paroquias.org
 

Notícias






Silêncio e oração pela paz
2004-12-29 19:19:29

Durante uma hora os cânticos litúrgicos e o silêncio invadiram os pavilhões 1 e 2 da FIL, no Parque das Nações. Na primeira oração conjunta do Encontro Europeu de Taizé, cerca de 30 mil jovens (e não só) oraram e comungaram de um desejo: a construção da paz.

Na sua intervenção no pavilhão 2, o irmão Roger, fundador do movimento Taizé, apelou a um “futuro de paz”, de modo a “aliviar os sofrimentos, em particular para que as crianças que nascem não conheçam a angústia e a insegurança”. Durante dez minutos, 15 mil participantes escutaram as palavras em completo silêncio. Na sua mensagem, o irmão Roger referiu que a intuição dos portugueses “inspira a Europa”.

SILÊNCIO E RESPEITO ABOSLUTO

O respeito pelo espaço de oração começava logo quando se transpunham as portas de entrada dos pavilhões – vários voluntários empunhavam pequenos cartazes com a palavra 'silêncio', escrito em vários idiomas. O pedido era aceite de imediato, assistindo-se a peregrinações até ao local de oração onde não se ouvia uma palavra. A meditação e a oração tomaram conta dos pavilhões, chegando-se mesmo a orar em completo silêncio durante mais de dez minutos.

A circunspecção apenas foi interrompida quando se anunciou o nome dos países pelos quais se rezou na noite de ontem – Finlândia, Noruega, Suécia, Dinamarca, Espanha, Malta e Itália –, ouvindo-se os aplausos dos 2800 jovens oriundos destes países.

O primeiro dia 'oficial' do encontro foi assinalado pela chegada de cerca de 20 mil estrangeiros. No Campo Grande, em Telheiras, nos Olivais e no Parque das Nações, os autocarros oriundos de toda a Europa e as mochilas de todas as cores coloriram a paisagem lisboeta.

Para hoje estão programadas orações nas 171 paróquias participantes – de manhã – e 'workshops' da parte da tarde, em várias igrejas da cidade de Lisboa. Também há uma visita ao Castelo de São Jorge e ao Museu Nacional do Azulejo. “Vamos ver muitas coisas boas na cidade”, garante o sérvio ortodoxo Anton Csonka.

QUANDO 'LATE' É 'LEITE'

“Sejam bem aparecidos”. Em bom português Conceição Costa e Sérgio Silva abrem a porta da sua casa, nos Olivais, aos polacos Krzysztof e Urszula, que 'só' falam polaco, italiano e inglês. O jovem, que participa pela sexta vez num encontro Taizé, apenas quer tomar um duche. Conceição não percebe e pergunta-lhe, por gestos, se quer comer. “Late”, mais tarde e em inglês, é a resposta. “Ah, quer leite. Também quer chá ou café?”, questiona a anfitriã. A barreira linguística entre o casal, que já não tem os quatro filhos em casa, e os estudantes vindos de Cracóvia, deverá ser difícil de ultrapassar nos próximos dias. Mas com boa vontade tudo se resolve. “Vamos tratar-lhes da saúde”, garante Conceição. “Temos de dar pousada aos peregrinos, como eles”, justifica, enquanto vai colocando bolo-rei e uma garrafa de champanhe em cima da mesa de jantar. Krzysztof vai aproveitando para atacar um cacho de uvas pretas. “É bom”, diz.

Justina e Kristina vieram da Lituânia. Estão instaladas em casa de um amigo português que já conheciam. De Portugal conhecem a música dos Madredeus, fado e... Quim Barreiros. Kristina até cantou uma música do artista, em russo. Indecifrável.

“Onde é que se sai à noite em Lisboa?”, questiona Marijana, 22 anos, croata. É voluntária e já teve tempo de passear na Baixa. Mas queixa-se de que os portugueses quase não falam inglês. Promete levar vinho tinto português – “é bom” – para o pai.

Inna, Mikails e o filho Elias vieram da Lituânia, numa viagem de seis dias. Pertencem à seita Cisma dos Velhos Crentes. “Como somos três a viagem é um bocado cara, mas vale a pena vir. Queríamos conhecer Portugal”, explica a professora de Música.

Fonte CM

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia