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Drama em Taizé ainda sem explicação
2005-08-17 21:35:44

Ainda não há nenhuma explicação para o drama que ontem se abateu sobre a Comunidade Ecuménica de Taizé, quando uma mulher agrediu mortalmente o Irmão Roger, fundador da Comunidade, com uma arma branca.

Segundo as autoridades judiciais da localidade francesa, a agressora, uma romena de 36 anos, queria “atrair a intenção” do Ir. Roger, “mas não matá-lo”. No comunicado divulgado pela Comunidade (www.taize.fr) refere-se que a mulher “provavelmente desequilibrada, atingiu violentamente à facada Frère Roger, que morreu poucos instantes depois”.
Tudo aconteceu na oração da tarde de terça-feira, depois do segundo cântico (cerca das 20h45, menos uma Lisboa) no meio de uma multidão que se reuniu em torno da Comunidade, na Igreja da Reconciliação. Fátima Gonçalves, que se encontra em Taizé desde Domingo com um grupo de peregrinos portugueses, explica à Agência ECCLESIA que o Irmão Roger estava rodeado por crianças e que após a agressão “se ouviu um grito enorme”.
Pouco depois o Irmão François, próximo do Irmão Roger, pediu a palavra para explicar que este último tinha sido atacado durante a oração, acabando por morrer, e pediu que rezassem por ele.
A comoção foi grande entre os monges e os peregrinos presentes, que pela noite fora se uniram em oração no local em que o fundador da Comunidade fora assassinado. O silêncio, a luz difusa, os cânticos simples foram a melhor homenagem ao monge vestido de branco que consagrou a sua vida à busca da paz, da unidade e da reconciliação.
No comunicado hoje divulgado, a Comunidade de Taizé afirma estar “em sofrimento”, agradecendo a todos os que manifestaram a sua solidariedade, “com o seu afecto e a sua oração”.
Esta manhã, foi pronunciada a seguinte oração em Taizé: “Tu, Cristo, permites-nos estar em comunhão com aqueles que nos precederam e que podem permanecer, assim, tão próximos. Nós colocamos nas tuas mãos o nosso irmão Roger. Ele contempla já o invisível. Ao seu lado, tu nos preparas para acolher um raio da tua claridade”.

Peregrinos não partem
A tragédia que se consumou no coração da oração levou de forma violenta o homem da paz e da reconciliação, que afirmara a chegada da “hora dos Cristãos” levarem ao mundo a figura de Jesus, para fazer face às ameaças do ódio e da violência.
Esse testemunho de vida não se apaga numa noite e os peregrinos presentes em Taizé continuam a fazer a sua peregrinação de oração, reflexão e encontro. Fátima Gonçalves relata que “o ritmo das actividades continua”, apesar de um clima de maior recolhimento.
“Há uma certa tristeza no ar, mas não há revolta, já não há medo como ontem à noite”, afirma.
O grupo português incluía alguns adolescentes mais novos, que foram a maior preocupação dos responsáveis. A Cruz Vermelha Francesa já se encontra no local, a apoiar as pessoas que ficaram mais afectadas pelo acontecido e, entre os peregrinos do nosso país, há ainda duas psicólogas.
Fátima Gonçalves mostra-se convencida de que aquilo que Taizé tem de especial “não vai mudar” e assegura que os peregrinos não querem partir por causa do drama que viveram. “Vai continuar tudo”, assegura.

Fonte Ecclesia

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