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"Espero encontrar-me religiosamente e estar em comunhão com o Papa"
2005-08-16 23:29:12

Desde 1985 que os peregrinos portugueses respondem ao apelo do Papa e participam nos encontros mundiais
da juventude. A Colónia, este ano, vão cerca de metade dos que estiveram em Roma, há cinco anos, talvez por causa da crise económica. Ao todo são cinco mil os que vão receber na Alemanha Bento XVI.


Durante uns dias, o autocarro transforma-se numa casa, há quem durma, coma, cante, converse, reze ou conte histórias que arrancam gargalhadas ao banco de trás. Pelas janelas, as paisagens passam a correr. Depois de mais uma noite dentro do autocarro, a viagem continua. Última paragem: Colónia, Alemanha.
Até ontem, de autocarro, avião ou mesmo de bicicleta, chegaram a Colónia cerca de cinco mil jovens portugueses, contabiliza o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil. Metade pertencem às paróquias portuguesas e vão através dos serviços das dioceses; os outros 2500 são jovens que fazem parte de movimentos internacionais, como os escuteiros, Opus Dei, franciscanos, dominicanos e outros, informa o director nacional, Manuel Oliveira de Sousa.
Desde 1985 que os jovens de todo o mundo foram convidados por João Paulo II para participar nas jornadas mundiais. Desde então que os portugueses têm sempre marcado presença. Este ano, a crise económica reflectiu-se na participação portuguesa, acredita Oliveira de Sousa. Em 2000 estiveram em Roma dez mil jovens portugueses, o dobro dos que vão este ano a Colónia, continua o responsável nacional pela pastoral juvenil. As despesas oscilam entre os 400 e os 800 euros.
Para Inês Viegas, 18 anos, da paróquia da Reboleira, Amadora, a peregrinação foi uma "prenda de anos". "Os meus pais estão ligados à Igreja e compreenderam que era importante para mim participar nestas jornadas", explica.
"Espero encontrar-me religiosamente e estar em comunhão com o Papa", revela a jovem ao telefone, a partir do autocarro, que vai a atravessar a França. Inês tem ainda a expectativa de partilhar a experiência de ser católica com pessoas de outras partes do mundo.
Alemães acolhedores
Com 29 anos de idade e alguns de experiência na pastoral juvenil, Sérgio Mendes, do Porto, soma já quatro presenças em jornadas mundiais da juventude. A primeira vez foi em 1997, em Paris, depois seguiu-se Roma, Toronto e agora está em Colónia. Sérgio esperava voltar a rever João Paulo II, que "dava muita força aos jovens". Agora, a expectativa é perceber como é que o Papa Bento XVI se relaciona com a juventude, diz.
O que tem surpreendido os jovens portugueses que já se encontram na Alemanha é o acolhimento germânico. "Eles são organizados, disciplinados e muito acolhedores", define Vera Sá, 25 anos, do Porto, que participa pela primeira vez num encontro mundial.
Antes de saírem de Portugal, os jovens prepararam-se, fizeram encontros onde reflectiram sobre as palavras do Papa. Alguns realizaram vendas de bolos ou de marcadores de livros, como os jovens da Amadora, para conseguirem angariar dinheiro suficiente para participar, conta Pedro Marques, 25 anos.
Para este animador de um grupo de jovens, participar num encontro mundial é "muito importante". "É inesquecível estar com pessoas que procuram o mesmo que nós", revela.
Durante os próximos dias, os jovens vão rezar, reflectir, mas também passear e divertir-se, encontrar pessoas de outros países e de outros continentes. No entanto, "é importante percebermos que não somos turistas, mas peregrinos. Viemos para adorá-Lo [a Deus]", afirma Vera Sá.
Quando regressarem a Portugal, os jovens participantes vão trazer aventuras para contar, mas acima de tudo trazem uma experiência que os "ajudará a prosseguir a caminhada", conclui Oliveira de Sousa.

Bárbara Wong

Fonte Público

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