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"Número Dois" do Vaticano Pondera Resignação de João Paulo II
2005-02-09 13:18:05

Numa altura em que não se sabe exactamente quando é que João Paulo II sairá do hospital, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Angelo Sodano, falou pela primeira vez sobre uma possível resignação do Sumo Pontífice. "Deixemos essa hipótese entregue à consciência do Papa. Se há alguém que sabe o que faz, é ele", declarou.

Toda a imprensa italiana de ontem colocou a questão de uma eventual renúncia de Karol Wojtyla e o "Corriere della Sera" constatou que se trata de "uma questão tabu" que volta a circular no Vaticano.

Respondendo aos jornalistas, durante a inauguração de uma biblioteca na segunda-feira, e citado pela Reuters, o cardeal Sodano afirmou ainda: "Se, na Igreja, há um homem que está guiado pelo Espírito Santo, que ama a Igreja mais do que ninguém e que tem uma sabedoria maravilhosa, esse homem é o Papa. Temos que ter nele uma enorme confiança, porque sabe o que há a fazer".

Aquele que já tem sido mencionado como um dos sucessores de João Paulo II não fez, assim, o que era mais esperado, surpreendendo alguns observadores: não pôs de parte categoricamente a possibilidade da resignação. De acordo com a AFP, esta é a primeira vez que o principal colaborador do Papa - que, desde terça-feira da semana passada, se encontra internado em Roma, na sequência de graves problemas respiratórios causados por uma gripe - aborda este assunto em público. Nos últimos dias, a Santa Sé tem procurado sublinhar a capacidade do Papa para prosseguir a sua missão. De resto, os sucessivos boletins sobre a sua saúde têm dado conta de melhoras. O próprio João Paulo II, de 84 anos e com 27 de pontificado, fez saber, na sua mensagem de domingo, que, mesmo estando entre doentes, no hospital, continua a servir "a Igreja e a toda a Humanidade".

Enquanto isso, o diário católico "La Croix" denunciou ontem aquilo que considera serem "as meias-verdades" na informação que o Vaticano presta sobre a saúde do Sumo Pontífice. E um colunista do "Le Monde" foi igualmente crítico. "A ficção de que este homem estenuado é ainda capaz de governar não pode durar", afirma.

Numa entrevista publicada ontem pelo "La Stampa", o cardeal Mario Francesco Pompedda, prefeito de um tribunal do Vaticano, garantiu, por seu lado, que, mesmo que deixasse de falar, hipótese que chegou a ser levantada pelos "media", João Paulo II poderia continuar o seu papado. "É suficiente que se consiga expressar, e pode fazê-lo perfeitamente escrevendo", por exemplo.

Fonte Público

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