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Igreja promete vigilância ao PS na questão do aborto
2005-01-13 14:15:25

A Igreja Católica deu ontem um primeiro aviso de que está atenta aos desenvolvimentos que a questão do aborto possa suscitar na próxima legislatura.

D. Tomaz Nunes, secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, em declarações ao DN, afirmou «Estamos atentos.» Sem se comprometer, para já, com qualquer posição, nem sequer quanto à realização do novo referendo, que o PS tem em agenda - só não sabe é para quando: «Não vamos precipitar-nos, estamos apenas perante notícias.» Só se houver decisões concretas a CEP «tomará posição». Uma coisa fica clara: «Estaremos com atenção aos acontecimentos.» À agência Lusa, D. Tomaz lembrara já que, sobre a despenalização do aborto, «toda a gente sabe qual é a posição da Igreja». Recorde-se que no referendo à IVG a Igreja defendeu o «não», empenhando- -se activamente na campanha.

A polémica foi desencadeada pela notícia do jornal Público de ontem, que avançava que os socialistas tinham intenção de promover o referendo sobre o aborto, caso vençam as eleições, até Agosto. Dando-lhe, assim, prioridade sobre o referendo à nova Constituição europeia. Em comunicado, o PS desmentiu que tivesse já «definido uma proposta de calendário quanto aos referendos a realizar na próxima legislatura». E esclarece que «a hipótese de referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez em pleno mês de Agosto não tem, obviamente, qualquer cabimento». Em todo o caso, o texto não exclui a hipótese de que o referendo ao aborto possa realizar-se antes do referendo europeu. O PS já se comprometeu a realizar ambos, apenas fica por definir o calendário.

Também José Sócrates fizera já declarações nesse sentido, ao início da manhã, num encontro com empresários ligados às tecnologias de informação, afirmando que a notícia era «abusiva» «Estamos a estudar um calendário, mas não disse que íamos pôr um [referendo] à frente do outro». O líder clarificou ainda outras questões que se têm vindo a colocar na pré-campanha, mas sem entrar em detalhes. Quanto ao Código do Trabalho, manter-se-á, mas com alterações «com base nas propostas que o PS apresentou». E os hospitais SA continuarão a ter gestão empresarial, mas como empresas públicas. Uma alteração que «nada muda a capacidade de uma gestão eficiente».

O líder socialista tem sido pressionado pela comunicação social para ser mais concreto em alguns temas, mas os socialistas querem reservar as suas propostas para a apresentação do seu programa de governo no dia 22. Um membro do secretariado nacional afirmou ao DN que, caso este estivesse a ser apresentado aos poucos, «as propostas estariam a ser criticadas uma a uma». E destaca que o PS deverá ser o primeiro partido a apresentar o programa eleitoral.

Fonte DN

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