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Recordando o Irmão Roger
2005-08-18 22:28:28

A vida do Irmão Roger levou-o a cruzar-se com grandes marcos da espiritualidade cristã do século XX e a recebê-los em sua "casa", a comunidade que fundou em Taizé e a ser sinal concreto da unidade e reconciliação dos Cristãos.

Filho de um pastor protestante, desde muito jovem sente uma atracção pelo catolicismo e quando parte da Suiça, sua terra Natal, em direcção a França, já ardia no seu coração o desejo de fundar uma comunidade que fosse uma "parábola de comunhã".

Por ajudar refugiados políticos e judeus que fugiam do horror nazi é obrigado a deixar a casa que comprara em Taizé e a voltar à Suiça. Regressa após a guerra já com alguns jovens com quem começa a viver em comunidade.

O carisma ecuménico rapidamente se torna evidente e na abertura do II Concílio do Vaticano, o Irmão Roger está presente e irá acompanhar todas as sessões do Concílio até ao fim. Iria, até ao final da sua vida, passar uma ou mais semanas por ano em Roma, em contactos com o Papa e os Bispos do Mundo.

Na década de 70, o primeiro irmão católico junta-se à comunidade, até aí apenas constituída por irmãos de origem evangêlica e aos poucos, jovens de diversas tradições cristãs juntam-se ao Irmão Roger para com ele viver este ideal de unidade.

É nesta altura que a aventura de Taizé com os jovens tem o seu início. Atraídos por esta forma de vida, perto de 40 mil jovens de todo o mundo, de diversas tradições cristãs juntam-se para se encontrar, rezar e partilhar a sua fé, no chamado "Concílio dos Jovens". Dede então esta "Peregrinção pela Terra" nunca mais pára, com encontros em Taizé, em grandes cidades europeias e do resto mundo, o último dos quais em Lisboa no final do ano passado.

O Irmão Roger não se limita a acolher na sua comunidade mas visita e envia irmãos a viver em locais onde estão os mais pobres do mundo. Do Bangladesh ao Brasil, do Senegal à Coreia passando pela Rússia e Europa de Leste durante a Guerra-fria, esteve com a Igreja do Silêncio, a Igreja perseguida, numa comunhão muito real e cruzando-se inúmeras vezes com o trabalho realizado pela Ajuda à Igreja que Sofre.

Durante toda a sua vida, o Irmão Roger acolheu milhares de jovens peregrinos de todo o mundo, o Papa João Paulo II, três Arcebispos da Cantuária, Metropolitas Ortodoxos, Bispos Luteranos e católicos, padres e pastores que "param para beber da fonte e seguem o caminho", como disse João Paulo II na sua visita a Taizé em 1986.

No último Encontro Europeu de Jovens, promovido pela comunidade de Taizé, o Irmão Roger escrevia sobre um "Futuro de Paz e comunhão na sua carta anual. mais que ninguém, ele soube viver essa paz e comunhão como ficou bem expresso no funeral do Papa João Paulo II, onde recebeu a comunhão das mãos do então Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI.

O Irmão Roger de Taizé junta-se na casa do Pai aos grandes místicos que conheceu pessoalmente e com os quais colaborou activamente. Junto com a Irmãzinha Madeleine, Irmã Teresa de Calcutá, Padre Werenfried van Straeten e o Papa João Paulo II, o Irmão Roger faz parte das grandes figuras da Igreja que marcaram a espiritualidade e a praxis cristã do século XX.

Deixa acima de tudo a mensagem que a unidade é possível e necessária. Mais que esperar, o importante é viver e rezar juntos...

"Deus é amor, atreve-te a viver por amor."

Paulo Bernardino
Presidente do Conselho de Administração
da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

Fonte AIS Notícias

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