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