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Bispos querem novos métodos na catequese
2005-07-14 21:29:27

Os bispos portugueses estão preocupados com a transmissão da fé, dizem que há uma há "uma mudança profunda, em alguns aspectos inédita", na sociedade, que exige "novos modos de comunicar a fé, novas linguagens, novas técnicas, novas atitudes". Numa nota pastoral ontem divulgada, sobre a catequese católica, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) propõe ainda que as paróquias "definam um projecto de sensibilização e de formação de pais".

De acordo com o texto (disponível na íntegra em aqui), a CEP diz que a comunidade cristã não deve substituir os pais mas, como estes "frequentemente não estão esclarecidos nem preparados" para a missão de educar na fé, torna-se indispensável a colaboração organizada das paróquias.
O longo documento traça um diagnóstico de uma realidade em que a transmissão da fé "encontra dificuldades e levanta questões". Ao contrário do que aconteceu "durante séculos, num contexto de cristandade", em que ela passava quase espontaneamente de pais para filhos.
Parece verificar-se, escrevem os bispos, "menos abertura à fé tanto da parte das crianças e adolescentes, como dos jovens e adultos". Indiferença religiosa, laicismo militante, ignorância religiosa, menos gente nas missas, pouca relação com a liturgia católica, imagem distorcida da fé cristã, hostilidade à educação religiosa, são algumas notas do contexto referido a propósito.
Apesar disso, os bispos mantêm o optimismo: "As gerações actuais continuam a mostrar abertura à transcendência e ao mistério: no desejo de autenticidade, proximidade, encontro e solidariedade, na abertura aos que sofrem, numa renovada busca de sentido do que vivem, sofrem e fazem. O homem actual é, portanto, capaz de um acto de fé." Talvez, admitem, "esta apetência de Deus esteja obnubilada pelo ambiente cultural". Daí que "a proposta da fé deve ter em conta os preconceitos e desfazê-los através de um esclarecimento oportuno", ou seja, "uma sã apologética".
O documento assinala ainda que, após um período de dez anos de experiência com um conjunto de novos catecismos (dos 6 aos 16 anos de idade), "é urgente" reformular esses manuais de transmissão da fé para ter em conta a diversidade de idades (incluindo os adultos) e de situações.
O papel das comunidades cristãs e da família são destacados, numa nota que insiste na necessária mudança de métodos e apresenta os critérios teóricos que devem presidir à organização deste sector, mas na qual, curiosamente, palavras como psicologia, pedagogia ou linguagem não são referidas mais que uma dúzia de vezes.


António Marujo

Fonte Público

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