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Afinal onde está Deus?
2005-01-31 23:45:40

No dia 24 de Janeiro, no auditório do Centro Cultural Franciscano em Lisboa, os franciscanos reuniram-se com um grupo de cerca de duas centenas de pessoas, para reflectir a propósito da recente catástrofe e da universal resposta solidária. Este debate, inserido no Oitavário pela Unidade dos Cristãos, foi também comemorativo do II Encontro Inter-religioso de Oração pela Paz (realizado em Assis, no dia 24 de Janeiro de 2002).

Com esta iniciativa, os franciscanos quiseram unir-se à atitude daqueles seus confrades que, aquando do terramoto de Lisboa, em 1755, se deslocaram do Convento de Varatojo em Torres Vedras para a cidade de Lisboa destruída a fim de serem voz de esperança dirigida às populações sofredoras. Diz-se num antigo livro de registos de Varatojo, que figura na Biblioteca Nacional (fl. 30 e fl. 30v): a pedido do Rei D. José, oito missionários estiveram em Lisboa cerca de três semanas, “a exortar, a consolar e alentar”.
A reflexão deste encontro teve três momentos principais. No primeiro, o P. Joaquim Carreira das Neves apresentou o itinerário de Job, ou seja, as grandes formulações relativas ao sofrimento, a forma como acontece a passagem do Deus da necessidade (o Deus da utilidade, do poder, da lógica e da justiça à maneira humana) ao Deus da gratuidade e do amor. No segundo, o P. Manuel da Costa Freitas partiu da natural bondade humana como resposta ao problema, e, mais ainda, ao mistério do mal. O homem é capaz de bondade, de solidariedade e de amor, que diante do mal se mostram sempre presentes, revelando um carácter de incontestável universalidade. Assim, a partir do Deus da gratuidade, o homem descobre que a sua vida só faz sentido também na gratuidade. E no terceiro momento, o P. Vítor Melícias, com a Mensagem da Papa João Paulo II para o Dia Mundial da Paz (1 de Janeiro de 5005), centrou-se na única resposta possível para o mal: a humanidade vence o mal com o bem. Afinal onde está Deus? Está no amor; está no bem. Deus é o Homem ao lado do homem. Nunca o mal se pode vencer com o mal: só o bem vence o mal. Por isso, o problema fundamental é menos o do mal que fazemos e mais o do bem que falta fazer.
Com estes três momentos e com o diálogo que se seguiu, concluiu-se que Deus está do lado do homem na luta contra o mal e, mais ainda, no bem a fazer. Urge sobretudo entender cada vez mais Deus como gratuidade e apelo à responsabilidade solidária, compassiva e amorosa por todas as pessoas e por todos os seres.

Fonte Ecclesia

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